Opinião > Para que biologizar o debate público? Voltar
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Prezada Lygia, se os argumentos de Risério fossem sólidos e moralmente equilibrados, ele não estaria recebendo as crÃticas que está. Poderia até estar recebendo crÃticas mais ferozes. Mas seriam de outro tipo. De fato, os crÃticos parecem não estar refutando os argumentos dele. Estão deixando isso de lado. Estranho e lamentável. Mas isso não se deve apenas por ele ter criticado o consenso. Isso se deve sim aos argumentos dele. Em gênero, número, e grau.
Parabéns à colunista pela valente tentativa de expressar uma visão acima de tudo racional, que não guarda guarida nesses tempos esquisitos. Obrigado por sua clareza analÃtica.
"[Livro] polêmico, que recebeu crÃticas e elogios" poderia ter sido uma frase escrita por um resenhista de Mein Kampf.
Cansada com a falta de contextualização dos assuntos por colunistas como Lygia Maria e outros. Vivemos um momento grave, onde a extrema direita vem ganhando espaço e cooptando mentes ao redor do mundo, por meio de inversões como essa.
Estou começando a ter preconceito contra o catarinense. É nazismo que não para de crescer naquelas bandas, racismo e ainda, eles tem um orgulho imenso por ter poucos negros em seu Estado. A articulista, por acaso ou não, recebeu sua formação profissional naquele Estado. Por esses dias, em Camboriú um jornalista da Intercept em férias com a famÃlia foi perseguido e ameaçado naquele balneário. Não é à toa que Bolsonaro não sai de lá.
Interessante que a leitora reaja com um comentário que ilustra exatamente o problema abordado pela jornalista, discutir o autor em vez do assunto. Sem relevância para a matéria em si, mas invalidando seu raciocÃnio - a jornalista é nascida e criada em Belém, Pará. Seu preconceito contra catarinenses não poderia estar mais deslocado. Você vê o problema que é julgar pessoas ao invés da idéias? Essa, por sinal, é uma manifestação pura de racismo, contra catarinenses ou não.
Acho tão bom quando vcs mostram suas verdadeiras caras. Caso não saiba Dona Dea... O artigo 140, § 3º, do Código Penal, estabelece uma pena de 1 a 3 anos de reclusão além de multa, para as injúrias motivadas por “elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem, ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.
Excelente coluna! Sensata e decente. Porém, Wilson Gomes é pardo-mestiço, e não negro, como afirmado no texto.
José, ocorre que inventaram a categoria negro como sendo a soma de pretos mais pardos. Eles querem fazer um paÃs bicolor, esquecendo que somos uma nação multicolor.
"Para que biologizar o debate público?" como tÃtulo de um artigo que sai em defesa de um autor de um artigo que não faz outra coisa senão biologizar o debate público: li isto mesmo, FSP? Que os m a u s ag ouros não se confirmem...
Além disso, esta mesma edição da FSP anuncia que a estreia da articulista se dará no dia 23; por que a antecipação - oportunidade ou oportu nismo?
2 colunas hoje, lado a lado, criticando a atitude do identitarismo se impedir o debate. E o que fazem os identitaristas? Criticam os autores e impedem o debate. Muito parecido com o terraplanismo.
Bom os argumentos de Lygia Maria. Faltou apenas, uma vez que não se trata de uma discussão supostamente " biológica", um posicionamento mais nÃtido da autora, no plano adequado, sobre a questão.
Começou mal! E que desserviço a Folha está prestando nesse momento em que as polÃticas de reparação histórica em relação aos negros estão sendo desfeitas por esse (des)governo. Se você olhar as estatÃsticas do IBGE em relação à s questões socioeconômicas no Brasil vai ver que a cor importa sim para saber quem tem mais chance de estudar, ocupar cargos relevantes, salários dignos, enfim de viver.
Recomendo à senhora novos estudos sobre o tema. Leia os livros do Laurentino Gomes, do Demétrio Magnoli ou do Ali Kamel. Não fique apenas com uma versão dos fatos.
Seria melhor outro meteoro na Terra.
Ainda bem que a Folha de SP não se rende à "tolerância dos intolerantes".
Porque ele é feito apenas pelos abiológicos.
Autora usa da exceção como regra, parece o Monark Riserio usa a negação e na relativização de fatos históricos, para justificar o racimos e criar um suposto Racismo reverso.
A autora se agarra em comentários de muito poucos para culpar os movimentos identitarios.
Como Risério, toma a exceção por regra.
Perfeito,
Sou 50% negro. Pode isso? Pode! Do meu lado paterno, todos negros, do meu lado materno, todos brancos. Aà pergunto: se sou chamado de branquelo por um negro, seria preconceito? E se eu chamar um preto de negro seria preconceito? Trabalhei numa grande multinacional, e como era o único nordestino com um cargo de relativa importância, meus colegas do mesmo cargo só me chamavam de baiano. Nunca liguei, nasci em Alagoas, se fosse na Bahia seria nordestino do mesmo Jeito. Preconceito é abominável!
Boa, João. Colocou bem. Assim como o ex presidente Obama, você é fruto de uma mistura de brancos e pretos (sem nenhum sentido ruim), ou seja, você é , com a graça de Deus, um brasileiro mestiço, nem branco nem preto, mas eu diria mulato (sem nenhum sentido ruim, por favor). Somos um paÃs miscigenado, embora muitos neguem isso, temos no Brasil mais de 40% de mestiços, frutos desses casamentos entre brancos, pretos, indios etc.
Prezada Lygia, você tem razão, são bons argumentos. Mas tem uma sutileza nessa estória: quem nunca esteve na pele do discriminado, pode achar que é coisa de somenos - o tal "mimimi", que volta e meia é arremessado à testa de alguém. Eu, com biotipo do conquistador, só quando fui discriminado na Europa é que entendi de verdade o que pode ser o peso de crescer se achando "menor": eu já era adulto, meti o pé na canela de quem me destratou. Mas deu-me a clara noção do horror cotidiano dos pretos.
A classe trabalhadora é multiétnica, é a que tem potencial para construir um mundo melhor, fragmenta-la semore esteve no escopo dos donos do poder, fundações burguesas, com destaque para a Fundação Ford, investiram em patrocinar pesquisas acadêmicas que ajudassem nesse propósito, racializar relações sociais a partir do irracionalismo e corporativismo identitários se mostram adequados a fomentar o ódio racial, ferramenta a serviço do capital !
Sempre***
Perfeito! Biologizar e desumanizar é o que se vê nas discussões, Lygia. Projetos polÃticos são e devem ser passÃveis de debate. Do contrário, estaremos a trabalhar com absolutizações maniqueÃstas. O racismo existe aqui e em qualquer parte do mundo. É humano! As propostas para soluções podem e vão variar. Não existe um caminho único, perfeito. Ademais, as soluções passam por todos! Todos mesmo!
É tão simples, certo e óbvio que jamais será compreendida.
Só de achar que é simples já demonstra que não compreende o que é racismo estrutural! A visão nesse caso é simplória.
Não é irônico que este tenha sido o artigo escolhido como destaque, em detrimento de artigos como o do Gregório Duvivier? Diz muito sobre o papel da Folha nisso tudo. Quanto a essa matéria, chega a ser risÃvel. Ela diz que o caráter biológico não importa, de fato, não DEVERIA importar, mas estereotipar brancos por serem racistas é uma reação a uma estrutura de opressão histórica, não é convencionalmente racismo, como já concluiu precocemente.
Sobre o debate, creio q a academia está ignorando o senso comum. A imensa maioria das pessoas sempre entendeu racismo como PRECONCEITO de raça e q raça é cor da pele. Quando conceitos saem da academia sem a devida explicação (bem didática), e ainda q, há um esvaziamento, termos viram palavras de ordem, não raro com vieses q ao invés de engajar aparentam discriminação o q gera uma reação de raiva/preconceito q segrega e acirra disputas...vira ódio, guerra. Consertar o sistema só com união.
Santa Catarina quer ter o lugar de fala do Pelourinho?!
Lugar de fala é algo que não existe, Ricardo Andrade. Todo mundo tem a liberdade de falar sobre o que bem entender. Quem é que vai impedir?
Desde que me entendo por Cidadão, sou ciente de que a Raça Negra não tem espaço no debate desde que pisou nesta terra de sinhôs e sinhás. E agora, justo agora, que surgiu algumas migalhas de espaço no debate público, aparecem brancos e brancas incomodados/as com essas migalhas, pinçando detalhes de conflito intelectuais insignificantes para distorcer e, mais uma vez, ditarem as regras 'acadêmicas', como os meninos brancos que sempre foram os donos da bola nos campinhos de futebol...
E pur si muove! O movimento humano tropeça, mas o caminho é sem volta, ainda bem!
Alguém quer 'debater' mesmo? Querem é negar o fato histórico e cultural, mantendo os mesmos privilégios sem peso na consciência, ou crÃtica social. Mas isso é implÃcito; não sairá escrito pelos comentaristas neste jornal. Pesquisas sobre racismo sempre mostraram que a maioria diz 'não' quando perguntada se é racista, e diz 'sim' quando perguntada se aqui existe racismo, ou se está acostumada a presenciar casos de racismo. Paradoxo básico de uma terra caracterizada pelo racismo estrutural.
Mas o que se está fazendo é justamente debatendo, ninguém tá proibindo ninguém de debater (Assina: um amarelo empombado - como os outros mestiços me chamavam em sala de aula). O debate é isso. Caso contrário, é narcisismo olhando no outro como espelho.
Ninguém está impedindo o debate, o que se está fazendo é justamente debatendo. Agora, se você quer debater sozinho no espelho, aà chame de narcisismo, mas não de debate. Até agora ninguém me respondeu. Responda-me: dois irmãos gêmeos, um branco e o outro preto (se me chamar para prova, eu provo). O branco não deve receber cota de afrodescendente? Eu acho que os dois devem. No Brasil, ao contrário do que dizem, a maioria é parda, mestiça, amarelo-empombado (que nem me chamavam na escola).
Excelente!! Perfeito
à articulista sugiro uma outra chave para melhorar o debate público, igualmente oriunda do lamentável artigo de risério: se bem me lembro, os sujeitos aos quais se dirigia o artigo eram não-entidades tais como "a esquerda" ou "a academia". a que propósito isto serve para o debate público? o que o antropólogo pretendia poderia ser formulado de maneira infinitamente mais rica e produtiva do que nas chaves por ele propostas - em seu caso a provocação e a polêmica vazias. acidente ou desÃgnio?
Belas palavras, mas o que faltou entender é que não se trata de biologia, mas sim de história e sociedade. Ao se permitir pensar um pouco sobre como a sociedade funciona, dá para perceber o que invalida o racismo contra o branco. Ser negro ou branco não é só uma questão de cor, é um fato que predefine status, aceitação e inclusão. O racismo não dói no branco da mesma forma como dói no negro, afinal, o branco é bem amparado e contemplado socialmente. Veja com os números, os dados e as motivações.
Talvez eu não tenha interpretado bem o texto, entendi q a autora falou do que se seguiu após o artigo do Risério.Eu li incrédula.Ao invés de debater, muitos ativistas c/milhares de seguidores e em posições de poder e/ou privilégio o atacaram, e tb ao Wilson Gomes com falas assim: eles(os brancos) estão com raiva pq somos mais inteligentes, a branquitude é q é uma "falha" genética, nós viemos primeiro, somos superiores..Como isso ajuda no debate, no esclarecimento fora da academia?
A Lygia não entendeu nada!
Belo texto. O debate público está contaminado pelo tribalismo identitário. É a nova patologia social. Certas pessoas/analistas estão usando argumentos antiéticos contra quem discorda.
Estou encantada com a clareza das ideias e a enorme abrangência e lucidez da opinião de Lygia Maria. Renova minha esperança de que o bom senso finalmente prevaleça em meio ao oceano de barbaridades que são ditas em nome das tremendas distorções oportunistas ou revanchistas no trato da questão do racismo.
Vou ter que chamar o Caetano aqui... Vocês não entenderam nada!
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