Opinião > Automarketing identitário e a morte da crítica Voltar
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Esse texto é que se poderia ter como exemplo do pluralismo da Folha: crÃtica aos pontuais excessos do identitarismo sem cair na desqualificação da luta antiracista (como infelizmente aconteceu no malfadado texto do racismo reverso). Parabéns ao autor por dar nome aos bois: malafaismo
Quem o está atacando és tu, querendo, como outros com tua leitura calar qualquer oposição. Excelente artigo amigo, péssimo comentário
Me refiro ao Cláudio abaixo. Deem-se conta de ninguém aqui ser racista, pelo contrário! Os racistas, e são muitos e no governo, nem se manifestariam aqui sob pena de crime. Estamos do mesmo lado, debatendo os limites do debate, e aà os radicais que em vez de argumentar com elegância, atacam com censura e desprezo quem minimamente discorda de detalhes são sim semelhantes aos seu “inimigos”
Parabéns pelo artigo e pela argumentação sem protecionismo. Estamos numa época que é difÃcil uma opinião com visão ampla e neutra. Quase sempre a opinião é pré-definida pelo clube (ou partido ) que o comentarista torce...
Parabéns pelo texto, foi claro e abrangente, exatamente o que falta para que a discussão fuja aos particularismos. As bases do identitarismo são o irracionalismo e o corporativismo, não é portador de um projeto de emancipação humana que se contraponha ao sistema, está fadado ao esgotamento. Cabe situar historicamente o papel dos EUA no pós guerra como disseminador dos padrões de racialização que hoje estão sendo impostos no Brasil, o objetivo era combater a esquerda marxista !
Há um quê de Rolando Lero no artigo do professor. Se ele acredita que deve haver espaço para crÃtica em qualquer âmbito, inclusive nas lutas identitárias, não precisaria quase qualificá-las como fascistas. Ou igualar umas e outras. Mas talvez a lacração da opinião polêmica seja uma técnica retórica que lhe agrade. Afinal, estamos aqui falando dele
Se entendi corretamente, para Wilson Gomes as coisas são como são e não há muito o que se possa fazer para mudá-las. Essas parcelas ou segmentos do povo que se juntam para lutar por direitos que, histórica e comprovadamente, lhe foram subtraÃdos e que, após séculos e mais séculos lhe são negados, que continuem aceitando o fato imutável de que as coisas são como são. Não tentem alterar este desequilÃbrio que nos trouxe até aqui.
No lamentável texto do Risério, ele põe o que chama de movimentos 'apenas' identitários num só e amplo balaio, onde cabem até, digamos, a turma do agro, da bala, separatistas em geral, os neo-evangélicos e outros tantos. E é injusto colocar nesse balaio movimentos históricos, que, inegavelmente, de amplas parcelas que foram vÃtimas de brutalidades várias cometidas por outros grupos de "humanos" que se julgavam, e continuam a se julgar, superiores. Detentores, sempre, de todos os privilégios.
Não vc não entendeu. O q ele diz é o q acontece, qualquer crÃtica ao movimento identitario o ser, empresa, programa etc é cancelado. Turma identitária q busca privilégios, se julga acima do bem e do mal.
Não, vc não entendeu nada.
Se entendi bem o seu entendimento, Wilson Lima, você não entendeu o artigo, não. O autor descreveu uma tática de luta ideológica, identificando seu funcionamento em ambos os espectros polÃticos. Isso evidencia que a representatividade é um jogo, sempre. Afirmar-se representante é construir-se como tal, moldando assim uma imagem de quem está sendo representado. É só isso, e tudo isso.
Lembra bem o professor que as lutas contra opressões setorizadas já existiam bem antes do "lugar de fala", E voltadas para a emancipação social e não para o atendimento exclusivo de um segmento, que vê, nos outros segmentos oprimidos , concorrentes na ocupação da mÃdia e não aliados na luta contra a opressão universalizada. Rosa, Kolontai, Pasionaria, feministas da melhor cepa, que se impuseram na luta de classes, Na luta totalizante
Muita satisfação na leitura do seu comentário! Admiro sua coerência e seriedade !
Milton Temer na seção de comentários da Folha. Grata surpresa. E você um grande brasileiro -- apesar das nossas divergências ideológicas. Saudações!
A preservação da identidade é uma forma de minorias desaculturadas pela exploração recuperarem autoestima e encontrem seu lugar de poder. Não vejo problema nisso. Wilson Gomes, no esforço de defender o artigo de Risério, dobra a aposta argumentativa e perde o chão, desafiando qualquer encadeamento lógico. Praticamente inaugura um identitarismo reverso.
Na teoria, os argumentos do professor são impecáveis. Na prática, servem pra justificar os mais fortes ou quem está no poder. O problema não é teórico. É polÃtico. Afinal, quando você iguala o nazista e o crÃtico do nazista, no final das contas o nazista vai vencer e mandar todos pra câmara de gás. Ou, pra usar um exemplo "na moda", a escrotÃssima ideia do "racismo reverso": O branco apaga os séculos de exploração pra dizer que é vÃtima dos negros. Enfim, nada mudou: os mais fracos que lutem.
Texto ótimo, racional, bem argumentado e equilibrado.
A esquerda marxista sempre pensou a "classe operária" segundo os mesmos vetores do identitarismo. Havia uma "identidade operária" sendo construÃda através do partido. Não tenho certeza se as sufragistas não eram identitaristas; a segunda onda do feminismo nos anos 60 com certeza era. Embora concorde que excessos e radicalizações inúteis e injustas possam ocorrer, isto não desmerece a necessidade das lutas identitárias e não acho que elas sejam excludentes de outras lutas e construções sociais
Não se pode falar de classe sem situar a exploração do trabalho via extração da mais valia, isso não tem nada a ver com identitarismo, esse processo pode ser constatado objetivamente. A classe trabalhadora pode aderir a um projeto de emancipação humana na medida que busque a igualdade e a supressão do sistema com suas mazelas, o identitário busca quase sempre inserção privilegiada corporativa, não quer mudanças profundas, só quer melhorar sua vida !
Excelente
Pero que si pero que no muito pelo contrário. A discussão/ opinião DEVE ser outra sem perder a autocrÃtica. Como combater o racismo estrutural?
Fato: Racismo estrutural. Definido por números e estatÃsticas de mortalidade, desemprego, polÃtica de salário, cultura...fato, fato, fato...Malabarismo intelectual vazio e se afasta da realidade: dar voz à queles que o contornam com questões elÃpticas e sem base em NADA. Só prejudica
Se você parte da idéia de que sabe qual DEVE ser a discussão/opinião, então já cancelou a discussão em prol de sua opinião.
Excelente! O sucesso da tática da lacração de um lado é o sucesso da autopromoção à paladino da justiça (politicamente correta, claro) de outro.
Excelente artigo! A clareza de uma análise fria. Excelente!
Não se deve esquecer também a relação entre o particular, no caso as minorias, e a sociedade, da qual se defendem em sua constituição; são obrigadas a se formar frente aos perigos que enfrentam. Assim, quer a crÃtica à s minorias, quer sua mera defesa, não explicitando o que as leva a se constituir: a desigualdade produzida pela sociedade, pecam por ser parciais.
Excelente! O tribalismo identitário se camufla na busca pela Justiça entre diferentes grupos e indivÃduos. Se julgam portadores da verdade e protetores de minorias, quando na verdade praticam atos de opressão - na terminologia deles - cancelamentos e linchamento moral. Em muitos casos parecem facções: decretam a morte simbólica de quem discorda fugindo da utilização necessária da razão, quer seja por falta de bons argumentos, quer seja, porque querem inibir o debate de suas contradições.
A clareza do professor e o prazer da leitura. A mensagem identitária quando toma a forma de automarkenting não alimenta a solidariedade entre as pessoas e se torna instrumento de revalidação de ódio cultural a serviço de interesses polÃticos de categoria não-humanitária. A missão social assume papel redutivo e se torna um emblema, um apanágio dos moralmente superiores. Resultado: a morte da crÃtica. (Claudia F.)
Esclarecedor. E vamos lembrar: os métodos equivocados de alguns identitários não invalida a luta contra as injustiças.
Em meados da década de 90, lia muitos artigos contra as lideranças do PT; mais especificamente Zé Dirceu e Lula, criticando-os pelo motivo de usar a massa trabalhadora como 'Automarketing', 'autopromoção' etc. Diziam que Lula era um 'fantoche' do Zé Dirceu... Oras, pelos trâmites legais, qual o problema de almejar o Poder representando uma parte significativa do Povo, ou é muito 'atrevimento' liderar e lutar por aqueles que estão na margem da sociedade?
Pertinente artigo. O automarketing foi amplificado pelas redes sociais.
Claro que sim: é a busca por likes e seguidores ao alcance de todos..
Excelente texto, especialmente na parte que fala da falácia das minorias, como, por exemplo, dos que defendem a racialização de todas as pautas sociais no Brasil, para defender a "minoria negra", sendo que 56% da população brasileira, mais da maioria da população, se declara negra ou parda segundo o último censo do IBGE.
Excelente artigo. Uma aula sobre os movimentos identitários .
Previsamos urgentemente voltar a ter a disciplina 'interpretação de texto' nas escolas brasileiras, no curso fundamental. Qualquer pessoa que se digne hoje a discutir, em um artigo de jornal, um assunto com todas suas nuances, contradições e contexto histórico está fadada ao ataque virulento dos leitores, que muitas vezes acusam o colunista daquilo que ele não defendeu. Leiam todos o livro de Sakamoto: 'O que aprendi sendo xingado na internet'.
A interpretação não é uma disciplina. É uma prática constante de todas as disciplinas. O que talvez possa merecer intervenção é o método e a escolha de textos. Não há necessidade de se criar nova disciplina. Do meu ponto de vista, é ineficaz tentar solucionar problemas educacionais com criação de disciplinas como panaceia. Perde-se o foco do método, da interação e justamente da função de letramento que todas as disciplinas têm.
Muito sintomática a menção ao automarketing no artigo do professor baiano. É uma espécie de chiste involuntário, de retorno do recalcado, que denuncia a presença daquilo (daquele?) que, de forma não nomeada, ele saiu em defesa. Enfim, o mestre foi traÃdo pela linguagem.
a crÃtica de Wilson gomes é procedente, e a intolerância com o pensamento divergente está refletido no abaixo-assinado dos 186, com o apoio de Thiago amparo e Sylvio almeida. o que essas pessoas propõem é um jornal que seja reflexo da sua forma de pensar., mas maneira mais fácil de lidar com isso é nem ler o que não lhe agrada. temos hoje uns 20 canais religiosos. por que vc liga neles se não lhe interessam? quantos desses 186 criticam a pm da bahia, segunda colocada em mortes de negros?
Eu também. O meu malvado é menos malvado que o seu. Então vai deitar! E calado! E estou aqui esperando retratação, viu!
Caro Zé Eduardo, convém esperar tão deitado quanto sugere aà autor. Os argumentos foram lÃmpidos, podem ser discutidos, mas "retratação" será difÃcil como o Bozo ganhar a eleição.
Justa que Latiu, seu Wilson, o tÃtulo foi tão bombástico que eu achei que era trambique. Não só não é, como o artigo é do Baralho: escrito com clareza, entregou uma carapuça honesta. Que serviu. Me permita o contraponto: o identitarismo atual - digamos, LGBT - alcança popularidade com a moçada (e até com velhotes cis, tipo eu) porque a luta genérica não tá dando conta. Embora resulte nessa visibilidade especÃfica, não é só por autopromoção, não. Por óbvio, sem negar essa possibilidade. [Continua
[terceira e última, supondo que a segunda passe] Por fim, em relação à s "avalanches": temos sido vitimados tão frequentemente pela barbárie que as reações passam da conta, mais hepáticas do que encefálicas. No caso da Bozofrenia, seu tamanho está ligado a força do seu ativismo minoritário, além do uso de robôs - o que é, aliás, rompe com a regra do jogo de ideias. Encerrando, agradeço o excelente artigo analÃtico e o estÃmulo ao debate sem pudores, digno do Miolo Superior, tão em falta.Obrigado!
[cont.] Em relação a tática de defesa, uma observação: embora o senhor tenha razão, ela pode se estender a premissas mais amplas. P.ex., o ataque aos gueis pode ser refutado com base na perspectiva "esquerdista" de igualdade e da "cristã" da tolerância, não somente identitária, do direito daquela minoria em especial - se é que LGBT, hoje, é "minoria", mas Jivago. [Precisarei de mais uma, perdão.]
Coisa muito importante que aprendi no Instituto Benjamin Constant, colégio para cegos. Antes de ser cego, sou ser humano. Cegueira é adjetivo e não substantivo.
Hahahahah, boa, verdadeira, humana e humorada. Bom domingo, meu caro!
Além de ser humano, você é cidadão e se seus direitos, garantidos pela Constituição, não estão sendo devidamente respeitados, ou ultrajados, por grupos com poder na estrutura econômica, polÃtica e social, há que se lutar para que haja uma equanimidade na correlação de forças em uma sociedade de classes.
Excelente texto, ponderado e que convida a uma reflexão desapaixonada do identitarismo. Talvez por isso mesmo é que o texto não tenha gerado engajamento através de comentários.
O professor constatou uma finalidade do identitário e criticou os meios com que os seguidores perseguem os crÃticos. Desculpe a ignorância e se quiser, pode desclassificar o comentário dizendo ser 'condenação de um divergente', coisas assim, ou 'cancelamento'. Mas, qual é o problema de 'autopromoção' dos representantes dessas minorias? Pretos, mulheres e outras minorias não podem ter ambições? Lembrou-me o jargão 'Projeto de Poder', para desclassificar a trajetória de sucesso do PT no governo...
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