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Marcos Benassi
Sérgio, caríssimo, que joelhaço abdominal... Excelente que os caras tenham apontado os limites da pesquisa e os riscos inferenciais, sinal de qualidade; cheira tão bem que vou tentar ter acesso artigo, se for aberto. É um "jeitão norte-americano" de fazer análise de conteúdo, essencialmente quantitativo, diferente de uma corrente francesa tipo Laurence Bardin, mais interpretativa, que demandaria IA. Mas temo que o nível de distorção dos fatos ao qual chegamos, na ponta da criação [continua]
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Marcos Benassi
[cont.]... da criação dessas fábulas, tenha origem num certo mau-caratismo. Não tudo, certamente, mas como você mencionou o trAmpismo... Este, parece-me basicamente instrumental para a pppiicaretagem, mais do que deliróide. E, em relação ao olavão, ouvi o Reinaldo Azevedo fazer um relato muito interessante sobre uma guinada de um pensamento mais racional rumo à tosqueira reaça com a qual se fez popular. Não o desculpa pelo estrago, mas humanizou uma figura quadrupédica: foi bipede, no passado.
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JOSÃ EDUARDO FEROLLA
Como não existem limites para a linguagem, ela continua de forma ininterrupta a dar vocabulário para a maré da pós-verdade, desestabilizando a frieza do racional e criando um local de sentido para interpretações emocionais e projeções idealizadas. É o avatar orientado pelas verdades inautênticas ou construção afetiva das necessidades do 'sapiens'? Superficialidade atraída por fundamentos pessoais ou autonomia crítica da linguagem da condição humana? (Claudia F.)
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Raimundo Carvalho
O que complica a equação da pós-verdade é que há método e cálculo em toda essa loucura. Entre as pessoas escolarizadas no Brasil as que mais consomem e produzem fake news são oriundas das áreas de ciências exatas e biológicas. As emoções nunca foram o forte dessa turminha de privilegiados. Entre os menos escolarizados, a pós-verdade só não encontra terreno entre os trabalhadores organizados. E estes estão quase em extinção.
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Mário AJ Zamataro
Pós-inteligência. Ouvir discurso esdrúxulo e entender normal. Um dos contextos da pós-verdade deve ser a pós-inteligência, não é?
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Marcos Valério Rocha
A pós-verdade começou no início do século XX, com os filósofos kantianos analíticos e semanticistas e sua lógica simbólica, Peirce e Frege, reduziram a semântica a um cálculo matemático de predicados, que acabou influenciando a posterior lógica computacional e seus algorítmos manipuláveis, com desprezo à questões ontológicas e metafísicas. Recentemente um filósofo de mesma linha Searle, procura recuperar uma certa lógica vamos dizer vital, a partir do estudo da mente e neurociência, bom sinal.
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José Cardoso
Muito interessante o estudo. Os anos 80 foram o início da computação pessoal, da Apple e Microsoft. Mesmo antes da internet, o fato de cada um ter um computador em casa chacoalhou aquele mundo do comando centralizado. Era mais evidente na URSS, mas empresas como a IBM também simbolizavam esse sistema de hegemonia do sistema sobre o indivíduo, da razão sobre as emoções.
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Cida Sepulveda
A coisa grande a que se refere o jornalista já é evidente num passar de olhos pelas redes sociais. Nem precisa contar palavras. Em a Era do vazio, Gilles lipovestsky perpassa este tema.
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PHILIPO RAMOS COUTINHO
As emoções foram desacreditadas até as ultimas consequências no século passado. O homem era super racional para tudo: cientifico, pragmático, metódico era iluminismo, realismo, darwinismo.... Nesse século homem pendeu a balança para emocional tudo para os psicanalistas freudianos, os dadaístas, modernistas, ultra românticos.... o problema é que as pessoas viram a chave totalmente! mas se parar no meio do caminho a chave tava era bom.
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José Bernardo
Muito esclarecedor.
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Said Ahmed
Eu não consigo entender as atitudes do jornalismo profissional. Entendo que redes sociais e derivadas alimentam e fortalecem o pós-verdade, que por tabela impulsionam o pseudojornalismo, o pseudointelectualismo, o polemismo, o pedantismo e a lacração, tudo que vai contra o bom e velho jornalismo. Muito raramente vemos no jornalismo opiniões condenando o pós-verdade, ou pelo menos indicando que não é bom e deve ser superado. Nessa lenidade vai levar outros 40 anos para superar isso. Estranho?
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André Costantin
Acabo de conversar com um amigo baiano (que não é o Risério, mas poderia ser): estamos prevendo a "revanche dos iluminados" que virá assim que o Brasil virar essa página funesta. O básico do pensamento dialético agoniza. Aqui escreve alguém que já foi censurado pela turma do Bozo, e, agora, assiste às censuras florescentes da esquerda.
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CELSO ACACIOO GALAXE DE ALMEIDA
Que esquerda? Aquela bancada pela Fundação Ford?
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Said Ahmed
Para mim agora faz sentido que tenha começado por volta de 1980, antes eu achava que tinha começado nos meados da década de 90 quando a internet se populariza e surgem os primeiros blogs e em seguida as redes sociais puxadas pelo Orkut. Em 1979 muitas coisas aconteceram e podem ter influenciado esta nova era: invasão do Afeganistão pela URSS, revolução islâmica e a queda da monarquia no Irã, atentado terrorista na mesquita de Meca, primeira (e breve) incursão israelense no Líbano e a segunda...
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Said Ahmed
... em 1982, que durou 18 anos, a chegada de Reagan e Thatcher e a consequente predominância do neoliberalismo no mundo, a reforma de Deng Xiaping reorientando a economia chinesa, etc. Com tantas coisas importantes acontecendo era de esperar que formadores de opinião ficassem confusos e a opinião pública que os segue, mais ainda. Interessante que ninguém notou onde tanta confusão ia acabar?
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CELSO ACACIOO GALAXE DE ALMEIDA
Concordo, Sérgio, a coisa deve ser mesmo muito grande, reforçou a mistificação no trato das relações sociais, deu fôlego para fundamentalismos á direita além de criar uma nova direita pós moderna travestida de esquerda que abandonou a macro análise pelas visões relativistas e fragmentárias, reforçou o irracionalismo, nas ciências humanas isso foi devastador, preparou o caminho para a extrema direita!
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