Lygia Maria > O erro do cancelamento Voltar
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Acho que a cultura do cancelamento deve ser discutida, pois pode assemelhar-se à pratica de assédio. Mas há contradição na defesa da "liberdade de expressão irrestrita" para os comunicadores, ok, mas sem aceitar nenhum tipo de reação? Conhece o ditado: "quem fala o que quer, ouve o que não quer"? Não acho errado que os patrocinadores se retirem de um programa que defende a aceitabilidade do partido nazista. Questionar lei não é crime, ok, retirar patrocÃnio e audiência também não.
Não deixa de ser irônico que uma pessoa faça um doutorado em semiótica (na universidade pública!) pra terminar colocando José Padilha na mesma prateleira de Chico Buarque e Monteiro Lobato.
"Com açúcar e com afeto" , na voz de Nara Leão, está no meu playlist do Spotify! Não ao cancelamento, prática autoritária, burra e desmesurada.
Esse texto não passa de conversinha de comadres em jargão acadêmico. Qdo seu Frias estava vivo ele escolhia as moças que iam escrever no jornal entre aquelas que se destacavam pela clareza das ideias, mesmo que essas ideias fossem contrárias às dele.
Concordo que não devemos generalizar , a autora refere-se a uma parcela da esquerda; o mesmo poderia ser adotado em relação a uma parcela da chamada direita no que se refere a outros assuntos. A essência do artigo está na crÃtica do chamado cancelamento, bem oportuna por sinal.
Impressionante como a Folha adora gente que só sabe atacar a esquerda, quando vivemos um verdadeiro inferno pela extrema direita no poder. Jardim das aflições sobre o astrólogo terraplanista e o seriado mencionado sobre a lava jato nunca foram cancelados Foram fortemente criticados, sobretudo o último pelas deturpações e mentiras. Jardim das aflições foi apenas ignorado por quem tem alguma lucidez intelectual. Será que criticar pode? Chico não proibiu de cantarem sua música, só não canta mais
eu fico daqui imaginando se o Lula ganhar mesmo, olha só, será uma caça ás bruxas reverso. aliás, já estão ensaiando, treinando e simulando há muito tempo. corram....
Chico Buarque tem o direito de cantar o que bem entende e se o que dizem as feministas lhe parece pertinente qual o problema? É uma escolha individual, quem acha que não tem a ver que continue cantando suas músicas, ele não proibiu. Cancelamento é o que faz Mario Frias que sendo um servidor público usa critério ideológico na escolha de projetos culturais. Mas como ele é bolsonarista...a articulista deixa quieto. Para bolsonaristas tudo é culpa só da militância da esquerda, sempre.
Está certo quem alega que ler é chato e dá sono. Assim evita polêmica.
Ricardo. Infelizmente, não posso reivindicar a autoria desta pérola. O autor chegou à presidência da República.
Vindo de um assinante de jornal, cai na risada, esse Peter é um grande piadista! Realmente, que polêmicas chatas que temos visto, e a moda tá pegando, vai só piorar. Vão querer apagar todas as músicas e livros do passado por todos os motivos (in)imagináveis. Não tem os doidos terraplanistas e antivacinas? Então, vai ter motivo pra todas as obras
Pergunto: beijo gay em novela promove o homossexualismo nas crianças? A censura que o bolsonarismo quer aplicar acaba se encontrando, de alguma forma, com essas crÃticas bobas em relação a certas obras. Vamos proibir Nelson Rodrigues? Vetar determinados sambas por suas abordagens aos temas? Uma obra de arte é uma obra em aberto, se presta a várias interpretações. A Sátira é uma prova viva disso, sua função era escarnecer comportamentos, ridicularizar seus autores.
monteiro lobato foi um dos primeiros a irem para a fogueira reversa. cancelar, qualquer obra de arte, ou eventos do passado, não muda a História, aliás, envergonha quem quer mudar, tipo Rui Barbosa reverso.
É muita bobagem essa condenação a obras de arte por supostas interpretações, que se pretendem as únicas possÃveis em relação a ela. Que o Chico não queira mais cantar a música é direito dele, as razões alegadas são descabidas. Uma obra de arte reflete o espÃrito do seu tempo, não de 50 anos depois. A enunciação de um fato na obra não promove valores sobre o fato, assim como cancelar a obra não acaba com o fato. O Machismo continuará existindo. Isso termina em censura!
A música pode ser vista tanto como aceitação quanto como denúncia
Muito bem exposto, e vale para as outras artes também, como a literatura. Cabe a cada ouvinte e a cada leitor refletir sobre os conteúdos dessas obras no contexto em que elas foram criadas e no atual.
Inteligente, como sempre
Desde quando?
Name dropping com tintas de reflexão acadêmica.
Pergunta-se: um samba como Mulata assanhada, de Ataulfo Alves, que proclama: ai, meu Deus que bom seria se voltasse a escravidão, deve ser cancelado? O significado dessa mensagem pode ser alterado pelo receptor ao repeti-lo alegremente? Quem tem mais lugar de fala nessa questão: o branco ou o negro? Ou ambos deveriam ter conscientização histórica de que a tragédia não pode se repetir nem como farsa?
Hahahahah, que dedo no'zóio certeiro! Entrou um galho de Pinheiro nas vistas! Hahaha!
Você foi brilhante em seu comentário. Acho que seu questionamento na verdade é a melhor resposta ao texto.
A nova colunista na semana passada defendia o neoliberalismo atacando o conceito de mais-valia e questionando o racismo estrutural. Ela mostra serviço ao jornal que quer construir uma imagem de pluralidade democrática. A folha, no entanto, seleciona, em sua maioria, aqueles que se efetivem como porta-vozes do setor dominante da Pauliceia endinheirada.
Bem: são os que pagam o arroz e feijão da empresa. não somos nós leitores e assinantes, que compomos apenas pequena parte da renda.
Prezada Lygia, sei não: no caso do Chico, é o próprio autor quem declina de exibir a obra, enxergando algo que considera incabÃvel. Identicamente, o Baden não toca mais os afro-sambas, e tá mais do que no direito - eu acho triste. Sem dúvida, julgar a obra ou pensamento pela parte, tomando-a pelo todo, empobrece. Mas apontar o dedo para "à esquerda" é redutor, a destra o faz largamente. E seu "truco" ao fim do texto, convenhamos, foi pretensioso, um "arrã!" um pouco bocó...
Não tem pé nem cabeça criticar uma obra do passado com a visão do presente. A própria Nara Leão, que era feminista, pediu uma musica do gênero ao Chico e ele a compôs para ela. Quanto ao artigo, não gostei da critica generalizada a esquerda, algumas poucas feministas sem noção que fizeram a critica, inclua todas/todos os demais da esquerda fora dessa!
Concordo plenamente com você Marcos. Ótimo revisitar o passado, mas sem querer apagá-lo, isto para mim que não tem cabimento. Eu não achei ruim o artigo da Lygia, separei meu comentário em duas partes: "Quanto ao artigo, não gostei da critica generalizada a esquerda": eu quis dizer que em relação ao artigo, só tenho isso a criticar, colocar todos nós da esquerda junto com essa meia dúzia sem noção é sacanagem! Tem um povinho que insiste na demonização da esquerda por tudo e por nada
Enquanto uma discussão das ideias, acho que cabe a crÃtica, caro Ricardo. Discutir a linguagem do Lobato nos livros, é um ótimo ponto de partida para tocar no tema do preconceito, da escravidão etc. Abolir a obra é que não cabe. Achei excessivamente generalista a crÃtica "à esquerda", tal como você aponta, podÃamos passar sem essa...
Por isso guardo meus CDs. Vai que o cancelamento nos prive de ouvir o que amamos em streamming, e só nos reste nas plataformas o politicamente correto para essa turma da neo censura pós rebelde.
"Cancelamento" é um termo criado pela direita para se vitimizar quando tem que lidar com as consequências das suas próprias atitudes e opiniões. Em resumo, o público cansou de consumir (como o filme e a série citados no artigo) e os artistas e produtores de conteúdo lixo começaram a ficar preocupados e gritam "Estamos sendo cancelados!" Sobre Chico Buarque, ele canta o que quiser como quiser.
Corrigindo: " o público cansou de consumir lixo (como o filme e a série citados no artigo)"
O Putin falou que essa técnica bolshevik já foi muito usada na Rússia do século passado, por isso não funciona mais lá hoje, só no ocidente.
FSP coloque, por favor, artigos como este, que lamentam o "cancelamento" de "obras" como Jardim das Aflições junto com o pacote BBB, assim a gente não precisa perder tempo lendo inutilidades. Obrigada.
Hahahahah!
Ótima reflexão!
Muito fraco como os dois primeiros artigos. Entrou para a lisra do poisé, beltrao, narlock, joel. Tá cancelada. Kkkkkkk
Erudição??? Sério isso?
Eu diria que é melhor que esses e a finada Rochamonte. Tem um pouco mais de erudição e não é tão perversa quanto o Poisé.
se o próprio autor confirma o sentido que hoje diz não admitir mais, quem somos nós para criticar. uma coisa são as mudanças de sentidos da comunicação, outra o destino da música do Chico, que ele mesmo é o direito de decidir. vai mal a colunista mais uma vez.
Esta é a ditadura comportamental que esta esquerda esta nos empurrando goela abaixo. Eles querem nos dizer o que podemos ler, ouvir, assistir ou escrever. Prestem atenção, com a militância sendo órgão de censura e seu lÃder falando em regulamentação da mÃdia, estamos entrando numa era muito perigosa.
Então tá, Hilde. Por falar em ditadura comportamental, que tal defender a descriminlnalizaçao do aborto, da maconha, o casamento entre pessoas do mesmo sexo? Vamos discutir coisas sérias e não picuinhas que não afetam em nada a vida de ninguém.
Ah, tá.
Chico precisa seguir em sua cruzada de auto-cancelamento. Mulheres de Atenas deve ser a próxima.
Antes deve ser a Geni, que ele plagiou do conto bola de sebo, de maupassant
Agora tudo é "cancelamento". Tá xarope isso.
Bingo!
A colunista quer obrigar Chico a cantar a sua própria canção?
Autocancelamento é uma pérola. Diria que é o ápice dessa batalha do pensamento conservador/retrógrado contra qualquer tipo de crÃtica. Mas não afirmarei isso. Os conservadores e retrógrados não cansam de me surpreender.
Quem tenta obrigar alguma coisa é a esquerda, Rodrigo. A colunista esta falando que a razão do autocancelamento do Chico é uma coisa totalmente ultrapassada.
Pergunto a colunista: só a esquerda cancela? A direita não?
Se a direita cancela, me cita um exemplo. Isso e moda da esquerda. Com relação a música, o autor faz o que ele quer, embora eu não concorde.
Pelos motivos ridÃculos que a colunista elenca, somente a esquerda, Said.
Uma pergunta, existe "esquerda pós moderna"? A defesa de bandeiras corporativas que se dissociaram da luta de classes, tendo o irracionalismo na base filosófica e se descomprometendo de lutar contra a exploração do trabalho pode ser de esquerda? Se as resposta aos dois questionamentos forem negativas, então a " esquerda identitária pós moderna"é a outra face de uma nova direita!
Obrigado Daniel, não tenho medo de cancelamento, entendo que está na hora de travar o bom combate. Infelizmente, O PT ao optar por uma polÃtica de conciliação de classes, investiu na pauta identitária agradando a burguesia e aos movimentos de base corporativa, a crÃtica á esquerda foi sufocada pelo avanço da extrema direita, que capitalizou a insatisfação do trabalhador pobre á margem de cotas!
Boa. Mas saiba que defender seu ponto de vista vai cancelá-lo. Jose Paulo Netto tem argumentos nesse sentido, e é duramente criticado por essa galera pós moderna entre aspas.
Além disso, qualquer obra ou autor não pode ser dissociada do momento histórico em que estava inserido, pois, grandes homens ou mulheres, são seres humanos e fazem ou fizeram parte de uma coletividade que não só aceitava como, às vezes, incentivava, comportamentos que hoje são considerados incorretos ou indevidos.
Excelente.
Excelente artigo
E o mais grave nisso: tem muito do behaviorismo e suas técnicas comportamentais nesse linchamento por meio virtual que a esquerda pós-moderna prática. É punição negativa ou positiva e reforço negativo ou positivo. Pra quem se achava o suprassumo da modernidade ou que julgava ter deixado ela e seus problemas para trás, isso é bem grave!
Caro Victor, "tem behaviorismo" desde o parquinho infantil até a fila de bufê de almoço em cruzeiro: Skinner e vasta companhia posterior somente constataram a forma como ocorre e se mantêm os comportamentos dos organismos. E a esquerda, pós ou pré moderna, abomina o determinismo behaviorista...
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