Ilustríssima > Como a Semana de 22 virou vanguarda oficial depois de 50 anos esquecida Voltar
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Oswald queria ser o "poeta federal" (expressão de Drummond, o primeiro autêntico poeta moderno no Brasil), mas na verdade era para a literatura nacional o que o jogador Kaiser fora para o futebol.
Achei o texto fantástico e o roda viva estava indo muito bem, até que colocaram o Chico Buarque e a sua revisão das letras. Ruy teve a infeliz ideia de proteger o politicamente incorreto, com um comentário de Danuza Leão sobre o que pensaria Nara da letra imprópria. Esse comentário dizia que Nara optaria pela noite quente de amor com o machista. A falácia da virilidade ignorante, que garantiu o voto feminino em Bolsonaro. Que decepção!
Muitos dos reparos ao texto nos comentários abaixo foram respondidos categoricamente por Ruy no Roda Viva desta segunda. O texto e a participação de Ruy no programa deveriam compor um só documento. Um manancial! Parabéns, Ruy.
Admirador e leitor dos livros e colunas do Ruy Castro, há algum tempo noto um certo bairrismo, um provincianismo tÃpico de mineiro que comprou o Pão de Açúcar. E que acredita ser o legÃtimo dono.
Para sustentar sua tese de que a Semana de 22 só ganhou importância após a comemoração do Sesquicentenário da Independência em 1972, promovida pela ditadura militar, Ruy Castro ignora o Rei da Vela, o teatro Oficina, os poetas concretos e o Tropicalismo, tudo e todos ainda nos anos 60 –e 50, vide Ferreira Gullar versus Augusto de Campos-, movidos e comovidos pelos “dândis” paulistas.
Já é consagrada a história de que os "cariocas" Di Cavalcanti e Graça Aranha, este amigo de Paulo Prado partiram para São Paulo e com os apoios devidos consagraram a Semana de 22. O que restava do movimento estudantil em 72 tendo a cultura como seu último modo de manifestação democrática, marcou presença e apesar da repressão que se abateu fez a sua comemoração. Independente e contra o oficialismo da ditadura. Memoravel jornada.
Ruy, acho que vc está esquecendo do que teve de bom na semana. Ou melhor do que teve de excelência neste movimento que não se restringiu apenas aos nomes citados, mas a muito outros artistas, entre eles pintores renomados e penso que é disso que se trata. Focar apenas em quem disse isso ou aquilo, no q os militares fizeram nos 50 anos da semana, q coincidiu c/ os 150 anos da independência, ou quem falou o que de quem, é minimizar o evento, que com certeza teve muita importância p/ nossa cultura
O mais interessante nisso tudo é que os detratores da Semana de Arte Moderna (as novas "Araras castradoras") não mencionam o papel do carioca Ronald Carvalho, no evento. Será que o estrabismo de Bilac contaminou até a blague redentora, disfarçada de pesquisa histórica? A Semana de Arte Moderna anda rediviva, dando IBOPE, quem diria, até ao jornal concorrente e atropelando argumentos desencontrados que não se aprumam de forma alguma. Ruy Castro, quem sabe, um dia entenderá a Tropicália.
É recalque?
Pelo menos dessa vez, Ruy Castro gastou tinta e papel para discorrer sobre o processo de canonização da Semana de Arte Moderna. Ruy se ressente por não ser um acadêmico. Se fosse, estaria alinhado com Bourdier ou Sérgio Miceli, sucursal brasileira do pensador francês. Esse pessoal é incapaz de tratar o fato literário em si mesmo, mas a ligação de seus de autores com as estruturas de poder, o que não deixa de ser interessante, quando não descamba para a mera desqualificação.
Tem sentido. Muitos generais do perÃodo revolucionário foram crias do movimento tenentista de contestação à velha república. Uma leitura ligando a semana de 1922 a 1930 dá um charme cultural mais amplo a essa coisa de escolas militares e quartéis.
Muito importante conhecer a História para além do que aprendemos. Entender os nossos mitos.
A riqueza de informações deste texto justifica minha assinatura da Folha. Que bela coluna do Ruy Castro.
depois dos esforços deste cara em desmerecer a semana de 22, dizendo que a origem do modernismo foi no RJ, porque lá está a academia brasileira de letras (aquela do zé bigode da cbn, sarney, fhc, ziraldo gilberto gil, fernanda montenegro e logo terá o romário), aquela que não faz o machado parar de dar voltas no caixão. Daria para imaginar que ele irá argumentar que as fronteiras brasileiras não foram expandidas pelos bandeirantes mas pela torcida do flamengo.
O bairrismo aisxxxtravanca o pogreçio.
Texto instigante, interessante e fundamentado! Deve ser contestado com argumentos sólidos e não com argumentos superficiais, "ad hominem".
Concordo em gênero, número e grau.
Não sei se é tristeza ou sentimento de raiva quando leio um intelectual como Ruy Castro, grande conhecedor de nossa história, oficializar a semana de 22 como um marco da nossa arte. Enquanto continuarmos contanto essa historia de uma maneira racista, enquanto continuarmos compartilhando essa mentira contada pela academia branca e celebrada no Municipal onde negros nem se quer podiam entrar, continuaremos matando congoleses a pauladas e destruindo terreiros de religiões afro-descendentes.
Acho que vc não lei o texto, ou se leu, não entendeu patavina.
Fabrizio, leia de novo e até o fim. O artigo é justamente para denunciar a oficialização da Semana. Quanto à falta de escritores negros nela, são os modernisdtas que têm de ser cobrados.
Muito interessante. É bastante curioso mesmo…por que ficou 50 anos esquecida e por que, justamente, na época mais obscura ganhou louvores como algo “revolucionário” no mundo das artes? Nos coloca pra pensar e investigar mais. Continue!
Mds, acho q não tem ninguém mais bairrista que o Ruy. Que energia. Credo.
Pelo que já li dele por aqui, concordo e muito com vc.
A Bossa-nova foi um movimento de uma juventude privilegiada da zona sul do Rio de Janeiro, capital cultural à quela época. Seus temas distanciavam-se das agruras da maioria dos brasileiros. Barquinhos nunca atingiram a sensibilidade popular nos barracos das periferias, nos casebres dos sertões ou na solidão dos cerrados. Foi um produto amplamente divulgado pela mÃdia concentrada na ainda capital do paÃs. Não mudou a sensibilidade estética geral mas apenas do grupo que formou a geração posterior.
E pensar que a Folha já teve entre seus colaboradores intelectuais refinados do porte de Antonio Candido, Alfredo Bosi, Roberto Schwarz, Davi Arrigucci Jr, Haroldo e Augusto de Campos, Décio Pignatari, Marilena ChauÃ, etc.
Uma viagem no tempo.
Pode-se, e deve-se, contestar o Modernismo mas que tal discussão não se nutra de ressentimentos bairristas e revanchistas. Que seja fundamentada na problematização da centralização do poder cultural no centro mais desenvolvido do paÃs. O fato de a elite modernista se relacionar com figuras da sociedade, como Paulo Prado e OlÃvia Guedes Penteado, assim como Oswald ser filho de um proprietário de imóveis, obriga-nos a pensar que implicações tiveram essas relações com a criação estética.
O propósito dissimulado é a desqualificação da Semana de Arte Moderna como uma invenção paulista. Há semanas que o morador do Leblon insiste em emplacar sua versão ressentida.
Como o tÃtulo do artigo já aponta, a proposta é fazer uma revisão histórica sobre a valorização do evento e não uma análise estética das criações modernistas.
Grande texto.
Texto demolidor!
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