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A vida por aqui sempre teve baixo valor, em se tratando de gente pobre e preta, nenhum valor.
somos todos alvos, ainda que sejam pretos, como diria o torquato neto. a única solução, não mais o tango argentino, de bandeira, é a conclusão de fernando pessoa: é morrer. ou aquele filme: corra!
A convivência diária com o crime sempre teve a conivência como cidadãos, de baixo ao alto. Jogo do bicho? a fezinha com o apontador engrossa o caixa do crime; caixa dois? a justificativa da sobrevivência do empresário alimenta a corrupção de fiscais; molhar a mão do guarda de trânsito? Aplaudir justiceiros? Sejam os do extermÃnio dos homens, sejam os da lei, criam os heróis de barro e lama; carnaval de bicheiros? Quem se importa com o que fazem durante o resto do ano....
Manoel Moreira, morador da favela do Esqueleto, onde fica atualmente a UERJ, foi alcunhado como Cara de Cavalo. Foi homenageado, após sua morte, pelo artista plástico Hélio Oiticica, autor da instalação Tropicália que deu nome à música e ao disco. O artista criou um estandarte com os dizeres: seja margi-nal, seja herói. Este foi utilizado em um show de Caetano e Gil na Ditadura que motivou a proibição do espetáculo. Neste paÃs, a polÃtica de extermÃ-nio é o bandi-tismo oficializado.
Sêo Ãrvo, o 'lemão me pegou, só pode ser alzheimer: não me lembro do nome do excelente repórter investigativo que, uns 2O anos atrás, na falecida "Caros Amigos", publicou uma investigação sobre a Scuderie Le Cocq absolutamente entranhada no governo do EspÃrito Santo (também, faz 2O anos, vou deixar passar). Mas é isso que Vosmecê falou: é parte de nós, já se instilou nas veias dos visigodos nativos. Os bárbaros vêm aÃ, com machados viking e tudo o mais.
Faltou apenas mencionar os créditos devidos a Bruno Paes Manso, autor de "A REPÚBLICA DAS MILÃCIAS", que estuda o crime organizado no Brasil e situou em primeiro plano a conexão dos esquadrões da morte ao domÃnio e hegemonia atual das milÃcias e facções em todos os estados brasileiros, mais notadamente no Rio de Janeiro e São Paulo.
Mmmmm... Mais um para encontrar na estante virtual... Eu lembro desse livro conhecido autor, mas não o li. Grato da referência!
Não bastasse os crápulas armados, ainda temos os fetichistas da morte, aqueles que muito alegremente aplaudem as execuções, exigem sangue, dizem que bandido bom é bandido morto, mas nunca se prestaram a pegar uma arma na vida, terceirizam o trabalho sujo aos outros e eles que sofram as consequências, se ainda preservam alguma humanidade em si. O Brasil é realmente um paÃs onde a vida do outro vale pouco.
Tantas mazelas! Milhões de pessoas vivendo sob o domÃnio do medo. Qualquer dia a Netflix vai produzir a versão Narcos Brasil. Pelo menos o nome desse bandido me lembrou da música A Horse With No Name, e fui ouvi-la no Youtube.
Grande lembrança! Adoro a música
Cara, que lembrança poética! Há décadas eu não ouvia essa música linda. Valeu muitÃssimo, até porque na época eu não sabia o suficiente de inglês para compreender a letra, mesmo eles cantando muito claramente. Claro, eu ter nascido em Piracicaba, e o America cantar com esse sotaque sulista caipira, ajuda demais. Haha!
Ãlvaro Costa e Silva, sempre garantia de grande jornalismo com viés histórico.
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