Vera Iaconelli > Freud além da elite Voltar
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O problema de clÃnicas públicas hoje em dia é que a psicanálise não é considerada uma ciência, ao contrário dos anos entre guerras. É problemático que dinheiro público seja destinado a sessões de análise por profissionais não médicos. Mas acredito (não tenho certeza) que a psiquiatria, que não exclui modalidades de escuta do paciente, esteja no SUS.
Dona Vera, seus argumentos são consistentes e e civilizados, o que não é pouca coisa, mesmo. Mas psicanálise é coisa pra quem tá de bucho cheio, não é reflexão pra miserável. Malemá remediado, e olha lá. Nem que de graça. Simplesmente não cabe, nem na agenda do desesperador trabalho, nem há espaço mental pra coisa. Se os psicanalistas lutarem na polÃtica pela redução da miséria e da extrema riqueza, com a agudeza de pensamento que exercitam, já é um servição público sem tamanho.
Tem toda razão você, Thaissa. Só não creio que, como ação de massas, isso tenha qualquer possibilidade de êxito. Claro, há miserável com auto-reflexão e grande interesse em explorações introspectivas. Mas a regra *não é essa*, nem de longe. Eu torço pra que um trabalho como o seu e os que a dona Vera mencionou dêem muito certo, porque, pra esses atendidos, pode ser um instrumento fundamental de transformação. Mas são exceção.
Oi, Marcos. A análise para pessoas em situação de pobreza funciona bastante. Trabalho em uma clÃnica pública. A teoria não é ensinada, é usada como ferramenta terapêutica. Cabe tanto que elas a usam como forma de esvaziar a mente, entre outras coisas. É uma suposição cruel de achar que os mais sofridos não podem/tem condições de buscar a saúde mental. O senhor é psicólogo, não? Escutar o indivÃduo a quem isso é negado cotidianamente me parece ser bastante polÃtico.
Livre-mercado exige liberdade de preços. Cada um que cobre o que acha que vale. Se tiver mercado, perfeito. E cada um que contrate o que puder. Bons produtos custam mais caros que os médios. Os de altÃssima qualidade, mais ainda. Luxo é indicativo de valor.
Arrã.
Uma pergunta, a você, que leio tanto: qual a importãncia, ou significado, do pagamento (não o valor!) numa psicanálise? O dinheiro concretiza algo, certo? ou, errado?
Essa sua coluna me pareceu uma resposta a uma colega sua, também colunista do jornal que oferece sessões de quatro dÃgitos, ou pior, pacote de sessões que chega a cinco dÃgitos! Como assim, pacote de sessões? Em que se transformou o atendimento psicanalÃtico? Que bom ler você e ouvir o Dunker pra saber que esse tipo de comportamento é fora da curva.
Sim, prezada Vera, existem (muitos) profissionais que vivem as custas de uma "psicanálise como bem de consumo", sócios da "elite que se vangloria de pagar sessões de quatro dÃgitos". Como ir além disso? O mercado (essa instituição maldita para alguns, redentora para outros) está oferecendo cursos rápidos, a custo mais baixo, para quem interessar possa. Como aconteceu nos planos de saúde baratos para quem não pode pagar um melhor. O Brasil tem esse muro civilizacional, que exclui e segrega.
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