Ilustrada > 'Com Açúcar, com Afeto' ainda pode ser analisada como a bela canção que é Voltar
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Cirúrgico comentário, Cleber. "Com Açúcar..." não exalta a submissão da mulher, como faz a letra de "Amélia"; ao contrário, denuncia o machismo do homem que, embora tenha companheira, se sente livre para suas farras. Chico se coloca no lugar dessa pobre mulher, que se sacrifica para prender o companheiro em casa. Coisa de gênio! E ninguém pode detê-la. Não pertence mais ao Chico, e sim à sensibilidade humana. Vou continuar cantando-a.
Sidney falou exatamente o que me ocorreu quando li sobre o assunto. A personagem feminina não está contando sua história com naturalidade, mas com uma imensa tristeza por sua condição, que lhe parece incontornável naquele momento. Quando ouvia o disco do Chico na infância, a ideia que essa música me passava jamais foi "é assim que deve ser a vida das mulheres" mas exatamente o oposto: que agonia dessa mulher, esse cara não devia fazer isso com ela. Definitivamente, nada tem a ver com Amélia.
Excelente artigo. A polêmica é rasa, pois „é arte imbecil!!“ rsrsrs para usar uma expressão atual. Imagino os franceses cancelando A Comédia Humana de Balzac, está tudo lá, Chico leu, todos os podres do homo sapiens e suas virtudes, em nossa eterna autofagia lupina, célebre por Thomas Hobbes.
Primeiro: Chico nem cantava mais essa música. Segundo: se eu quiser cantar essa música eu canto. Chico, excelente sambista, ótimo compositor e cantor, é isso. Eu separo o artista da pessoa fÃsica, a quem acho equivocado nas preferências polÃticas.
Quem quer minha piriquita é melhor, ninguém protesta, cada umax doa a piriquita para quem quiser, principalmente se ela pousar na caneta azul dos machos e mochos desse brasil varonil e cruel. e amoda é cençurar obras de arte, seja, literatura, pintura, escultura, música etc. e sempre com sal e ódio.
Não é verdade que Chico deixou de cantar "Com açúcar com afeto" por alguma questão feminista. Isso é lenda. A música é belÃssima e na minha opinião é um relato absolutamente anti machista quando descreve a vida submissa e desencantada da mulher sofrida e apaixonada. Foi Nara quem pediu a música e a interpreta magnificamente. A música flui conforme a letra e são integradas à perfeição. Chico não brinca em serviço, vai no ponto sempre como artesão de palavras que é.
Sou um anarfa musical, mas percebo que a peça cantada é de uma beleza sublime. Só acho que não é esse o ponto: vamos reduzir a obra de arte a uma forma de propaganda do que se julga politicamente correto? Claro que Chico, autor tem todo direito de não mais cantá-la, nem precisa justificar. Ele é o autor, mas não o dono da canção. Irá sobreviver? Manterá, como muitas canções antigas politicamente incorretas, a capacidade de emocionar?
Mulheres de Athenas, fica como?
Até Péricles sabe que a letra é a favor das mulheres e não contra.
Mário Vargas Llosa diz que se lhe fosse permitido salvar apenas uma de suas obras, salvaria "Conversa no Catedral". Teria Chico Buarque escolhido a que jogaria na fogueira?
De que me lembre, a primeira canção 'cancelada' no Brasil foi "A8 que saudades da Amélia" (Ataulfo Alves e M ário Lago). 'Amélia' virou sinônimo de mulher submissa. Mário Lago se defendia: "Amélia representa a mulher solidária. Submissa é a mulher de 'Com açucar." Desde quando a músic foi gravada por Nara, Chico já dizia que não a cantava "por razões óbvias". 'Razões óbvias", no caso, eram o fato de se tratar de uma mulher cantando para seu homem.
(Ai que saudades...)
Muito bem lembrado o álbum ao vivo de Chico & Bethânia eu acrescentaria "Sem Fantasia" a essa seleção de composição e interpretação. Éramos felizes e sabÃamos! Obrigado pelos esclarecimentos melódicos e harmônicos.
Aula de Arte!!!
E como precisamos de aula. O conteudismo nos mata!!!
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