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Ivo Pera Eboli
Mayana Zatz, ex Pró Reitora de Pesquisa da USP, esteve em uma edição recente da "Roda Viva" da TV Cultura de SP. Perguntada porque havia tão poucas mulheres em cargos de direção na USP, considerou não haver diferenças de salário, ou de possibilidade de crescimento profissional, no ambiente acadêmico, devido a raça, credo ou gênero. E que talvez isso se devesse a escolha das mulheres, que prefeririam valorizar a vida familiar, etc. Haveria algo de errado nessa escolha?
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José Cardoso
Bem interessante. A escola pública universal paga pelos contribuintes é uma espécie de seguro. Embora os pais queiram o melhor para seus filhos, às vezes ficam desempregados ou passam por dificuldades. Com todos pagando pela educação das crianças no ensino fundamental, evita-se que um infortúnio eventual atrapalhe sua formação.
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Marcos Benassi
Prezada Cecília, excelente você trazer um trabalho como esse, de viés quantitativo, como complemento e contraste com nosso usual olhar sócio-antropológico para a coisa. Contudo, veja: os autores alocam, arbitrariamente, como "custos de formação", aspectos eminentemente sócio-econômicos derivados de várias fontes. E, como variável separada, "preferências ou normas sociais". Ambas as variáveis, contudo, provêm do ambiente e incidem pré-mercado de trabalho.
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Marcos Benassi
Tanto estas escolhas, como a também arbitrária premissa da permanência das habilidades em um grupo ao longo do tempo, poderia dar uma boa discussão do modelo. De todo modo, as análises parecem ter usado bons métodos estatísticos, e são interessantes, ao indicar que a seletividade do mercado é menos relevante do que as variáveis de formação. Queria ver uma mesa redonda desses pesquisadores com a participação do Jessé Souza, antigo diretor do ipea... Muito grato da referência interessante!
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Roger Z Moire
A análise erra ao considerar que, atualmente , as "profissões de alta qualificação e de alta remuneração " são ocupadas pelos mais capazes, não levando em conta as leis , "incentivos" e ameaças de "cancelamento" que obrigam as empresas a aplicar viés de gênero e raça nas contratações. Seria o mesmo que considerar como um sucesso da indústria da moda aquele famoso traje que os chineses utilizavam nos tempos do Mao Tsé Tung, sem levar em conta que eram obrigatórios.
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Marcos Benassi
Nem leu nada do estudo, hein? O posicionamento das empresas respondeu por apenas 8% da variância observada. As variáveis de formação, pré-mercado de trabalho, por 36%. Falando na mesma linguagem do modelo, o "custo de vestimenta" foi muito mais relevante do que a opinião do contratante sobre a elegância.
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