Lygia Maria > A política está de mau humor Voltar
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Polarização, cara colunista, existe na sociedade, antes mesmo de existir na polÃtica. São escorregadios os raciocÃnios que procuram igualar os lados. A desigualdade é que os define, não a semelhança. Se dizer isento, isentão, é querer pular fora da pinimba, o que favorece o mais forte, certamente.
Pense bem, caro colega leitor, sobre a hipótese dessa coluna. Tem um blablabla sobre diversas formas de manifestações e benefÃcios do humor e depos a hipótese que perdemos o nosso humor devido a polarização polÃtica baseada em absolutamente nada. Nem um estudo ou dados da perda generalizada do nosso humor. Vai muito mal essa colunista. Será que ela não tem ambição polÃtica? Quem sabe se candidate e de a folha outra oportunidade de escolha.
A melhor época para viver no Brasil foi logo após o fim do regime militar. O pessoal estava tão sedento por liberdade que qualquer um que insinuasse em censurar alguém era sumariamente defenestrado. A ascensão da esquerda caviar ao poder trouxe de volta a censura, agora com os codinomes de patrulha do "politicamente correto" e "patrulha identitária" , e com elas a sombra do medo e do fascismo.
Lula e o seu pt, que instauraram o "nós contra eles", e depois o bolsonaro, com o seu "eles contra nós", acabaram fazendo com que a polÃtica deixasse as pessoas "umas contra as outras" (e de muito mau humor).
Manter o bom humor apesar de tudo, essa é a solução. Ser bem humorado não significa ser debochado ou insensÃvel ao que acontece, mas nos ajuda a atravessar essas dificuldades. Além disso, o humor tem uma função polÃtica importante: ridicularizar pessoas e situações absurdas.
Marreco e nove dedos são apelidos bem humorados para 2 dos candidatos. Quais seriam os do Ciro e Bolsonaro?
Uma pessoa mau-humorada mandaria a sinhazinha para um lugar fétido.
Diante dos ataques à Democracia, do armamento de milicianos, de milhões de desempregados morando nas ruas, da destruição do meio-ambiente, do aparelhamento das polÃcias, de mais de seis mil militares no governo, do nazifascismo crescendo, do racismo estrutural, de feminicÃdios, homofobia, concentração de renda e desigualdade social, a solução da Polyana Pangloss é ser bem-humorado.
Frasco de perfume barato e vazio.
Mau humor é essa manjada estratégia da direita de colocar Lula e Bolsonaro no mesmo saco. Vai tentando, Lygia.
Em qual mundo vive essa autora? A trágica situação em que esse desgoverno colocou o Brasil não combina com humor. Simples assim. Acho que essa autora estava sem inspiração, só pode. Aliás, faltou humor no texto.
Na fome, na violência, no racismo, na misogenia, no negacionismo e mais algumas coisa não há humor.
"Humor ist, wenn man trotzdem lacht". Humor é quando se ri apesar de tudo, diz-se em alemão. Não se referindo necessariamente ao sutil humor da Oktoberfest.
Cara Lygia, depois de ler seu texto, não sei como é que posso enxergar a mim mesmo. Não perdi um grama de meu humor, de minha acidez e meu sarcasmo, aà contraire - o que não quer dizer que não tenha ficado profundamente deprimido com nossa transformação em fossa. Mas, aos 50, tô mais freudiano do que nunca: mesmo não gostando de psicanálise (como vÃtima, digo), admito que a galhofa têm sido excelente muleta pra sobrevivência. E pra luta, que sem humor não dá para enfrentar a hidiotice.
Não é pela polarização que o riso perdeu seu lugarÂ… é por conta do negacionismo que matou tantos brasileiros, do incentivo à s armas, do desmatamento descontrolado, etcÂ… etcÂ… Que paÃs você vive?
Seu texto foi removido porque infringe as regras de uso do site.
Bom humor e ofensa definitivamente não combinam, como provam as piadas ofensivas e nada engraçadas do bolsonaro (a não ser, talvez, para ele e seus admiradores), que geralmente terminam com a condenação dos ofensores por danos morais como no episódio do furo jornalÃstico.
Acho justo que seja deletada. É ofensiva mesmo. Só quero saber qual é "o limite do humor" pra essa gente que acha que a "polarização acabou com o humor".
Mmmmm, passou da conta, né, meu caro? Num carece e nos aproxima de salMouras e de Costas... (E será "delatada" - não por mim, óbvio, mas não chegará até às 10 da matina...)
Tem um meme sonoro que o podcast Medo e DelÃrio em BrasÃlia usa bastante pra falar de polarização. Dá uma conferida lá, menina Lygia. Talvez fosse goste. E ainda vai dar umas boas risadas.
*você goste
Ótimo texto. Sinto o mesmo no dia a dia, as pessoa buscam apenas a polarização, quando na verdade existem diversas opções, não só aquela que querem que você "engula".
Eu concordo com o Robson e com o Martins que vieram antes de mim. Mas eu não dou a ninguém o direito de tirar o meu bom humor. Nem ao inominável que ora nos governa. Hoje mesmo num churrasco utilizei a velha máxima : Se você acha que a sua vida está ruim, pensa na do cara que tem que limpar o banheiro do Rock in Rio. Todo mundo deu risada.
Hahahahah, foi esse o espÃrito da crônica do Ricardalho, nosso filósofo Tuga do humor. Mas, caro Ricardo, assim você dá margem a comentários do tipo "esquerda caviar", aliás, "esquerda churrasco": picanha ostentação! Hahaha!
Esse discurso da polarização não cola, e ainda assim há quem se apegue para relativizar o inominável, conhecido como ultradireita. Não há hoje uma ultra esquerda (sequer uma esquerda puro sangue). Se existem dois lados, um é o da negação, da morte, da ignorância. Estar do lado oposto a isso não é polarizar, é ser civilizado. Tenta outra!
Ótimo texto, parece até minha terapeuta falando, mas tudo tem um limite: três anos , um mês e 20 dias de Bozo é complicado manter o bom humor.
Ah, caro, mas existe aà uma sutileza: "manter o bom humor", pra dentro de si, significa resistir ao rebaixamento do gozo existencial, que realmente é uma batalha - Bozo, o Antigozo, quero mesmo é que a gente se estrumbique e se parta em mil pedaços. A outra, é a utilização do humor como ferramenta comunicacional, o sarcasmo como arma giratória, a exposição do ridÃculo como instrumento de desconstrução e crÃtica. É possÃvel e válido debochar da Bozofrenia réptil mental.
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