Eu me vi adolescente no seu texto hoje (exceto pela ultrajante parte do sofrimento com as mãos bobas nos ônibus). A gente (mais velha que você, do tempo do "novo disco do Zappa ou do Zeppelin") achava que colocavam amoníaco ma maconha prensada para ela não estragar... então era amônia, uréia e mais outros compostos acrescentados por um traficante simplesmente porque estava apertado para fazer xixi e não podia descuidar da mercadoria!

Vovó, minha adolescência foi bem mais careta que a sua, com Aids e que tais rondando nossas cabeças dos anos oitenta. Muita festa de rock incluindo música lenta (não podia faltar!). Bola de gude, skate, atari e bafo (invadíamos o território dos meninos!), caderno de perguntas e respostas, coleção de papel de carta, me lembro de perguntar pras minhas amigas se o mundo em que a gente vive não é só uma miragem. No fundo, a gente suporta a adolescência com nossos melhores amigos.

Muito bom esse artigo, foi exatamente assim comigo também nessa mesma época.

Manu, "tu és divina e graciosa, estátua hilária"! Na paráfrase da velha canção, o majestosa não cabia. Quanto às drogas, eu ainda poderia acrescentar a marofa da lata e o bentyl, remedinho para a tosse que continha codeína; de resto, a minha sexualidade adolescente foi tão medíocre quanto a sua, um pouco mais luminosa, mas medíocre. Não ter tido hímen acho que ajudou. De todo modo, não invejo essa moçadinha hardcore: dessa Sodoma, se sair Gomorra, deu sorte. Perigas é dar em Camorra.

Impossível fazer sátira nesse país quando o nível é esse.

Demais!!!

Decretar algo sobre adolescência é, no mínimo, pretensioso. Cada um, ou uma, em sua circunstância, lugar, época, vive a sua experiência, que é, sim, de um modo geral, uma fase de experiências. A minha teve altos e baixos, teve droga (maconha), outras experiências com cogumelo, anfetaminas, estas últimas passageiras, a maconha, para mim, a melhor delas, transas circunstanciais mas nada absurdo ou detestável. Muita curtição. Falo de mim.