Sérgio Rodrigues > Que língua vamos falar amanhã? Voltar
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Hum... Parece-me (!) que se trata de abrir a porta do inferno. O Jornal Nacional há muito usa pronomes do caso reto no complemento. Por que não então regulamentar a prática também?
Embora Mário de Andrade tivesse o sonho de escrever uma gramática brasileira, e iniciava frases com pronomes oblÃquos átonos, foi Oswald com o poema Pronominais que afrontou a norma culta imposta pelo Marquês de Pombal, quando se falava o tupi: Dê-me um cigarro! Diz a gramática do professor e do aluno. E do mulato sabido. Mas o bom negro e o bom branco da Nação Brasileira dizem todos os dias: Deixa disso camarada! Me dá um cigarro!
Sergio, iluminado e carÃssimo irmão de lÃngua (ops!), a cada texto, um deleite - ou mais de um, e também dechocolate. Que dica linda, essa; pena que, pra mim, de utilidade duvidosa: absolutamente ignorante das normas gramaticais, faço dela uso porque li e porque me expressei, mas nunca porque aprendi a regra. Dá-me certa preguiça de fazê-lo, aliás. Agora, te contá procê uma meda: temo que, em algum momento, "falemos lÃnguas". Prefiro élfico: o substrato é mais nobre, além da estética superior.
Uma única observação é que não creio que a próclise seja uma norma Brasileira, mas sudestina. No Nordeste (e creio também no Norte) o normal é dizer: Acabou-se (enquanto no sudeste é acabou ou se acabou), chamava-se Ana (no sudeste chamava ou se chamava). Entre outras várias diferenças. Não sei se estão contempladas essas observações no livro (não o li), mas do contrário é a norma sudestina.
A gramática trata da norma brasileira. Um dos autores, Francisco Eduardo Vieira, doutorou-se na UFPE e é professor da UFPB.
Interessante. Aliás, também no inglês falado na Inglaterra há grandes diferenças entre a lÃngua da BBC, e o que se fala na região nordeste (por coincidência) do paÃs.
Há muito que Faraco tem alertado para a importante e urgente discussão em torno do que se convencionou chamar de norma-padrão. Que bom que começou a desembaraçar esse nó (para usar aqui uma expressão cunhada por ele em textos que são hoje clássicos da LinguÃstica brasileira). Parabéns aos dois autores
Sensacional! Tomara que esse livro seja adotado nos cursos de Letras. Nas horas vagas, dou aula de inglês. Noto que os alunos se preocupam mais em investigar as exceções do que em aprender a regra.
Cara, que lindo, saber o suficiente da lÃngua para ensinar. Eu tenho um inglês fluente, mas muito careta. Adoro quando aprendo alguma expressão idiomática, pra mim é a lÃngua viva.
Sempre vale muito ler sua coluna. Veio em bom momento a indicação. Fique tranquilo que nossa luta, aqui, começará a ter sucesso em outubro de 2022. Poderemos então ouvir Nelson Cavaquinho cantar: "O Sol há de brilhar mais uma vez / A luz há de chegar aos corações / Do mal será queimada a semente / O amor será eterno novamente." [...] "É o juÃzo final / A história do bem e do mal / Quero ter olhos pra ver / A maldade desaparecer." Esta gramática será muito importante.
Caro Paulo, valeu! Fiquei feliz "mais uma vez". Bom fim de semana.
Maravilha. Sensibilidade de sobra pra compartilhar. Parabéns.
Caro Marcos Benassi, foi o texto do Sérgio, o contexto dos últimos 3 anos e as perspectivas que inspirou a minha lembrança da esperança do Nelson. Valeu!
Eita, caro Rafael, ouvi aqui na minha cabeça um velho fonograma, com a voz do mestre...
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