Painel do Leitor > De que você sente falta da época de sua infância? Conte para a Folha Voltar
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Saudade de brincar na rua era uma sensação de liberdade que hoje não sinto mais.
Não tenho boas lembranças. Sou da geração fugida da fome nordestina para o sul maravilha, durante o "milagre econômico" da ditadura, patrocinado pelo FMI. Cheguei de pau-de-arara em São Paulo em 1963, aos quatro anos. Aos seis fui internado num orfanato, de onde saà aos dezesseis. Logo, vivi boa parte da infância cumprindo horários para acordar, comer, brincar, estudar, dormir e distante dos irmãos. Não foi bom, não.
Não ter tantas responsabilidades e ter de pagar tantos boletos.
Poder ficar na rua sem que os pais morressem de preocupação.
Aaah sinto falta da liberdade, por mais estranho que isso possa parecer, pois cresci no Brasil da década de 70. Nosso compromisso era apenas com a escola. Passávamos o dia inteiro na rua, nos divertindo com as brincadeiras tradicionais e usando a criatividade para inventarmos novas. Entrávamos em casa para comer e dormir, ainda assim nossos pais ficavam sossegados. Como cantou o imortal Ataulfo Alves, éramos felizes e não sabÃamos.
Dos bailinhos com som de vitrola, jogar bola no campinho de terra, empinar pipa, carrinho de rolimã, enfim, tudo que se permitia em Sampa dos anos 70/80, na querida VILA Aricanduva, ZL da capital. Ficaram as lembranças em bons momentos e, sim, não voltam mais.
Tenho mais saud. da minha adoles. em SP e Rio nos anos 70,quando nao se sabia o que era criminal. Ãamos badernar no centro, o e voltávamos a pé para casa de madrugada. Muitas vezes tomáv. o trem à s 23:00h, de carro leito, e desc. no Rio à s 07:00h da manha. Badernávamos lá sábado e domingo. Uma vez, no Rio, estávamos vendo os blocos pass. e fiquei com sono; deitei-me na grama à s 02:00h e dormi. O grupo acompanhou os blocos e no fim, à s 07:00 da manha, voltou, acordou-me e fomos para o albergue.
Sinto falta de nadar e pescar nos rios do Vale do Ribeira, sempre esquecido por governos e pela imprensa.
Não depender de internet. Ver os brinquedos de pilha, carrinhos de controle remoto. Sentir alÃvio aos ver bolinhas de gude batendo. Jogar bola na chuva e no meio da rua. Andar de bicicleta sem medo de ser assaltado. De ter os olhos do pai sobre as brincadeiras.
Balas Soft, principalmente as vermelhas e verdes; além de jogar bola na rua, descalço. Tomar banho no riacho.
Sinto falta do meu pai ,amava muito ele e até hoje ainda sonho com as tardes de domingo que ficávamos vendo tv ,filmes e desenhos .Depois da morte dele minha vida ficou preto e branco perdeu a cor .
No meu caso, caro Marcos, o que me consola é que me vejo muito parecido com ele após tantos anos de sua ausência fÃsica. A maturidade me faz compreender, a cada dia que passa, atitudes de meu pai que não aceitava na minha adolescência e juventude. Sinto que valeu a pena e aà me vejo mais perto dele, embora tenha partido para um outro plano há mais de 20 anos. Sua vida pode se tornar colorida de novo, apesar dessa ausência fÃsica. Paz!
Que triste, Marcos. Mas pensa que vc fará ele, estando onde estiver, mais feliz se vc estiver bem, cultivando as boas memórias. Ele certamente iria querer isso. Força.
A percepção de segurança era maior e sendo assim era comum andarmos de bicicleta na rua e ir de grupinho de amigos ao shopping para comer lanche, tomar sorvete e ir ao cinema. Esses singelos programas eram incrÃveis. e
Sinto falta de ter esperança quanto ao futuro
Os ciclos econômicos e a cidade: na era industrial branca, as habitações eram alinhadas nas avenidas principais, deram lugar ao comércio/serviço, e agora aos apartamentos
Futebol descalso na rua sem asfalto.
Sinto falta dos bate-papos com os vizinhos após os jogos de futebol na rua! Foram momentos preciosos.
Tenho saudades das brincadeiras na rua de casa. Dos vizinhos no fim de tarde conversando em frente as casas. As idas aos clubes no fim de semana com amigos e parentes.
Diferentemente do que diz o texto, lembranças do passado ou da infância não são formas de escapismo, mas de reencontro com a história pessoal, familiar e comunitária. Isso pode ajudar a reencontrar sentido pra existência, e a não se conformar com a violência, desigualdade, exploração, guerras etc. que marcam a contemporaneidade.
Tenho saudades de um Brasil gostoso que não existe mais, quando viajávamos de carro nas madrugadas sem medo de assalto. E dos verões, quando as chuvas não eram mortais como agora. Chovia forte, mas em seguida o sol voltava a brilhar e podÃamos sair para brincar na rua.
fsp cada vez mais sem assunto, imbeciloide e virou piegas.
Tá estressado??? Vai pescar. Mas se for mesmo uma pessoa amargurada, vá se cuidar. Cada um que aparece.
Amargura não rima com infância nem interatividade.
Não se preocupe, caro Hélio. Duas figuras marcantes em qualquer infância/adolescência são as do desmancha prazeres e do carrancudo. Eles não iriam deixar de aparecer por aqui...
Paolo e Elianne, vocês não entendem nada de interação e nem de educação. Leiam a matéria e, se não lhes condiz, deem as mãos e vão levar um marmitex para os moradores de rua. Areja o cérebro.
Concordo! Assunto totalmente irrelevante Basta olhar ao redor e ver fome, desemprego, desgoverno, guerra, a Terra devastada... E, para muitos, a infância nunca foi um paraÃso, há uma idealização da infância, especialmente nas classes mais altas.
Sinto falta das brincadeiras na rua, queimada, por exemplo. Também sinto falta dos almoços das festas de fim de ano, com todas as crianças da famÃlia reunidas.
Sinto falta da alegria compartilhada com todas as crianças, num bairro periferia, das festas de São Cosme e Damião. A cada ano, as festas nas casas distribuÃam doces, a maioria doces caseiros, com abundância. Sinto muita saudade desse dia, eram corridas nas ruas em busca da casa que estava dando doces e guloseimas. Uma delas era a cocada de doce de abóbora, uma iguaria. Ver aquela nuvem de crianças correndo nas ruas, ainda sem o trânsito intenso de hoje, era um bem aos olhos e à alma.
Andar e jogar bola descalço, chupar e se lambuzar nos galhos do pé de manga, ponkan ....... mergulhar e bater peneira nos cantos dos corregos para pegar peixinhos, bagre, cascudo, camarãozinho. Voltar encharcado de chuva, tomar um banho quentinho e depois tomar um chá quente com bolinho de chuva....
Perdemos o terrão para pressão da expansão imobiliária
Saudade das bronha que batia em mim mesmo embaixo da mangueira do nosso sÃtio
Tenho saudade de andar cantarolando pela rua e encontrar, nas frestas da calçada, um dente de leão (aquela florzinha que qdo assoprando, se dissipa no vento). Saudade do dente de leão.....e de comprar meia bengala enrolada no papel de pão.
Tomar banho de mar quase todo o ano, pescar, mergulhar, mariscar, passar rede na maré baixa em noite de Lua cheia e andar de barco. Todo isso nas águas da Cidade Baixa da Baia de Todos os Santos, da Boa Viagem a Ribeira, passando pelo Monte Serrat, Humaitá, Pedra Furada, Bonfim, Papagaio, Madragoa e Penha.
Da educação em geral das pessoas. Falava-se com mais calma. Pessoas cedia os lugares no ônibus aos mais velhos mesmo em assentos não reservados. Pegavam -se as bolsas e sacolas das pessoas. Respeito aos vizinhos, sem arruaça nas ruas. Ausência de bailes funk e etc...desenhos animados na TV aberta. Disco de vinil. Festinhas de aniversário na garagem...
Do frio. Não tem mais inverno em Sampa! Daqueles de gear e de ter que acender lareira, se possÃvel, que começavam em maio/junho e iam até agosto....
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