Gosto dos seus artigos, Marco. Vc é um dos motivos pelos quais ainda sou assinante da 'Folha'. E lá se vão bem uns 36/37 anos. Sua linguagem é fluída, sua ironia tem uma elegância da 'justa medida'. Imagino seu desencanto, sua tristeza, seu nojo, diante da história que lhe foi passada. Imagino, porque eu sinto tudo isso. E como não sentir? Mulheres como Pretona são .... são ... não sei! Não quero cair nos clichês baratos -- 'guerreiras/heroínas/sobreviventes' ... Vamos resumir: dignidade. E só.

Em um café da praia de Taquaras, de Balneário Camboriú, depois de ouvir um garçom chamar a canela de cinamon, ouço o cliente, paulistano branco tatuado e musculoso, soltar um: gosto deste estado pois só tem gente bonita. Racista bolsonarista em férias pelo Bolsonistão.

O episódio descrito configura o crime de racismo e não injúria racial. Trata-se de crime de ação penal pública, cabendo à polícia civil instaurar o inquérito e ao MP-SP a propositura da ação penal. Independe da autorização, consentimento ou representação da vítima. A matéria publicada é suficiente para deflagrar o procedimento apuratório, identificar a criminosa e ensejar o processo penal.

No tempo do cativeiro e até nos dias hodiernos a sociedade branca dominante sempre fez questão de ter uma "ama de leite" (nega, neguinha, preta, pretinha) que também era a empregada, a cozinheira, a escrava que servia as famílias brancas privilegiadas e se fosse mulatinha clarinha, uma tal Raimunda boa de corpo, também matava a fome sexual do "sinhô" e seus filhos. Os racistas do passado e do presente tem em comum além da bestialidade, a cordialidade.

Essa é a única gastronomia de que realmente precisamos. Obrigada por botar na mesa aquilo que nos nutre o intelecto. É um mestre em combinar sabores e tirar a comida podre de dentro da geladeira.

Meio estranha essa história... Desde quando racistas se incomodam em ter uma mulher preta na cozinha?

O Cozinha Bruta quase não fala de comida. Talvez por isso eu sempre leio a coluna. Talvez curiosidade por descobrir alguma receita nova. Feliz Páscoa a todos e vamos lá malhar o Judas!

Continuo achando que o colunista deva falar mais sobre comida.

A Folha de SP se presta um grande desfavor ao abrir uma área de comentários, concluo. Folha, seja menos rede social e mais jornal, por favor. Vamos zerar com essa área de comentários. Ninguém sai ganhando nesse jogo.

Vamos falar de racismo, ok? Sou negro e metaleiro - Death, doom, grindcore. Gosto de metal, não de bossa nova. Imagine então funk, axé e sofrência. Brancos e até negros me cobram alinhamento com música que imaginam ser de negro. Afora o rock ser negro, nunca me passou pela cabeça questões de raça para gostar ou não de uma música. Menos, Marcos, menos.

Agora é assim: se a gente gostar de rock, motocicletas e cerveja (nunca os dois últimos juntos) já entramos para o rol de racistas, misóginos, fascistas? Tenha dó, Marcão. Você é mais inteligente que isso.

Marcão, meu caro, é tão absurda a coisa toda que fico imaginando se tudo não foi armado apenas pra causar mal-estar na Tatiana. Sabe aquela velha coisa do "trote", hábito em desuso depois do Bina? Porque é algo tão bizarro... Contrasta tanto a loucura de reproduzir a "fala do cliente" com a polidez do texto. Qual a necessidade disso? Parece ser só pra ofender e desestabilizar a moça. Essa hipótese é pior do que se tudo for verdadeiro, mas eu não sou um otimista, decididamente. É Soda.

Ah, essa “gente de bem”, brasileira! Uma Bíblia em uma mão e o açoite na outra. Cristão escravagista que fala?!

O primeiro preconceito que vi na vida, foi aos quinze anos,em 1968. Era balconista de uma Bombonière. Foi uma moça arrumar emprego,a gerente:não precisava. Aí disse para a sub gerente: ah, Idelma ,ela é bonita, limpinha, mas, é negra. Uns dias depois, contratou uma branca, vivia com coriza.Imagino que deveria ter alergia a chocolate.Anos depois,noutra empresa, e comentei com uma colega chamada Rosely. E a Rose disse que já havia sofrido preconceito.Chega de preconceito.Solidarizo-me.

Solidarizo-me.

E assim, o cristão comemora a Páscoa.

O Brasil bolsonarista sem vergonha de mostrar sua cara. Desejo muito sucesso a Tatiana.

É o Bolsonarismo se espalhando que nem virus !

num país que elegeu o mito, isso, lamentavelmente , acontece . Absurdo !

Caramba, Marcão! Que História é essa? Tatiana,amiga! Sucesso!! Quando meu orçamento permitir comer carne de novo,te convidarei!

Tatiana, que Deus sempre te acompanhe e ilumine seus caminhos, força que você é um exemplo de mulher batalhadora.

Se Tatiana não expuser todo o ocorrido, tornando público de onde partiu a resposta criminosa recebida em resposta ao orçamento que havia encaminhado, não estará contribuindo em nada para que se avance um pouquinho mais na discussão deste grave problema nacional, provavelmente nosso maior nó. Uma pena que tenha tomado a decisão de calar-se para proteger alguém criminoso.

Quando a gente pensa que já viu de tudo... De onde tem surgido tanto parvo? E quem escreve "Não estaremos contratando" já mereceria ficar uma semana a pão e água. Mas força aí, Tatiana. Que agora seu passe "vai estar se valorizando". Ainda mais com essa beleza de sorriso.

"Chef" com braços tatuados é muito pior. Coisa de tribinho.