João Pereira Coutinho > Na eutanásia, o direito de morrer pode virar dever de morrer para os pobres Voltar
Comente este texto
Leia Mais
Nossa , fiquei até mal depois de ler e ver as fotos do senhor de Cáli . Assunto indigesto , porém necessário .
Coutinho agora chama neoliberalismo de progressismo. Não adianta chamar um rinoceronte de cabra. Ele não vai balir. E, quando você achar que ele está tirando leite dele, você estará tomando outra coisa, amigo.
Coutinho agora chama neoliberalismo de progressismo. Não adianta chamar o seu burro de vaca. Ele não vai mugir. E, quando você achar que ele está tirando leite dele, você estará tomando outra coisa, amigo.
Bom texto. Recuperou o consagrado conceito moderno de autonomia e nos apresentou uma ideia clara de progressismo
Uma vez, discutindo sobre o custo dos planos de saúde, principalmente para idosos, um colega observou que um dos principais motivos era a última internação. Aquela em que o indivÃduo sai do hospital para o cemitério, depois de meses sofrendo inutilmente, e consumindo mais do que as mensalidades que ele pagou durante a vida. No fundo, o mesmo vale para os custos da saúde pública.
Obrigada e parabens pelo artigo.
Maravilhoso o seu artigo. É muito semelhante ao que eu penso. Para de ter direito de morrer bem, antes, é necessário ter o direito de se viver bem. Obrigado.
Ôôô, isso sim é uma discussão classuda sobre o tema, Coutinho carÃssimo! Paga a pena. Veja, a lei permite eutanasiar pobres e ricos; a suposição de que incidirá sobre os mais pobres se dá pelas condições materiais do enfrentamento da adversidade. Isso posto, é um tanto arrogante crer que a pobreza levará à desistência, e ingênuo crer que ter grana, à resiliência ao sofrimento. Gostei bastante de seu cuidado com a expressão "tal como relatada" pelo autor, porque estranhei médicos (continua)
(continuação)... e enfermeiros "influenciarem" a escolha pela morte de pacientes pobres: o que ganhariam com isso, são donos de planos de saúde? Quereriam "poupar dinheiro público"? Discutir perspectivas futuras de sobrevivência e cuidado é dever; se isso se confundiu com influenciação, a investigar. Quanto à doença psÃquica, tê-la como redutora de poder de escolha desconsidera arbitrariamente o sofrimento de quem a vive: e se a pessoa estiver farta? Só a dor fÃsica permite escolha? É polêmico..
- Um dos melhores textos que já li aqui neste Jornal, excelente reflexão.
Eutanásia x vontade livre e consciente. DifÃcil equação, sobretudo em se considerar a subjetividade inerente. Em se tratando de pessoas vulneráveis, há de se analisar a questão ainda com mais cuidado.
Excelente texto. Na qualidade de alguém que nasceu cego, não quero ninguém, ninguém mesmo decidindo se devo ou não continuar vivendo.
Meu caro Marcos: vai-se negar em função de um bem maior: a preservação de quem queira sobreviver. Minha irmã já defendeu para mim que deficientes mentais deveriam ser assassiandos. Uma das coisas que mais me irrita nos partidários do atual presidente da República,, é quando desqualificam o ex-presidente Lula a partir de sua deficiência.
Poi Zé, carÃssimo Vanderlei, você é excepcionalmente lúcido e desassombrado em seus posicionamentos em relação à sua cegueira. Você pôde se instrumentalizar pra lidar com um mundo excludente, além de, tendo feito esse árduo básico, obtido uma compreensão das coisas incomum aos enxergantes. Imagino o desespero de quem, sem preparo nem recursos financeiros, fique cego: vai-se negar, a quem terá uma perspectiva horrÃvel à frente, o direito de morrer? Se desejado, como julgá-lo incapaz de decidir?
Eu já vejo a coisa por outro lado. Então pobre tem que sofrer ? Porque o sistema público de saúde, mesmo no Canadá, não oferece serviços tão bons assim. O rico vai poder contratar cuidadores, comprar uma super hÃper cadeira de rodas e quaisquer outras coisas que amenizem os efeitos de sua doença. Temos que pensar na dor da pessoa que está sofrendo e não como as pessoas que estão em volta vão se sentir, que é muito mal. Mas temos que aguentar firme. Essa é a coisa mais humana a fazer.
Marcos. Realmente o final ficou dúbio. O que eu quis dizer é que os parentes e amigos vão sentir muito perder aquela pessoa que amam (a mente humana não está preparada para a morte), mas que eles devem aguentar firme e permitir que o desejo daquele pessoa se concretize. Nem todo mundo está a fim de passar o resto da vida só mexendo o pescoço.
Cara Luciana, não entendi como se sustenta seu "mas temos que aguentar firme, é a coisa mais humana", após você reconhecer as questões objetivas e subjetivas envolvidas na perspectiva futura de vida dos sujeitos. Acabou me parecendo uma conclusão "moral" após um conjunto de argumentos estruturados com muito mais solidez, que apontavam para a licitude da escolha individual.
Dr. Mengele certamente concordaria.
Coutinho só esqueceu de dizer o que é progressismo para ele. Pq progressistas defensores da eutanásia não vão defender o dever de morrer, mas liberais radicais q cantam louvores ao capitalismo e ao individualismo já não sei
Muito bom o artigo. Humano, qualidade que tem faltado por toda parte. O direito de morrer não só se distingue do dever de morrer. O direito de morrer supõe o direito de viver, o direito à vida.
No Canadá a saude e universal e gratuita, acredito que a opção de morrer lá é realmente para se livrar dos sofrimentos e nunca pelo abandono
Texto mais que oportuno e assustador. Chega a ser profético. Talvez não haja pobres nos filmes canadenses. Caminhamos para um admirável mundo novo, e pode chegar a hora de as pessoas pobres e os doentes "incuráveis" virarem ração.
Hahahahah, caro Rondon, ainda não chegamos na fase do soilent Green, acredito. Nem na ficção do magnÃfico Horácio altuna, em uma estória em quadrinhos acerca do tema. Mas à vontade de dar sumiço aos "defeituosos" é velhÃssima, e passa ao largo da discussão civilizada sobre o direito de escolha de morrer. A Eugenia nem precisa ser configurar de modo tão explÃcito: o Bozo mesmo preferia um filho morto a uma bissinha. E seus asseclas concordam.
Artigo vago, citando apenas outro artigo... Muito mal embasado. Nem consigo visualizar pobreza no Canadá, os doentes terminais pobres então devem ser Ãnfimos e parece tão distante da cultura e do proceder do Canadá fazer algo do tipo. Pelo tÃtulo, parece que estão sacrificando gente a rodo. E mal tem gente no Canadá...
Mas quem é essa pessoa que foi sacrificada? Obviamente não estou defendendo o sacrifÃcio de pessoas, mas a falta de embasamento do artigo, que me chegou com um tÃtulo um tanto sensacionalista e foi vago demais no propósito.
Uma pessoa sacrificada já é inaceitável.
Daqui a pouco colocam profissionais para "convencer" os pobres e inválidos a adotarem a eutanásia. Aktion T4 do século XXI. Uma coisa que une elites de todos os espectros polÃticos e ideológicos é a vontade de solucionar o problema da pobreza erradicando os pobres (vide certo presidente que não queria auxÃlio emergencial e medidas protetivas).
O presida, caro Fernando, é muito mais generalista: quer resolver o problema democrático erradicando a discussão, por via da arminha na mão. Não só: a fricção das instituições, vista como problema e não caracterÃstica democrática, deve ser resolvida por sua eliminação - ou de seus atores, tanto faz.
A especie humana deu errado
Busca
De que você precisa?
Fale com o Agora
Tire suas dúvidas, mande sua reclamação e fale com a redação.
João Pereira Coutinho > Na eutanásia, o direito de morrer pode virar dever de morrer para os pobres Voltar
Comente este texto