Vera Iaconelli > Não tem volta Voltar
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Um detalhe que não é apenas um detalhe. A pandemia não acabou. Pensar que estamos livres dela nos colocará em breve novamente no meio de moradores de vidas. Estamos melhores, muito mais equipados para a peleja, mas é fundamental saber que temos um caminho longo a percorrer.
Volta realmente não tem, mas tem como não reeleger o morador da casa de vidro. Plagiando um certo seriado de tv, é mais fácil que um bu rro entenda de teoria atômica do que entender como o coiso ainda tem mais de 30% de intenções de voto.
#elenão #elenuncamais
Vera, muito obrigado pelo texto. Mais pela bozofrenia e bolsopatia, perdi amizades e me afastei de pessoas tóxicas, ignorantes voluntários e cÃnicos. Como a pandemia não acabou, vejo pessoas intencionamente ignorando fatos(mortes de Covid, infecção, novo tipo de hepatite, mortes por dengue, ameaça nuclear, mudança climática, genocidio de indÃgenas, feminicidio), e este mal-estar social decorrente de fatos e aumento do fanatismo religioso e polÃtico? Parece acontecer somente comigo?
Neste século uma pandemia não era imponderável, mas previsÃvel. O que parece imponderável é a forma como toda a humanidade se ajoelhou ao deus mercado e em troca de algumas graças(mercadorias, consumo) entrega sua vida, sua energia, sua alma, os recursos naturais do planeta, em troca de vida miserável (material e espiritualmente), ao m produzindo alguns semideuses (bilionários) que se alimentam da miséria coletiva.
Eu já penso que a pandemia, por ter afetado todos de alguma forma, terá um processo menos educativo e civilizatório que tragédias geograficamente limitadas. Para toda pessoa que perdeu um parente próximo, perdeu a casa, foi pra rua, há dezenas de "ain, eu sofri na pandemia, fiquei sem ir no carnaval, na balada, no estádio" ou "Ain, tive que usar máscara".
O mais difÃcil é "recolher os cacos" sob a perspectiva de uma possÃvel terceira guerra mundial e de uma eleição que não vai virar a página das polarizações e velhos messianismo... Parabéns à colunista que, com maestria, pôs em palavras um sentimento geral e complicado que está no ar em toda parte.
Ter consciência dessa contingência histórica é muito salutar, principalmente sabendo do passado de escravidão, analfabetismo e miséria da população brasileira, negligenciada por elites polÃticas e econômicas vivendo numa bolha fÃsica e agora digital. Não adianta ficar procurando chifre em cabeça de cavalo: trata-se de escolher o que, para mim, é o melhor para a coletividade. E apresentou-se uma oportunidade para fazer a escolha certa. O mais fascinante: não tem volta!
Dona Vera, querida, que compreensão e doçura repletas de crÃtica bem estofada. No desencanto e amargor, eu me vi refletido, infelizmente. Não deixei que isso resvalasse nas relações, porque não as recuperei, ainda, nem as familiares: continuo em reclusão, sanitária e afetiva - essa marca, não sei quando dela darei conta. Mas não culpo o vÃrus, senão o Bozo e a Bozofrenia: o mal-estar do moralismo autoritário, da sssaafadeza incontida, a subserviência covarde e oportunista, são imperdoáveis.
Estamos assim, caro Benassi, uma tristeza agora meio na horizontal, né? Desverticalizou, e se espraiou, pra ficar, eu acho. Abraço, ninguém solta a mão etc.
Lulala na presidência pro dia nascer feliz.
A psicóloga deveria saber que reclamar da crise, da pandemia, da guerra etc etc não adianta. Os sintomas sociais indicados no texto não foram gerados na pandemia, mas apenas aflorados por ela. Estratégias de sobrevivência, além da sugestão de “juntar os caquinhos”, seriam mais eficazes. Sidarta Ribeiro aqui na FSP fala de sonhos e ayuasca. Eu esperava mais. A leitura de O herói de mil faces (J Campbell) e A negação da morte (E Becker) mostra como passar pela pandemia sorrindo. Ciao.
Você deve ter lido mal ambos os autores.
Não tenho o menor interesse em "quem passa sorrindo" por uma catástrofe pandêmica, uma guerra absurda ou um desgoverno criminoso, que causam sofrimento e morte generalizados. Esse tipo de postura lembra o "vai ficar chorando até quando?", "bando de maricas", "não sou coveiro, tá ok!".
Texto sublime.
Foto icônica!!!
Texto primoroso como sempre e necessário como nunca. São articulistas como a Vera que fazem da Folha o melhor jornal do Brasil.
Um primor esse texto, obrigado. Realmente o ser humano tem muita dificuldade em aceitar o acaso. Porém, à s vezes é bem difÃcil mesmo : Na semana passada, meu vizinho perdeu a esposa e a irmã, ambas com menos de sessenta anos, no mesmo dia. Elas já estavam doentes, principalmente a irmã, mas imagino o trauma que deve ter sido. Dramática também está a situação do povo ucraniano com uma guerra e uma pandemia concomitantes. Todavia, devemos ser estoicos.
Obrigada, Vera, pela conversa boa, sem estridência, sem excessos, no tom adequado à tragédia que, para nós, teve e tem uma dureza e uma aspereza redobradas, em função do desgoverno que tomou de assalto o paÃs, da miséria que sua desastrosa presença impôs ao paÃs e a seu povo mais vulnerável. De todas, essa foi e tem sido a violação maior, a dor que não cessa, e o luto dela ainda não pode ser feito.
Sim, Benassi, tomara que possamos continuar dando conta de nós mesmos, sem Covid, e da democracia do paÃs, sem golpes baixos de um dos seres mais baixos que já pisaram o solo dessa mãe, que não tem sido assim tão gentil com seu povo. Abraço fraterno.
E vai saber quando o será, hein, minha cara? Haja luta e luto a se realizar. Tomara que possamos dar conta. Comentário tão precioso como o texto de sua xará, as Verás tão veramente Soda!
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