Aos poucos, uma polícia identitária do pensamento está assumindo o controle editorial da Folha.

Inacreditável. Assustador. Cheira à censura e ao cerceamento do pensamento crítico. A sociedade brasileira é rica e plural. É fundamental que ideias divergentes sejam expostas até para serem discutidas quando equivocadas. O combate ao racismo precisa abrigar conceitos divergentes para prosperar. A Folha está errada!!!

Inacreditável! Criou-se uma realidade no jornal à lá 1984, de George Orwell, há um Comitê da Verdade encarregado de embargar e a aprimorar o texto de autores de modo a deixá-la de acordo com a vontade do poder de um grupo identitário, porque eles são os únicos que detém o monopólio virtuoso sobre o tema. A distopia segue forte. Senhores (as), será que vocês sabem de fato por onde estão indo? Isso não serve ao propósito de uma sociedade mais plural e igualitária.

As cotas/preferências raciais são políticas públicas temporárias. Foram criadas com a temporariedade inerente a este tipo de política de preferência de raça. A revisão da posição da Folha seria retroativa, portanto. De reconhecimento delas. As leis que as preveram têm prazos finais, que devem ser observados pelo Estado brasileiro. Isso não significa, evidentemente, vetar acesso de negros, e sim que todos, de qualquer raça, se submetam aos mesmos critérios e processo. Justo, não?

Um regra básica no jornalismo é nomear os agentes do fato noticiado. Não foram reveladas as identidades dos dezessete integrantes. É sigiloso? Seria sinal de transparência informar os nomes do Comitê. Ou não interessa aos leitores, segundo o diretor?

Boa ideia antes que a folga se perca de vez na terra plana