Muniz Sodre > Uma douta podridão Voltar
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A urna eletrônica nos dá uma lição de civilidade. São dez teclas pretas, uma laranja, uma verde e uma branca. Respeitam-se mutuamente sem qualquer tipo de discriminação e formam um plantel exemplar a serviço da democracia e do direito do cidadão de votar e ser votado!
Prezado Helio Cardoso, aprendi no Pequeno Manual Antirracista, da Djamila Ribeiro, que o mito de uma suposta democracia racial, propugnado por alguns autores como Gilberto Freyre, é apenas mais um componente de manutenção do status quo do racismo estrutural.
Todo artista pretende que sua criação seja vista, analisada e interpretada. Sendo assim, atrevo-me a emitir a minha visão acerca da obra: Vejo uma descrença no sistema que polÃtico em que vivemos, pois ser governado pela escolha de uma maioria inculta e despreparada, o "Dedo Podre", faz mesmo sentir o "Coração Saindo Pela Boca". No entanto é o que temos por enquanto e é preciso tentar obter o melhor possÃvel para melhorar o futuro. Os erros devem ser didáticos, mas ainda não chegamos a isso.
* no sistema polÃtico...
123456, sençura... Pessoal, no meu comentário nada há de minimamente esculhambocrático ou sarcasmentoso, senão uma reflexão bastante mais educadinha que minha média. Fariam a gentileza do habeas data?
Em minha pequena biblioteca particular tenho o livro Garra, Mão e Dedo, de Pontes de Miranda (1892-1979), um dos nossos gênios esquecidos do século XX. Ele diz (p. 57) que o problema crucial da aparição do homem, da consciência, “está numa só pergunta: Qual o caminho que o dedo Ãndex percorreu, através de milênios, para chegar a poder indicar algum ser, ou algum fato, de modo a significar que o homem seguia porque aprovava, ou não seguia porque não aprovava?” O dedo podre é a involuçãoÂ…
CarÃssimo Enir, e vejamos que o Pontes de Miranda acertou até no que não viu: de tanto botar dedinhos nas telas, parece que involuÃmos mesmo. Do Lula I até el'Rey seBozo I, na mesma medida em que os teclados e o mouse perderam preponderância para os dedos e as telas, nós mesmos ficamos mais sensório-motores do que operatórios-abstratos. Que nem crianças, voltamos a meter as mãos na nossa Herda - sem a inocência infantil, e com um certo regozijo perverso. Pior que isso, só dois disso. Vade retro!
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