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  1. Bruno Martins da Costa Silva

    A tese do articulista é bem fundada e correta, preocupa-me apenas uma coisa: chamada falava em falta de moderação. O artigo não fala nisso, mas se falasse seria desonestidade intelectual. Os defeitos corriqueiramente atribuídos a Lula são a sua aparente corrupção (não provada) e o seu (suposto) despreparo. Do outro lado, Bolsonaro também conta com aparente corrupção e (comprovado) despreparo, mas possui inúmeros outros defeitos, alguns só seus, como o desprezo pela ciência e pela democracia.

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    1. Bruno Martins da Costa Silva

      Por fim, o cenário é ainda mais claro nos USA, onde o partido democrata é dominado por uma ala moderada formada por liberais e neoliberais, enquanto o partido republicano está virando uma seita e excluindo/isolando conservadores e libertários dos seus quadros, cada vez mais tomados por reacionários que querem impor valores à terceiros, o que é iliberal e contrário à teoria do dano de J S Mill.

    2. Bruno Martins da Costa Silva

      Como se isso não fosse suficiente para afastar qualquer paralelo, Bolsonaro não conta com malha partidária e nomeou o pior time de ministros da história da República, diversos deles anedóticos e com um notório rastro de destruição por onde passaram. A polarização existe e está bem descrita, mas ela não é entre extremos, pois Bolsonaro não enfrenta o PCO pelo Planalto, mas sim o velho trabalhismo brasileiro, tímido e presunçoso.

  2. Antonio Catigero Oliveira

    Essa tal 'polarização' surge da fome, da miséria, da barriga vazia, da falta de esperança. PT liderou uma coalizão de centro-esquerda durante três mandatos, e todas as políticas públicas feitas para atenuar essa miséria, foi considerada 'populismo' pelos mesmos iluminados atuais. Dá comida e esperança ao Povo, senhor Luís Inácio; o resto é conversa de quem está com a barriga e o bol$o cheio, pra financista avarento escutar.

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  3. W Oliveira

    A melhor resposta da sociedade neste momento é o Bozo nem chegar no segundo turno, algo muito provável diante do seu desgoverno e da qualidade dos demais postulantes, inclusive do centro democrático. O segundo turno é muito importante na democracia para incorporar temas relevantes para os outros eleitores, ampliar a base de apoio e legitimar o eleito. Em outubro votem em quem apresentou um projeto para o país. Não se contaminem com o terrorismo dos dinossauros polarizados.

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  4. Valdeci Gomes

    Diziam que a esquerda iria transformar o Brasil na Venezuela, mas foi a direita que transformou. O bolsochavismo avança em grande parte da direita e das Forças Armadas, aparelhando o Estado para se perpetuar no poder. Além da inflação recorde, desemprego nas alturas, e o aumento da pobreza, miséria e fome.

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    1. Bruno Martins da Costa Silva

      Caro André, o discurso do PT realmente sempre foi cheio de chavões marxistas típicos de quem não leu marx, assim como essa pantomima adolescente de poupar ditadores "de esquerda", mas na prática o PT sempre foi a continuidade do trabalhismo brasileiro, e nos seus 14 anos no Planalto se comportou nas "quatro linhas" da democracia liberal - considerando que isso exista nesse Brasil em que o congresso sequestra o executivo. Ademais, mantiveram a autonomia do Itamaraty, que era a mesma desde Jânio.

    2. André Silva de Oliveira

      Valdeci, não esqueça que a maior parte da esquerda continua apoiando regimes autoritários como o da Venezuela, Nicarágua, etc. Lula disse que a Ucrânia também é responsável pela guerra em curso, o que significa isentar a Rússia pela agressão ao vizinho. O filósofo uspiano Ruy Fausto, um notório esquerdista, escreveu que a esquerda brasileira padece da "anomalia do neototalitarismo". (Foi ele, não fui eu - não culpe o mensageiro).

  5. eduardo ramos

    Não concordo que a suposta polarização seja só contra o PT. Foi o PT o precursor do "nós contra eles". Só que não estava claro quem seriam "eles". Hoje já se sabe que, assim como o bolsonarismo, o PT vê qualquer um que não concorde com suas ideias como inimigo. Os dois são muito parecidos nesse sentido. Giram em torno do ego de seus respectivos "mitos".

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  6. José Cardoso

    Estamos no reino das 'paixões tristes' do Spinoza. O ódio contra o petismo x ódio contra o bolsonarismo. É a tristeza oriunda de motivos diversos da vida de cada um sendo canalizada para o teatro eleitoral.

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  7. Carlos Simaozinho

    Sobre Demétrio Magnoli: ele nem disfarça seu ressentimento com a esquerda, em praticamente tudo o que escreve, tentando aproximar o discurso bolsonarista ao da esquerda. O PT atual, a rigor, nem se pode qualificar de um partido esquerdista puro, estando mais alinhado à social-democracia europeia...Falava-se muito de processo de "venezuelização", caso os petistas continuassem a governar o país. Hoje vemos que esse processo está a todo vapor com o bolsonarismo no poder...

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    1. Marcos Benassi

      Poi Zé, Carlos, a sensação de crítica hepática me obscureceu o argumento do Demétrio, que o autor agora recuperou e rebateu. Aliás, na maior categoria . Isso é coisa de gente avançada, o que eu não sou...

  8. Jahy Carvalho

    Que bom saber do contraditório fundametado ao sr da razão.

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  9. Pedro Luís Machado Sanches

    Ser ou não ser partidário, eis a questão? Penso que não. Me parece que a argumentação de ambos, sem confessar, mira o modelo estadunidense em que ser republicano ou democrata é parte da identidade social das pessoas. Na maioria das modernas democracias não é assim. E não há problema nenhum nisso. Categorias sublimadas e teleologias confundem, e este parece ser o caso aqui. A diferença essencial entre Vargas e Hitler não está no partido político, mas nos campos de concentração.

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  10. Marcos Benassi

    Muito interessante, caro Marcus, esse debate - que agora toma contornos mais densos. Eu me ojerizei do discurso do Demétrio em função da noção de "antipetismo construído pelo PT" - pra mim, simplória -e perdi a parte mais substancial do argumento. É difícil romper a lógica discursiva do antipetismo, na medida em que valores morais são indevidamente elevados à categoria política, por um grupo que não tem partido e não faz política, faz arranjos contextuais. Blinda-se pela prática antipolítica.

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  11. Matheus de Magalhães Battistoni

    Os evangélicos são um partido político no Brasil. O PT demonstrou fragilidade extrema ao permitir que a Lava Jato destruísse a economia do país.

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  12. RICARDO BATISTA

    Incrível que mais de 80% dos brasileiros não demonstrem preferência por um partido. E quanto ao último parágrafo, hoje li entrevista do Thomas Friedman em que ele afirma que, com a guerra na Ucrânia, talvez a era do "homem forte" esteja chegando ao fim. Com o Ocidente e os valores democráticos sobressaindo. Veremos.

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    1. Marcos Benassi

      Poi Zé, Ricardo, o Friedman é o Friedman, mas dá pra ficar bem duvidoso em relação a isso. Não li a entrevista e não conheço o argumento, mas sei não: o populismo engambelatório não tá com pinta de ser subjugado, não...

  13. André Silva de Oliveira

    Ótima coluna. Em tempos de avanço das autocracias - o relatório "Freedom in the World 2002–The Global Expansion of Authoritarian Rule" da Freedom House aponta que somente 20% da população vive hoje em países considerados livres -, o autor lembra que governo e oposição precisam ser leais às regras do jogo democrático. Parece algo pequeno, mas não é.

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    1. André Silva de Oliveira

      Benassi, 42 são considerados livres no relatório, mas a maioria fica na Europa Ocidental onde há países com populações pequenas (10 milhões na Suécia, 5 milhões na Finlândia, assim por diante).

    2. André Silva de Oliveira

      Estamos dentro, Lourival. De acordo com o relatório, o Brasil é um país classificado como livre e que realiza eleições vibrantes com participação da sociedade civil (mas há quem aponte o processo eleitoral como não confiável, pode?).

    3. Lourival Araújo goncalves

      E nós estamos dentro ou fora desses 20%?

    4. Marcos Benassi

      2O, André? Dia desses, acho que foi a colega leitora Irene, não estou certo, falou em 3O, e eu já fiquei horrorizado... Primitivo, não? Credo.