Quando deixamos de trabalhar com o recorte de classes e focamos nos referenciais identitários, fica claro que a disputa não é por supressão do capitalismo, apenas a inserção privilegiada no sistema, não existe mérito nisso, é mais do mesmo, o corporativismo é contra revolucionário, por isso a direita sai na frente, ela absorve muito bem uma pauta que não arranha a exploração, que é de classe, multigenero e multiétnica!

Acredito que o texto teria sido melhor concluído se dissesse que "uma pequena parte da sociedade acaba sempre tendo muito mais voz do que "precisa"", em vez de "deveria". Afinal, quem estabelece a quantidade de voz que cada pessoa "deve" ter? Certamente a constituição não atribuiu essa competência aos doutores da academia, e sim ao povo, em eleições periódicas com voto secreto.

Belo texto como de costume e as reações racistas nos comentários ao texto são mais claras que a luz do dia.

O título do artigo parece com a direita. Aquela que busca equiparar Lula e Bolsonaro. Daí no conteúdo se refaz, na complexidade que o tema exige. Todas as lutas contra o machismo e o racismo estão nas trincheiras da esquerda. A sociedade as vezes elege a esquerda, com filtros que já sabemos. Eleição não resolve se não transformamos a sociedade. As cotas nas universidades é um passo.

O voto é livre. O eleitor vota segundo as suas convicções. Se negros, mulheres, LGBTs, indígenas ou seja lá quem for tiverem capacidade de convencer os eleitores serão eleitos, se não, não serão. Simples assim

Eu entendo que se o eleitor negro, mulheres etc, querem aumentar suas bancadas, e eu acho justo e necessário, eles têm que desenvolver campanha visando isto. Não adianta ficar reclamando dos partidos. Eles é que têm de tomar a iniciativa, se candidatando mais e fazendo campanhas competitivas não importando o campo ideológico, direita ou esquerda.

Já pensou que os eleitores podem escolher pela capacidade de cada um, e não pela cor da pele?

Que tal negros votarem em negros, pobres em pobres, mulheres em mulheres? O pior é que isso não resolve o problema. Há negros de direita e até racistas, como aquele cara da fundação Zumbi dos Palmares. Mulheres, então, não preciso nem explicar: Damares, Carla Zambeli, Bia Kicis, Janaína Paschoal. Argh! E os pobres de direita? Elegeram BozoDoria, Bozowitzel, BozoLeite, Maluf, Bozo e familicia, etc. Tudo na vida é complexo, não há fórmula fácil.

... a solução é 'interna', isto é, esta com os negros, e são maioria na população brasileira. Há dezenas de milhares de negros profissionalmente realizados, em destaque, que têm capacidade de chamamento, de desnaturalização, sem contar com parcela substancial em condições de responderem chamamento por estarem em condições análogas aos dispensados às comunidades negras apesar dos avanços, insuficientes, nas últimas décadas.

A esquerda brasileira é branca e mora em Ipanema. Ou Leblon.

Nada como fatos e dados. Sugere que a ideologia do branqueamento esteja presente nas cabeças dos eleitores, inclusive de mulatos e negros. Do contrário, até pela lei das probabilidades, a composição das bancadas seria mais de acordo com a proporção de candidatos.

Se a esquerda lança mais candidatos negros que a direita e elege menos, a responsabilidade é dos eleitores negros. Ou não?