João Pereira Coutinho > Uma vez destruída, a democracia dá um trabalhão a recuperar Voltar
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Coutinho é cÃnico e também raso. Porque a banalidade de que fala Arendt está aqui pra todo mundo ver. Esteve na Alemanha do 3° Reich e inclusive em muitos democratas que já sabiam quem era Hitler e o aturaram. A banalidade é a normalização. O cinismo vem dele não reconhecer o quanto contribuiu pra chocar o ovo da serpente.
Enfim, não vou longe na coisa. O Bozo, pior que o 'lemão, padece de "pitylessness", a impiedade que, mentirosamente pia - porque o lllaazarento não é cristão nem aqui nem no Sião - permite a ele viver 30 anos sugando no poder e, mesmo observando seus impactos no vulgo, educar quatro crianças a repeti-lo. Oxalá Laurinha escape. E manter-se raivosamente (digo da hidrofobia, claro) pespegando injúrias a "esquerda" quando seu apoiador mata adversário. Seus apoiadores esclarecidos compartilham do mal
Ops, colegas leitores, desculpem-me a poluição: achei que postava debaixo de meu primeiro comentário.
Como sempre, perfeito. João P Coutinho escreve para poucos. No nosso caso brasileiro caminhamos céleres para o buraco. A sociedade brasileira está irremediavelmente dividida.
desde o *descobrimento* somos uma terra pais sociedade dividida ; ja estamos no buraco desde entao mas agora temos a oportunidade de nos exterminar com o seu *preferido* no poder
Coutinho, carÃssimo, elevo Graças a Zeus por haver gente mais erudita que eu que leu Hanna Arendt, digeriu e tá disposto a usar seu célebro a pensar o mundo e compartilhá-lo. Na minha infinita ignorância, continuarei a ter outras prioridades técnico-celebrais-literárias, e provavelmente continuarei esburacado. De boa, há coutinhos, há luminares outros a quem recorrer. Aquilo que li e vejo me basta na tarefa de reconhecer no Bozo et caterva o rebolado que permite repousar no travesseiro e dormir.
Lendo o texto somos obrigados a perguntar: se a democracia só pode existir onde existir um espaço comum, houve alguma vez democracia no Brasil? Talvez a maior miséria das forças progressistas do Brasil seja essa eterna defesa do do ruim; já que a alternativa é ainda pior. O Brasil nunca foi uma democracia, nunca garantiu cidadania. Não pra escravizados, indÃgenas, trabalhadores rurais e urbanos. Essa continua a ser uma república do Capital. Um Capital que se multiplica custe o que custar.
É salutar a preocupação em preservar a democracia. Apesar de haver grande exagero em achar que ela se encontra ameaçada no Brasil (a suposta e temida ditadura não tem o apoio da sociedade nem das instituições republicanas). Contudo, a grande ironia é que muitos dos que se preocupam em "preservar a democracia" declaram voto no corrupto Lula. Ou seja, querem trocar a democracia pela cleptocracia.
ao associar a kklepptocracia que nos afoga apenas ao Lula voce revela que ignora todo o conteudo deste jornal para ler apenas a coluna do JPC...- me veio à mente os tres macaqui nhos que nao veem nao ouvem e nao falam
Se o senhor pensa que a "suposta" ditadura não tem apoio nem da sociedade nem das instituições republicanas e encontra-se dentre os que pensam que ainda estamos por trocar a democracia por cleptocracia, é certo que o que o senhor tem de menos confiável é visão de mundo e desconfiômetro.
Jorge, não é questão do "corrupto Lula", como você pode saber e não admitir (hipótese sombria), ou mesmo não saber, e crer que isso é a integralidade do fenômeno (hipótese benigna), quando somente uma pequena parte. Não há, presentemente, democracia pra trocar por clepto; há sangüino-clepto a trocar por desconfiávelcracia, coisa pra lá de saudável; no mÃnimo, redução de danos, como heroÃna por metadona. O Lula subirá ao trono em contÃnuo e intenso escrutÃnio, o que é ótimo, e deveria ser padrão.
E lembrando sempre: barras de ouro, Ministério da Educação, funcionários fantasmas, cocaÃna no avião da FAB.
Há risco à democracia, sim. E há uma pessoa que adoraria ver pelas ruas mais gente armada disposta a atirar em adversários polÃticos sob o falso pretexto de que são "cleptomanÃacos". E essa pessoa não é o Lula.
O proximo presidente herdará um paÃs em frangalhos em todos os setores. Não é só a democracia que está sendo fragilizada. A economia, a educação, saude, etc. O Brasil perdeu todo o respeito e admiração que sempre teve dos governantes do resto do mundo. Ninguem aguenta mais, tanto ódio, confusão, ameaças e ataques feitos por este governo em nome de Deus. Reorganizar este paÃs não será tarefa facil e nem tarefa para aventureiros, inexperiente ou outsiders.
A maior vÃtima nesses tempos bolsonarianos é a fé pública. Gosto por fake news e terraplanismo e quejandos são apenas diversionismos, são só a capa da coisa. Os estúpidos, que sempre existiram em todos os lugares, ouriçaram-se, subiram nos caixotes, discursaram e descobriram-se bons aglutinadores, que inferno: Nelson Rodrigues tinha razão.
Assino onde? Hahahahaha!, grato!
Infelizmente Lula e Bolsonaro não gostam da democracia e o povo gosta dos dois.
Chamar isto que temos no Brasil de democracia é um acinte. Os polÃticos fazem o que bem entendem e os trabalhadores morrendo as centenas devido ao salario super arroxada e nada podemos fazer porque os sindicatos estão sobre o poder do Lula.
Os sindicados estão sobre o poder do Lula? Hã?
João, não é só n Brasil e EUA, vide crescimento do Vox na Espanha e Marie Le Pen na França.
É preciso separar assassinatos com motivações polÃticas de ameaça à democracia. As maquinações de polÃticos e militares questionando o sistema de votação são muito mais preocupantes que assassinos patéticos.
Não existe democracia quando é permitido aos poderes legislarem ou julgarem ou decidirem em benefÃcio próprio. Enquanto houver essas distorções o estado estará sempre sujeito a uma deterioração da justiça social e a um empobrecimento da população.
Já existiu democracia? Quando?
Hannah Arendt e Roger Scruton e você, Coutinho, estão num território de análise distante anos luz da maioria dos seres que, de uma forma ou de outra, protagonizam essa democracia. E mais grave ainda é que - pelo menos do que eu conheço - a sutileza, a tênue leitura que se pode fazer sobre a democracia (essa concretude abstrata) não passa nem perto de ser concebida pela elite brasileira, por seus agentes públicos e mesmo por sua estrutura de intelectuais. Pérolas aos porcos.
Como disse um certo personagem que homenageia uma carta de baralho: loucura é como a gravidade, só precisa de um empurrãozinho. Além de grande empurrão que deram em 2018, querem agora pular de um avião sem para-quedas, só para a "corrupção" não voltar de novo a governar o paÃs. Como o articulista escreveu, o engodo de democracia que temos provavelmente não durará muito porque nunca tivemos uma nação.
Coutinho, muito obrigada por mais um texto brilhante!!
A teoria de Scruton, lembrando que o outro faz parte do mesmo barco, aliada à teoria dos jogos de que a democracia é um jogo infinito, onde a estratégia de colaboração com o time antagonista é o que evita o oponente de ser incapacitado de continuar o jogando ou mesmo eliminado. É uma arte que temos que aprender. Parece que somos uma nação de estranhos. A teoria dos jogos pode mostrar o caminho para a cooperação.
Olha, caro Vito, no mÃnimo uma "nação estranha", capaz de unir cordialidade, preconceito, funk (do bom e do ruim), poesia da mais alta, revórvi no bolo e Bozo no Trono. Que nem disse o Tom (terá sido o VinÃcius?), é bom mas é uma Herda.
A "Folha de S. Paulos" se enriquece muito tendo o Senhor Coutinho como colaborador. Seu texto contém erudição , crÃtica e humor. É um prazer ler seus artigos.
Vocês precisam conhecer a música do Ultraje a Rigor "viver nesse paÃs é como ter a mãe na zona".
Vc é muito repetitivo Cuba!
O crime acontecido no Paraná seria o sinal de destruição da nossa democracia? E o atentado ao então candidato Bolsonaro, na eleição de 2018? Seria o quê? Sinal de que a democracia andava bem?
Ô bozomÃnion, o atentado ao Bozo foi perpetrado por um pobre coitado com sérios problemas mentais. Há quatro anos que se tenta provar algum tipo de conspiração de origem petista sem sucesso. A democracia já não estava nada bem. O assassinato do petista foi perpetrado por um tÃpico bozomÃnion, que passou anos sendo incentivado a praticar violência pelo discurso do Bozo e teve o acesso à s armas facilitada pelo Bozo. A democracia está muito pior e talvez acabe definitivamente em outubro. Entendeu?
O problema da democracia é que, uma vez destruÃda, ela dá um trabalhão danado a recuperar? Bem, isto não chega a ser um grande problema no Brasil, pois nunca tivemos uma democracia de verdade, só uma ilusão farsesca, o que o Bozo desnuda ao mostrar o quão fracas são nossas instituições, o quão pusilânimes são os que as representam. O golpe que ele planeja deverá ser dado "na sugestão", como se fala no Rio: não é preciso mostrar a arma, basta sugerir que a tem e que poderá usá-la.
Texto excelente, assim como o alerta. Mas como é difÃcil conter uma onda! Um surto coletivo, milhares de pessoas cegas pelo ódio, incitadas por um presidente sádico. Os Estados Unidos cada vez mais desunidos, e nós também. Muito triste o que pode estar vindo por aÃ. Talvez esse segundo semestre acabe entrando para os livros de História.
Coutinho, mais um artigo magistral ! perfeito! Obrigado !
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