João Pereira Coutinho > 'Um Herói', de Farhadi, mostra como sorte destrói as melhores intenções Voltar
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Coutinho, às vezes, me faz crer que gente que vota na direita tem alguma erudição e sabe escrever com elegância.
Não acredito que direitistas, no Brasil, tenham alguma erudição - muito menos que leiam o Coutinho. Quanto a escrever, são todos Bananinha.
"Acho que nós consideramos boa, a sorte do pássaro que acordou mais cedo; e má, a sorte da minhoca que acordou mais tarde". (Franklin Delano Roosevelt). O maior presidente democrata norte-americano de todos os tempos referia-se, quando disse a frase, à preparação para a guerra que já era travada no teatro europeu; enquanto a maioria do povo norte-americano protestava em defesa do isolacionismo, como se o problema fosse só dos judeus, franceses, ingleses, belgas, poloneses, tchecos e holandeses!
Me deu vontade de assistir. Fiquei com a pulga atrás da orelha: tive o entendimento de que a sorte pode sorrir para nós, e no momento seguinte tirar o nosso tapete, restando-nos nossa própria consciência. O que me chamou a atenção também é a existência do crime de dÃvida, pelo qual se cumpre uma pena no Irã, um tipo de pena substituta da escravidão por dÃvida dos povos antigos. DÃvida é um tipo de escravidão, fica-se em débito com o futuro.
Alguém do baixo clero que durante 28 anos não fez trabalho politico digno, baixa inteligência, não sabe falar em público, mesmo assim chega a Presidencia, é acaso ou sorte? Povo que acumula sofrimento por miséria, corrupção, fenômenos climáticos ruins, é sorte ou azar? Empresário ou comerciante sem sucesso, sempre falindo, é sorte ou azar? Ou Neurose de Fracasso ou de Destino, alerta o Vocabulário da Psicanálise?
"A sorte está em tudo, ou está me nada." Escolha seu lado.
Filosofia pura na veia!
Quase escuto, no texto, Maquiavel discorrendo sobre a "fortuna"... Aliás, fortuna imperatrix mundi é o primeiro poema de Carmina Burana: reis e homens ascendem e caem por um puro gesto da sorte.
Ter sorte é fundamental, mas também é preciso aproveitar a sorte, já dizia o J.D. Rockefeller. Houve o caso de um dono de borracharia que ganhou a loteria esportiva há algumas décadas. Conseguiu torrar tudo em alguns anos, e mais tarde se tornou empregado de borracharia. Mas dizia não se arrepender de nada.
Muito bom! Essa resenha valeu por uma aula de filosofia. Impressionante como tem gente que, apenas para não contrariar suas crenças, se nega a admitir o óbvio.
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