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As escolhas polÃticas dos cariocas dizem muito sobre esse estado de coisas. Infelizmente, tudo é relacionado. O Rio é o melhor exemplo da representação da "brasilidade", que nos condena a essa eterna miséria civilizatória.
Como dizia o Ruy Barbosa, fora da lei não há salvação. A moradia na maior parte dessas áreas é ilegal, sendo resultado de invasões. O hábito de fazer gatos, de luz por exemplo, é disseminado. A presença do tráfico ou milÃcia é apenas o coroamento da ilegalidade, a face mais visÃvel.
olhando para o gato pelo rabo ; moradias resultado d invasoes ocorrem porque o estado e seu acolhido - o mercado - nao atua com politica habitacional e nem d saneamento num longo etcetera: ao gentio cabe a unica alternativa d subir os morros ou se lançar em vaus para se abrigar ate a proxima catastrofe; o *habito* d fazer gatos e outros deriva d desigualdade d renda q nos singulariza; tambem ha invasoes ilegais pelos ricos o q ratifi ca a ausencia /conivencia d estado
Também é imoral os latifúndios, a especulação imobiliária, a falta de polÃticas públicas de habitação e de distribuição de renda e, principalmente, a imensa desigualdade social em que nossa população vive. Isso tudo contribui para aquilo.
Eita, sêo Muniz, antes de lôko, o bagúio é servage: manda quem pode, obedecem os de juÃzo. Contrato social? Xiiiiiii, o próprio governo rasgou, na época em que o morro era analfabeto - agora, que chegou na universidade, já elvis. O Preto Zezé, que não leio porque a folha não admite boquejamento, insiste que a favela é "mercado menosprezado", sem razão: o crime já entendeu isso faz tempo, e monopolizou. O senhor matou no peito: o fisiologismo autofágico vai-nos comer junto, a começar pelo rabo.
Some-se a isso as sitiadas pelo tráfico. Entre milicianos, traficantes e o Estado, sofrem os vulneráveis.
É Davidson, para quem é massacrado entre esses três males, essas definições fazem toda a diferença. As classes favorecidas (e ajeitadas) consomem e popularizam a droga que alimenta o tráfico, dentro e fora da milÃcia (acabou por criar essa). O estado, esse necrófilo que construÃmos, se fantasia de democracia a cada quatro anos, nos consumindo na entressafra. Mas todos têm consciência social, desde que não cause desconforto ou altere a dieta. Segue o tic-toc.
favelas e trafico sao ausencia/omissao do estado na habitaçao e segurança enquanto mili cia é ainda pior porque é o estado atuando fora do expediente e livre de puniçao deste mes mo estado
Resta acreditar nas revoluções moleculares (Félix Guattari) gestadas nessas comunidades sitiadas.
Está aà um lugar complicado de fazer revolução de qualquer espécie. Como disse Freixo, depois do assassinato de Mariele acabaram-se as cirandas.
Enir, carÃssimo, creio que é delas que o mencionado Preto Zezé julga falar e estimular com suas ações. Das quais não desdenho, porque melhoram a vida dos envolvidos. Contudo, não corroem por dentro, senão instituem modos funcionais do modelo asfaltino lá dentro do universo de precariedades. Não que eu saiba como fazê-lo de modo melhor, dada minha mediocridade revolucionária, evidente. Mas me salta aos olhos a insÃdia contra-revolucionária do "ajustamento", se me expresso inteligivelmente.
Excelente, esse texto valeu por um semestre do curso de Sociologia. E isso não tem nada a ver com comunismo. Precisamos de um Estado forte, dinâmico e atuante. Sem ele é a barbárie, a lei do mais forte.
É o Brasil das veredas mortas, dos estabelecidos e dos outsiders, do subdesenvolvimento como obra engendrada há séculos diante das nossas retinas tão fatigadas.
E como diria Guimarães Rosa: "Deus se quiser ir lá tem de ir armado." E completo: de fuzil, carabina e granada de mão.
Poesia pura, Daisy. Pena que é canto fúnebre.
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