Demétrio Magnoli > O sul da política externa lulista Voltar
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Os reflexos desta declaração de neutralidade, quando vindos de paÃses, celeiro do mundo, são muito tênues. A riqueza mineral e agrÃcola, de um celeiro, valem pouco dentro da economia global. Pois nossa competência extrativa, dado que não dispomos nem de máquinas agropecuárias, nem de combustÃveis, depende de que um paÃs industrializado venha explorar nossas ditas 'riquezas'. Sem carvão mineral disponÃvel, como aproveitar os minérios em que somos 'ricos'?
A polÃtica internacional é pautada por polÃtica econômica.
Seja o governo que for, caso se alinhe à s sanções à Rússia deve vir a público e explicar que a economia pode até parar com o agronegócio sem fertilizantes, e alimentos mais caros. LÃderes europeus estão impondo a energia mais cara, e abrindo portas para a extrema direita, Itália pode ser a primeira a cair nessa. E até a Alemanha está neste risco. A extrema direita vai combater a Rússia com nacionalismo, a aposta na guerra é isso, termina em mais guerra.
Parabéns, Magnoli. Argumentos sólidos, na linha realista, de um realismo condicionado pelos interesses nacionais, na mais acertada tradição diplomática brasileira.
1. Putin é um criminoso de guerra e um totalitário incorrigÃvel. 2. Zelenski é um acidente histórico e um oportunista. 3. Magnoli quer ser mais realista que o rei. Nem o porta-voz do establishment democrata e articulista do NYT consegue mais defender o palhaço de Kiev e Demétrio não larga o osso. É muito dogmatismo e altas doses de teimosia.
É um dogmático. E dissimulado. Como não consegue mais defender o Nana Gouvêa de Kiev e suas decisões intempestivas e mal explicadas, como as demissões do ministro da justiça e do chefe da inteligência interna, Demétrio tenta atacar espantalhos. É a sua tática, como quando chamou Reinaldo Azevedo de putinista.
Excelente artigo, Demétrio. Entendi que, realmente, o Brasil não é parte do Sul Global. O Brasil precisa, urgente, de uma identidade. Quem define se o Brasil faz parte do Ocidente? Ele o é geográfica e culturalmente, mas o presidente da República ficou impassÃvel na última reunião dos BRICS quando um de seus membros vociferou contra o Ocidente. Quem define que a Austrália, que está no Oriente, é parte do Ocidente?
Nas falas do autor parece não há interesse nas ações dos EUA e da maioria dos paÃses europeus. Agem somente em nome dos "direitos humanos".
É absolutamente impressionante como esse demétrio não consegue falar nada verossÃmil e inteligente. É uma taxa de asneiras de 100%. Me surpreende a concessão de espaço para um senhor delirante como esse.
A polÃtica externa é um mar de hipocrisia. Pede-se a condenação veemente à s torpes ditaduras de Cuba, Nicarágua e Venezuela, mas não há de ter cautela em condenar a ditadura Chinesa. Apoiamos a democracia americana que apoia a ditadura da Arábia Saudita que tripudia sobre o Iêmen. O que interessa em polÃtica externa é somente fazer negócios, seja no Brasil ou no resto do mundo e não se colocar na posição de paria. Algo que somente o governo atual tenta fazer com maestria inigualável.
há de ter cautela.
O tema dessa guerra só mostra como nossa diplomacia caiu de padrão. Na verdade tanto o Bolsonaro, como o Lula e o Ciro parecem fazer questão de complicar o que é simples: há uma guerra de agressão de uma potência nuclear contra um vizinho que não o ameaça. Mas nossos candidatos parecem sentir uma certa fascinação pelo desafio à hegemonia anglo-americana.
Maria, você falou bem: o propósito da Otan é defender a Europa. Quando a Rússia invade o vizinho, ela apenas sinaliza o quanto essa defesa é importante, Daà paÃses tradicionalmente pacifistas como Suécia e Finlândia passarem a integrar a organização.
A OTAN é uma máquina de guerra criada para defender a Europa de possiveis ataques da Rússia e da China. Assim, é bastante compreensÃvel que a Russia se sinta amaçada com o avanço da Otan em suas fronteiras. A Ucrânia não ameaça a Russia, mas possibilidade da Otan colocar suas bases na Ucrania ameaça a Russia. Vai daà a invasão.
Mais uma aula! Obrigado, Demétrio!
Excelente.
Me parece mais um ressentido, se pintando de exclusivo para achar seu lugar ao sol. Só o negacionismo dele , imitando Bozo no inÃcio da pandemia já dá uma pista de seu caráter.
Texto brilhante, e demonstra dois pontos: (1) intelectuais militantes deveriam se identificar como tal, por questão de honestidade intelectual. O apoio à Rússia não está baseado no expansionismo de uma aliança que se propõe basicamente à defesa, mas na sanha autoritária de um lÃder tosco, saudoso do genocida Stálin a quem alguns acadêmicos atribuem honras desmerecidas. (2) Lula e Bozo não se diferenciam. Ambos flertam com o autoritarismo e não têm a democracia enquanto valor.
Dizer que a OTAN é uma aliança de defesa é uma boa ... piada. Vá dizer isso na terra de Sérvios, afegães, lÃbios e sÃrios...
Ótima análise! Sobre a última frase: Lula é o mais autoritário lÃder polÃtico brasileiro do perÃodo pós-ditadura, nem Bozo é páreo para ele. Bozo ainda ouve os filhos, lixo do mesmo monturo que ele, além de milicos e milicianos mas Lula manda e desmanda em seu rebanho e quem o contesta é expulso sumariamente do partido.
Foi a Rússia, potência militar detentora de armas nucleares, que invadiu e atacou violentamente o território e a população ucraniana.
De fato foi a Rússia que atacou a Ucrânia, usando a Otan como um pretexto, embora o expansionismo ocidental tenha tido sua influência. Agora falar em respeito ao direito internacional é falar em fadas, gnomos, duendes e anjos. Direito internacional é o direito do mais forte e estamos conversados.
Desrespeitando todos os fundamentos básicos do direito internacional para a guerra e na guerra, diga-se de passagem.
Texto perfeito. Mas fica a dica: nem compensa perder tempo discutindo com articululistas como os autores daquele artigo capenga.
"Articululistas" é ótimo! Abundam (êpa!) na FSP!
Como esse Demétrio é estranho, para criticar um outro artigo publicado aqui na Folha usa diversas vezes a ideia de " sul global" , mas esse conceito não é nem citado no outro artigo, que pelo contrário, fala em "hegemonias parciais" , num sentido muito próximo ao que o próprio Demétrio diz.
"EUA comandam o desmonte da projeção épica de Zelenski". TÃtulo da coluna de Nelson de Sá. O texto humilha a cantilena sabuja do Demétrio.
Demétrio queria ter nascido no primeiro mundo. Não consegue esconder seu complexo de vira-lata.
"O Brasil deve "trabalhar pelo multilateralismo", dizem os autores, enquanto criticam as ações multilaterais destinadas a enfrentar a agressão russa." Mas que argumento insólito! Na concepção deste querido "multilateralismo" significa um bando de paÃses capachos da OTAN boicotando economicamente a Rússia e enchendo a Ucrânia de armas para manter a guerra e ampliar a hegemonia estadunidense na região. De multilateral isso nao tem nada... A bronca do autor é com o PT mesmo...haja terapia!
Uma coisa eu admiro profundamente em Zelenski. Todos pensaram que sairia correndo feito tantos presidentes em nuestra América, que, salvo homens como Salvador Allende e Getúlio Vargas, desapareciam ao rumor do primeiro tanque. Zelenski está em sua pátria.
Em tempo, a OTAN é uma aliança de defesa, à qual os paÃses têm o direito de se aliar. Ficou clara a razão da Ucrânia em querer se aliar, uma vez sendo covardemente invadida por um filhote de ditador.
A Rússia fez uma agressão unilateral, desrespeitando todas as normal do direito internacional que regem as soluções de conflitos entre paÃses e atacando a população civil. E sim, o PT curte apoiar regimes ditatoriais, é parte da história e deixa claro que equalizar Lula e Democracia é um erro de proporções cômicas.
É intrigante como as métricas que o colunista usa pra criticar a neutralidade do Brasil no conflito da Ucrânia, citando um “indesejável alinhamento automático” com as potências globais, NÃO SERVE pra criticar as incursões militares de Israel sobre a Faixa de Gaza nem o alinhamento automático, quando ele se dá em sintonia com os interesses (imperialistas) norte-americanos.
Interesses comuns, trocas comerciais, estabilidade polÃtica são argumentos para efetivação de acordos entre blocos de paÃses parceiros. O colunista não explicou os motivos do chamado "Sul global" ser uma idiotice se à s nações mais estáveis politicamente costumam fazer isso tendo frutos positivos. Motivações racionais e efetivas podem mobilizar "paÃses de terceiro mundo" em acordos bilaterais. Quem detêm hegemonia global não quer ver o resto organizado polÃtica e economicamente, me prove o contrá
E nesse interim, quem sofre é o povo, que não quer nada além de sobrevivência e boa vida ao lado dos seus. A guerra é um movimento muito separatista, trazendo dor e perdas de todos os tipos.
Boa Demétrio, uma luz em meio a esquerda e a direita cega. Qualquer argumentação que não condene a Rússia por essa agressão gratuita a um vizinho livre, soberano e democrático permeia a desonestidade. Mais sanções e mais isolamento, e que o Brasil e outros paÃses neutros desçam do muro e façam o que moral e ético, e não pense em interesses mesquinhos.
Mas essa guerra só tem interesses mesquinhos: do Putin, do Zelensky, do Biden e EUA, da União Europeia, da OTAN etc.
É impressionante a amplitude de raciocÃnio do colunista em relação a variados temas. Mas, quando tenta opinar sobre “eventuais” polÃticas públicas que fogem do figurino do neoliberalismo e da submissão aos EUA, os argumentos são substituÃdos por preconceitos antigos. E há leitores que o apoiam. Um destes chega a igualar as polÃticas exteriores do Bolsonaro e do Lula criando a fantasiosa filosofia “bolsolulista”. Quantas ideias birutas e ferinas.
Sei lá, prezado Mario, se "ferino" é adjetivo que caiba. Talvez eu o trocasse por fantasiosas ou delirantes.
Comentário excelente. Foi ao cerne da questão,
O que se escreve sobre a guerra da Ucrânia é, em muitos, gravitação em torno de palavras. Esses não sabem os horrores de uma guerra. Jan-Werner Müller disse que essa conversa teórica 'trai o desejo de não ser responsabilizado,[...]a um tempo que transmite um sentido de superioridade moral'. Foi George Kennan, o autor da polÃtica externa americana do pós-guerra, que em 1998 qualificou o expansionismo da OTAN como 'tragical mistake'. Y la nave va, no sul ou no norte.
O multilateralismo a que o artigo refere é basicamente o Five Eyes e a União Europeia, o resto fica excluÃdo.
Além do Five Eyes e da EU, existem alguns paÃses que se alinham a eles por motivos de segurança, são paÃses clientes protecionismo americano: Coréia do Sul, Japão, e mais alguns. Este é o multilateralismo do Demétrio.
A União Europeia atua em bloco desde sempre, porém existem dissidências e rachas que abalam um pouco sua visão de futuro. O verdadeiro conflito é entre as correntes Liberalismo e Realismo.
Com o declÃnio do império britânico, os EUA assumiram a liderança do Five Eyes na missão de tentar manter a hegemonia Anglo Saxônica no mundo. O Five Eyes só se formalizou depois da segunda guerra, mas sua atuação é mais antiga.
Por motivos óbvios, a União Europeia atua bloco, o Five Eyes idem.
Votem em Lula, e terão o anão diplomático de novo conduzindo a nossa polÃtica externa. É isso que queremos, voltar 15 anos no tempo?
Sim. O grande compositor italiano Giuseppe Verdi já dizia: voltemos ao antigo, será um progresso.
Voto no Lula sim, e quero a volta da melhor diplomacia do mundo, cujo respeito teve enormes consequências para nosso desenvolvimento econômico e social. Cai na real.
Que bobagem, Lorenzo! Um suposto "anão diplomático " colocou o Brasil entre as 6 potências econômicas do mundo! Celso Amorim, seu e nosso ministro das Relações Exteriores, foi reconhecido no mundo diplomático como o mais importante diplomata do ano!
Lorenzo, prezado, se a escolha é um anão, mas humano, ou um goblin, com a perversidade possÃvel ao reino das fadas, sei não. Além do que, em muitos aspectos, esse marco temporal que você sugere é favorabilissimo.
Tudo indica que em 2023 voltaremos a ser um anão diplomático ou continuaremos um pária diplomático.
ONU, UE, G7, G20, OTAN, o que não falta são resoluções adotadas por organizações multilaterais. O resto é balela do bolsopetismo.
Dou de barato que vassuncê *possa* estar certo, prezado, como uma possibilidade. Outra coisa, no entanto, é certeira: a orientação do célebro pelo figo. Virgem Santa, cansaço que dá!
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