Hélio Schwartsman > Identitarismo complica vida de atores Voltar
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Afinal o artista encarna um personagem: fala através de uma máscara, na versão latina " per sona".
Surpreende que o articulista, declaradamente ateu, escreva que "Todo mundo é livre para ter uma (religião), mas é errado tentar impor a sua aos demais." Eu, que me incomodo com os crucifixos em salas de órgãos oficiais, escreveria que "todo mundo é livre para ter uma religião ou não ter nenhuma, mas é errado tentar impor sua posição aos demais".
Perfeita a conclusão do texto. No mais, parece que tem muito esperto querendo apenas reserva de mercado.
Errado é tentar impor qualquer prática pessoal, que não possa ser tomada como conduta universal. Já li expressão semelhante em algum lugar.
Nesta ilustração não há formas para definir a cor do sangue de cada ser. Somos todos humanos semelhantes.
Defina identitarismo, Helio. Ao colocar uma atriz negra para interpretar uma personagem negra pode ser uma ação identitaria, e é muito bom que seja assim. Escalar essa mesma atriz para um papel Shakespeariano, em que faça sentido a "estranheza" provocada. Quem não entender isso, não entendeu nada. Um adendo: não existe "identitarismo reverso".
Faltou complemento: ...provocada também é uma ação na mesma linha.
O argumento é válido para personagens da ficção , para os quais a aparência seja secundária. Para personagens reais e conhecidos atores fisicamente muito diferentes causam perda de credibilidade. Um ator nipônico interpretando Zumbi dos Palmares ou uma adolescente afrodescendente interpretando Winston Churchill difÃcilmente alcançariam verossimilhança.
Os identitários em pouco tempo formularão teses eugenicas para subsidiar tais inclinações, lembrando muito alguém que não gostarÃamos de ver por aÃ.
Que lúcido esse texto!!
Hélio, acho que tanto quanto os militantes mais aguerridos, você está perdendo determinados pontos nessa história. O principal é que os atores de determinadas minorias são preteridos, em especial em personagens que eles deveriam estar no páreo para interpretar. Quem coloca uma mulher preta retinta para fazer uma personagem qualquer? O caso que você citou da peça é rarÃssimo. Uma preta retinta, aliás, muitas vezes nem é chamada para fazer pretas retintasÂ…
Ai, ai, gente coisa é outra fina: cê fala de Shakespeare, eu de Neil Gaiman - se bem que, guardadas as épocas, ambos são pop. Soltaram o seriadinho do Sandman, e lá aparece a famÃlia Kinkaid, ricaça; só que, nessa adaptação, uma famÃlia preta. Na Inglaterra do final do século XIX? Produtora de açúcar no ultramar? Achei meio forçado, e aà chego ao ponto: se tiver sentido naquela leitura da obra, se tiver substância pra contestar, pra subverter, opa!, vamo em frente. Entretanto, nem sempre é assim
Sérgio Cardoso interpretou pai Tomás em 1969 na TV. Houve muita crÃtica.
Foi por conta da data, expressa em algarismos, e não por extenso. É campanha de alfabetização da folha, Alexandre. Ano que vem, será nas páginas policiais: se o leitor não conseguir escrever sexagésimo quinto distrito policial, não pode comentar. A interpretação alternativa da coisa é pior: porque tem o meia-nove no teu número, e o jorná quer garantir a decência - sexo oral, só um por vez.
Este meu comentário passou por moderação da Folha. Não entendi a razão.
Eu simpatizo com algumas pautas identitárias, por exemplo sou sempre contra o racismo e contra o machismo. Mas evito envolvimento direto. Ser contra o machismo não faz de mim um simpatizante do feminismo, longe disso. O identitarismo parece privilegiar a aparência em detrimento da essência, por isso fico distante da maioria destes movimentos.
Nasci cego, mas minha vida inteira não faço da cegueira uma marca identitária. Primeiro porque não acho necessária. Segundo porque para mim há marcas mais importantes: brasileiro, esquerdista, tricolor carioca, polaco-paraguaio, historiador, professor.
Concordo com suas ponderações,Said! Acrescento que o identitarismo de matriz pós moderna se cria no lastro do irracionalismo, daà assumir caractetisticas de "religião laica" com caráter segregador, longe de buscar avanços sociais de caráter universalistas, mergulham no corporativismo e fragmentam os que poderiam se unir para isso !
Desta feita, concordo em gênero, número e grau. Bons atores fazem o mais difÃcil mesmo, personagens diferentes de si mesmos (dos atores). E sobre religião, gostaria muito que mais pessoas respeitassem os de outra religião, ou os sem religião e que mais destes respeitassem os com religião.
Quem é vÃtima ganha
Acertou nessa, Hélio!
Todo mundo é livre para ter a sua própria religião, mas é errado tentar impor a sua aos demais. Colocação precisa. Em tempos de polarização polÃtica e guerra cultural, tem que haver alguém com coragem para dizer coisas sensatas, uma vez que a histeria coletiva vai fazendo com que a gente se esqueça do óbvio!
Que tal escolher bons atores?
O ponto-chave da questão "identitária", ou melhor, do questionamento sobre a diferença no teatro contemporâneo, está justamente nessa definição, bem ultrapassada, de ator e atriz como "alguém que finge ser uma pessoa que não é". Não dá mais para ficar nessa, fingir algo que não somos ou que não vivemos, diante de tudo que acontece.
Boa pergunta, Wanderley, para atores e atrizes. Por que não? Vamos continuar pensando nisso, fazendo teatro, indo ao teatro, lendo textos de teatro e sobre teatro.
Por que não?
Bem cansativo, Rodrigo, como todo trabalho sério.
Cansativo isso, hein.
Como o pessoal desse meio geralmente é de esquerda, não dou a mÃnima para as dificuldades profissionais que estão enfrentando em decorrência das próprias tosquices que eles mesmos defendem e acreditam, que são compartilhadas por seus polÃticos favoritos. Todo castigo é pouco.
Sou de esquerda e discordo veemente desta pauta identitária, que sotem contribuÃdo pra ofuscar as lutas reais que as vÃtimas de racismo, homofobia e violência contra a mulher enfrentam diariamente!!!! Estas sim lutas e pautas urgentes! Alem de comida na mesa...Acorda povo lacrador, só ajudam a dar munição pra direita sem programa nos atacar!
Jesuis da goiabeira, rogai por santos e magrao. Um mais perdido que o outro.
É quase isso, to para achar pessoal mais autoritario , intransigente e castrador que uma turminha de " ezquerda" pendurada no estado ou nos pais, sempre sao os donos da verdade, como se isso existisse, da etica e quem nao compactua com seus pensamentos sempre sao taxados de burros, fascistas e blablabla, triste, nao há vida inteligente entre esse pessoal. A musica Admiravel gado novo é sua trilha sonora
Ah, tá. Jeniau.
Sem polÃtica, por favor.
Nem todos da esquerda são identitários. Há uma esquerda-raiz que contesta fortemente o identitarismo e a bandidolatria.
Quanta obtusidadeH
“Pai, perdoe-os, eles não sabem o que falam.”
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