Michael França > Cotas podem ajudar a resgatar o mérito, enquanto excluem os medíocres Voltar
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O ensino superior público, gratuito e de qualidade, não está numa redoma e reflete as desigualdades estruturais que as ações afirmativas não foram capazes de resolver, ao longo dos anos, exemplo disso é a diferença de nÃvel social e de etnia que separa os discentes do curso de medicina e de serviço social.
Pelo texto, as cotas deveriam ser para todos os "não aristocratas", não para separar excelências dos medÃocres. Conceito confuso, para dizer o mÃnimo. O regime de cota deveria promover justiça social, o que não se deve confundir com meritocracia. Está se presta a justificar o privilégio de alguns em uma sociedade injusta. Ideologia conservadora a justificar o atual estado de coisas. Enfim, alinhado com a Folha.
Supondo 20 vagas com 5 reservadas a cotistas, o autor estaria afirmando que os não cotistas situados entre as classificações 15 e 20 são medÃocres? Argumento falacioso, pois não é possivel afirmar que os não cotistas situados fora da cota reservada para eles são medÃocres. Se isto fosse verdade, cotas raciais seriam desnecessárias.
Acredito eu que o maior e melhor meio de igualar as oportunidades é um ensino básico DE QUALIDADE para todos.
O Brasil é um paÃs com população muito miscigenada. Cotas raciais baseadas na cor da pele, e não na origem, punem os nossos ancestrais, inclusive os meus, que deram uma sonora "banana" para os racistas e formaram famÃlias multiétnicas.
Não acho que cotas raciais sejam o caminho. Se observarmos o que ocorreu com as mulheres nas últimas décadas na proporção existente de médicos e dentistas, podemos concluir que o preconceito pode ser vencido pelo talento: elas simplesmente tem tanto talento acadêmico em média quanto os homens. O mesmo deve ocorrer com os negros ao longo do tempo: não há razões para supor que não tenham em média o mesmo potencial acadêmico.
Ôôô, Michael, compadre, mais uma vez um exercÃcio de luta em ritmo e com a delicadeza de tai-chi: compreensivo e compreensÃvel, admirável. Bonito que nem o Gil, cabra Superior. Me amiciina vê-lo, e lembrar que já tivemos a honra de tê-lo como Ministro. Bons tempos pra cultura, aqueles. Bons tempos, agora, pra quem tenta se impor à miséria da vida com algum suporte além do blá blá blá meritocrático. Que lutem tanto por seus destinos pessoais quanto pelo coletivo: eu, tô na fita, lutarei junto.
Começar o dia com uma leitura desta forma costurada é um bálsamo pras reflexões que nos acompanham. Obrigada pelo texto e saiba que aqui em casa foi motivo de rodinha pra leitura coletiva com meus filhos adolescentes. Parabéns, Michael. Segue.
Êêê, coisa linda, Erika. Sorte da tua filhotada.
Michael França não sabe sobre a finalidade das cotas. Estas servem para que o preconceito seja minorado e não para que oportunidades sejam oferecidas a um indivÃduo que pertence a uma minoria.
1.1. Interessante, mas cotas (principalmente as raciais) não dão legitimidade ao mérito (1), muito menos corrigem distorções com base em grandes desigualdades de renda (2). Elas selecionam de modo a priori quem deve ser beneficiário de uma determinada polÃtica, portanto, selecionam, em um estágio qualquer quem são os vencedores (sic). Mais do que naturalmente, esforço e talento não têm distribuição homogênea em qualquer coorte, ou guardam qualquer relação com a participação demográfica.
1.2 Para quem tiver curiosidade os dados estão aÃ. No geral, em exatas e áreas da saúde, cotas raciais apresentam grande dispersão em relação à s médias de não cotistas. Diferentemente, em humanas essa dispersão tende a ser menor e, em alguns cursos, como ciências sociais, as médias são iguais ou muito próxima (sig dependerá do n). O que corrigi (1) são as condições que nivelam o playing field e o que corrige (2) são impostos sobre herança e um sistema tributário mais progressivo.
1.3. Harvard discrimina sistematicamente asiáticos (japoneses, coreanos, etc) porque adota um critério de diversidade (sic). Se o critério fosse apenas associado ao SAT fossem válidos, mais de 40% dos alunos de lá seriam deste grupo. Mesmo assim, eles ainda são mais do que sobrerepresentados quando comparados ao tamanho da população. Agora, mesmo diante dessa sub-representação forçada quais os grupos de alunos possuem melhor desempenho acadêmico em Harvard? Pois é, o grupo discriminado.
*fosse válido
Recentemente fui confrontado com a seguinte questão por uma professora Jovem que reclamava do desempenho profissional da colega, ambas aprovadas em concurso: “tudo bem que haja cotas para ingressar na universidade, mas o que justifica cota em concurso público entre pessoas que fizeram a mesma faculdade e realizam o mesmo concurso? Já não foi dada a mesma oportunidade de aprender?” Tenho algumas respostas porém ainda procuro a melhor.
O que é admirável: gente comum, contenta-se com uma; menos comum, é ter algumas; menos ainda, tê-las e, ainda assim, não estar contente. É o fino alinhamento com o substrato mais poderoso do método cientÃfico, seu espÃrito de busca, dando braçadas na precariedade do conhecimento.
Me senti pessoalmente ofendido com o texto, pois as coisas não são preto no branco: meus pais são pobres e eu, como muitos amigos meus, estudei em um colégio de bairro (graças ao esforço da minha famÃlia) nada semelhante aos colégios de elite como o Bandeirantes. A maioria dos que entram por cotas, estudaram em ETECs e institutos federais. Há na USP mais gente de classe A entre Cotistas do que entre não cotistas. Foi um esforço tremendo entrar na USP!
Foi um esforço tremendo entrar na USP competindo com pessoas que vieram de colégios de elite. Ademais, no Brasil, pessoas desfavorecidas mesmo (a maior parte da população) sequer entra na universidade, quando entra, entra em particulares baratas como a Unip. Quem olha para eles? A maior parte dos universitários brasileiros pobres está nas universidades privadas baratas (quase 70%), quem olha por eles?!
Cotas sociais são bem vindas, porém não é isso que conta para "coletivos" que querendo ou não, se situam e compõe uma nova concepção de conservadorismo ao reforçar a racialização das relações sociais tirando o foco da divisão de classe!
Caro Felipe, trabalhei numa instituçâo pública federal de educação, temos pesquisa provando que a maioria dos nossos alunos vinham de famÃlias com rendimentos entre um e três salários mÃnimos, não eram ricos, os ricos de verdade estão em instituições privadas daqui ou do exterior, podem pagar mais de dez mil reais para seus filhos estudarem a partir do primeiro grau, esses são os donos do capital, que detém o poder polÃtico e econômico independente do governo de plantão!
Cotas sociais? Querido, você acha que tem muito aluno de colégio estadual entrando por cota? O que eu mais vejo é aluno de Etec, instituto federal, ou seja, a elite do ensino público, entrando por cota. Pobre não entra na universidade não. Infelizmente.
Cotas são importantes para dar oportunidades à s pessoas que querem conquistar um lugar melhor na sociedade. Mas isso não dá o direito de achar que o Estado tem a obrigação de prover-lhes de tudo. É necessário labuta e profissionalismo para se formar dignamente em sua área de atuação. Menos ideologia e mais esforço enquanto retribuição aos benefÃcios provindos das cotas.
Dos melhores textos que já li em defesa das cotas! Meu aplauso ao autor.
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