Marcelo Viana > O paradoxo de Polanyi impede a inteligência artificial? Voltar
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Quer dizer que afinal os que respondem questionamentos com o singelo “não tenho palavras para explicar “ não são assim tão limitados?
Firestein comenta que o cérebro humano tem 80 bilhões de células nervosas e 100 trilhões de conexões. Rastrear cada célula é tarefa além da capacidade do mais rápido dos supercomputadores. Mas é possÃvel encontrar outros cérebros menores, como o de um verme que tem 302 neurônios e estudá-lo através da escolha de um sistema modelo cuidadoso e isso ser útil para a inteligência artificial. Ainda não temos 1 computador que possa mover 1 peça de xadrez de uma casa à outra tão bem como 1 criança.
A visão de Polanyi é estranha, pois para ele a realidade, ela mesma, é feita pelo cientista, com seu conhecimento pessoal, e não descoberta por ele. Parece ser um idealismo extravagante.
Não descobrimos a realidade, apenas construÃmos modelos que podem se aproximar dela ao menos o suficiente para produzir resultados previsÃveis e manipuláveis até certo ponto. Me parece que é nesse sentido que Polanyi diria que o cientista produz a realidade.
Polanyi disse que as regras da ciência não podem ser articuladas e que muito da ciência consiste em tácito conhecimento que não pode ser formulado explicitamente. Seria um conhecimento inexplicável e inefável, isto é, que não pode ser descrito. Será? Acredito que a formação de consenso pode ser conseguida por critérios mais pragmáticos de sucesso para uma nova epistemologia ou até mesmo uma metodologia. A inteligência artificial se resume apenas a regras algoritmicas?
Polanyi achava que a ciência possuÃa um tipo de racionalidade tácita que escapava da busca por regras algoritmicas. Que o conhecimento na ciência é pessoal, nos comprometendo e bem além de nossa compreensão. A adoção de uma nova teoria cientÃfica é um assunto pessoal e mÃstico. Polanyi, Wittgenstein, Feyerabend duvidavam que a ciência devia ser governada por regras. Outros concedendo que há regras no jogo da ciência duvidavam que essas regras delimitassem a escolha, Kuhn e Quine.
"A mente só entende o que é palavra" ... axioma do velho testamento que encontra eco em Wittgenstein: este diz que se consegue falar de parte do mundo e de outra parte, não... uma critica severa da ciencia que pretende dominar todos os aspectos da existencia. Freud já havia comçado o que Lacan completaria com a ideia de que o inconsciente, assim como o consciente, se estrutura como palavra. A vanguarda do pensamento ocidental retorna assim ao Genesis, o principio aonde só havia o verbo.
Mais que interessante o estudo dessas fronteiras indefinÃveis, móveis, nas quais a mente consciente ora avança, ora recua, ora se acha, ora se perde. nas sombras do inconsciente repousam o trilhão de conhecimento que a máquina, em princÃpio, não é capaz de alcançar por não ser orgânica. Tentando fazer uso do bom humor, o que não desenvolve gastrite, não pode ter consciência. Mas, além disso, não pode ter inconsciência. Por outro lado, humanamente, a Ciência também vive do inconsciente.
O feeling jamais poderá ser programado.
É isso! Algoritmo pode ter intuição? Como bem disse o leitor Nelson Oliveira, máquinas podem ter inconsciência, algo tão indissociável da nossa consciência ?
Quantas vezes ao escutar uma musica, nos emocionamos ? Eu acho que uma maquina jamais será capaz de fazer isso.
Para habilidades fÃsicas como andar de bicicleta ou nadar isso é evidente. Ou mesmo em tocar piano. Mas jogar xadrez nem tanto. Foi uma das primeiras aplicações de programas poderosos que ganham de campeões mundiais. Quando surgiram no final da década de 70, isso parecia impossÃvel.
Marcelo, o programa não responde a partir de consulta a um banco de dados, exceto na fase inicial da partida (banco de dados de aberturas). Daà em diante, ele tem que calcular algumas jogadas adiante em todas as possibilidades. As posições resultantes devem ser comparadas para avaliar quais são as mais ou menos promissoras. Seria fácil se fosse possÃvel calcular até o fim da partida como num jogo da velha, mas no xadrez o número de possibilidades cresce absurdamente após alguns lances adiante.
a máquina não "sabe" jogar xadrez, meu caro cardoso. ela simplesmente escolhe o movimento mais adequado em resposta a um lance prévio a partir de um banco de dados de situações análogas. é só uma programação. ela não "sabe" o que faz - não tem consciência de seus "atos".
Tantos comentários inúteis nesse jornal e Marcelo Viana com esse espaço curtinho...um caderno inteiro para ele, por favor, a questão da linguagem e conhecimento é das mais importantes na vida humana.
O conhecimento não é limitado pela capacidade de expressão. Apenas a Ciência o é. Ela só existe se devidamente comunicada pela palavra (publish or perish). Mas a Arte não. Ela é a forma mais elevada de conhecimento, e onde a o significado (e a beleza) transcende as palavras. Resumindo: a ciência começa como filosofia e termina em arte.
Ôôô tristeza! Mais uma semana, sêo Marcelo? Hahahahah! Como se não bastassem os limites expressivos das palavras, lidar com o limite de espaço é a Soda! Até a semana, passe bem esses dias!
creio que seria interessante vc dar uma olhada em "on denoting", de b. russel. sua distinção entre conhecimento por familiaridade (acquaintance) e por descrição (description) pode ajudar seu ponto.
A frase inscrita na pedra da sede do instituto tem outro significado, anterior a ciencia, ligado a noções elaboradas há cinco mil anos atrás, as palavras inscritas em outras pedras e repensado no seculo 20 por Wittgenstein.
Uia, essa foi hermética e instigante.
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Nossa. Que falta de educação. Com certeza vai k gar um monte de zerinhos.
Entendi não. Pode explicar de novo?
A essência esta em que sabemos mais do que podemos expressar em palavras. De repente, o senhor entendeu mas não conseguiu perceber.
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