A suposta tendência de se dividir em grupos onde um grupo domina o outro não é fruto da evolução, porque esse resultou numa capacidade cognitiva nova que permitia evolução social em vez de física. Dominação emergiu com as sociedade de classes, configuração social historicamente temporária, e não uma característica biológico e/ou psíquica, versão laica do conceito místico de pecado original.

Também "seleção natural" é um nome para um grupo de fatores. Muitas características são indiferentes ao valor de sobrevivência e muitas são prejudiciais embora persistam. Por isso Huxley dizia que a seleção natural não significa a sobrevivência do mais apto em qualquer sentido moral da palavra.

No livro "Origem das Espécies", Darwin diz: "A seleção natural tem sido o principal mas não exclusivo meio de modificação". Podemos interpretar que a seleção natural é a força que produz a maioria das mudanças evolucionárias ou também como a que produz as mudanças evolucionárias mais importantes. Seria bom que a nível de comportamento o ser humano evoluisse para ter em conta o seu grupo e o outro grupo distante, apesar do enorme trabalho. As outras mudanças fora da seleção são transitórias.

para darwin, a sobrevivencia de uma espécie estava condicionada a cooperação, e não a competição. a seleção natural não leva à vitoria do mais forte, isso é uma deturpação de darwin.

Eu aconselho fortemente, ler os seis livros do ciclo Terramar. Começa como uma história infantojuvenil, mas ao longo dos livros a história vai se tornando muito diferente. É maravilhoso. Não podemos esquecer o ótimo A mão esquerda da escuridão. Os Despossuídos nos faz refletir muito sobre os valores de uma sociedade.

Mesmo sem predadores e presas, os ideais de Anarres se perdem na burocracia e nas agruras de um dia a dia agreste. Dificil manter o otimismo e o humanismo quando o dia a dia é tão difícil de se ganhar. Mas o livro é precioso nestes contrastes.

A evolução é uma lei da natureza que abrange tudo impulsionando para o aprimoramento, mas não se pode comparar o que se passa no mundo animal que atua de forma instintiva, e o ser humano cuja essência é espírito dotado de livre arbítrio que permite a escolha entre o bem e o mal, o certo e o errado, que a consciência interior sempre adverte, mas o raciocínio frio guia através das cobiças, inveja, temores e ódio, isso foi a involução da espécie humana.

Acrescento modestamente que até a Rev. Ind. ética, economia e política eram apenas nuances de uma mesma coisa, qual seja, a organização social para garantir as condições materiais de vida, as relações humanas justas, e a felicidade. Portanto, a ética sempre foi materialista, e a metafísica, uma espécie de religião. Hoje, quem associa valores a ideias sem rastros na realidade e envolve isso com política almeja sequestrar as pessoas para uma fantasia arbitrária. O livro navega nessa discussão.