Vera Iaconelli > Para ser mulher tem que ter útero? Voltar
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"A partir do movimento LGBTQIA +, o chacoalhão vem pelo lado das mulheres trans. Elas nos levaram a questionar se pessoas que não nasceram com útero e se reconhecem como mulheres cabem na pauta feminista." Traduzindo: homens que "se sentem mulheres" por usar maquiagem, peruca, salto e performam feminilidade, usando o movimento sopa de letrinhas, oprime e silencia mulheres, a não ser que elas coloquem as próprias pautas em segundo plano para favorecer a eles.
JOVE BERNARDES Ontem à s 21h44 Não está dito no texto que o sexo feminino não importa, mas que, nas mulheres, não é o sexo que as define. Pronto. nas mulheres temos uma definição diferente. Então, nos homens a definição pode ser o sexo. Somos destituÃdas do nosso sexo, do termo que nos define: mulheres. Tudo bem usar o nosso sexo para a opressão, mas para ser um marco definidor da mulher não pode. O nosso sexo, como sempre, está a serviço de homens.
Será que não é o meio e a biologia que faz com que as relações sociais e suas interpretações sejam do jeito que são, e não o contrário? (Em referência à Gayle Rubin, citado no texto) Muito obrigado pelo texto, Profa. Vera.
Impressionante a quantidade de homens comentando e acusando mulheres de preconceituosas. Discordo completamente da visão apresentada por Vera e nem por isso deixo de admirar os seus textos. Discordo porque o sexo com o qual nascemos importa. Desconsiderar isso é também apagar a opressão que todas nós sofremos por conta do nosso sexo e de nossa possibilidade de reprodução. Nunca serei adepta de um discurso que está silenciando mulheres. Silenciar mulheres é misoginia e isso é básico.
Quem diz que o sexo biológico não importa, finge que: não houve e não há infanticÃdio de bebês do sexo feminino ao redor do mundo, que mulheres não perdem empregos quando voltam de licença maternidade. Performar feminilidade é fácil, quero ver sentir a misoginia na pele assim que nasce.
Não está dito no texto que o sexo feminino não importa, mas que, nas mulheres, não é o sexo que as define.
O que torna uma pessoa transexual única é a sua condição em trânsito de nascer num sexo biológico e transitar para outro. Na expressão mulher transexual, o adjetivo transexual determina o substantivo mulher. O sexo serve para a reprodução biológica e o prazer sexual. A mulher "cis" tem os dois (a esterilidade é uma fatalidade da natureza), ao contrário da mulher trans (que pode, ao contrário, engravidar, e não ser engravidada).
Eita, dona Vera, é triste realidade. Quero fazer duas observações: a primeira, é que as trans estão em posição ainda pior - não raro percebidas sub-mulheres, sem o útero que as autentique, acabam vÃtimas pioradas dessa situação de não-lugar. Em segundo, sobre a possibilidade de conservadorismo/reacionarismo LGBT, é verdade, já o observei; todavia, talvez pela experiência da opressão na carne e espÃrito, seja mais incomum do que o "machismo feminino" de figurinhas como a Zambelli. Coisa tristonha
O pior do texto inteiro foi citar Simone de Beauvoir que aparentemente não leu , já que a cita pela metade e esconde a parte que lhe convém.
Na verdade é tudo muito simples : ser mulher não é um sentimento ,até porque o que sente quem está se sentindo “mulher”? A mulher não nasce , ela é feita. A grande questão é confundir sexo com gênero. Vc vê alguém discutindo sobre o que ser um homem com próstata?
Ah, muito grato, Washington. Não me pareceu uma contradição, senão uma extensão da discussão: a esse ser feminino moldado pela cultura, demandas diferentes são feitas conforme esta sofre mudanças. Sei não, mas acabo crendo que ao corpo trans, politicamente transgressor, há mais e mais severas demandas pra ser aceito. Talvez, até, comparáveis em grau à quelas que as primeiras feministas tiveram que vencer pra botar suas ideias em discussão e suas pautas na polÃtica. Dá pano pra manga, hein?
Beauvoir disse : “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psÃquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino.” Simone quis dizer que à s fêmeas humanas é imposta uma série de condutas e esteriótipos associados ao feminino e que elas só terão valor caso reproduzam um papel predefinido que a sociedade as impõem ao nascerem.
Você faria a gentileza de nos iluminar? (Sem ironia alguma, seria mesmo um favor à discussão)
Na mosca, Vera.
O ambiente social e a biologia forjam os indivÃduos. Ninguém pode apagar seu passado biológico.
Parece-me que a questão, caro Valdir, é a construção - se considerada necessária - de uma biologia alterada. Isso pode ser feito cirurgicamente e com hormônios, sem "apagar" um passado biológico, mas construindo um futuro biológico pro indivÃduo. Forja-se, pela vontade, contando com a técnica, um novo indivÃduo. E nem todos os que seguem esse caminho alteram sua biologia, há quem simplesmente não o faça - seu passado biológico está ali, inalterado.
As pessoas podem mudar sua conduta social, a mudança é válida se o indivÃduo sentir-se melhor, é um direito. Todavia, biologicamente é fato que não mudará.
Quando um ser humano não se identifica com o processo cultural que, de fora e de forma autoritária, o submete a uma identidade de gênero que ele não reconhece e nem vivencia em si mesmo fica claro que este processo cultural precisa ser questionado bem como suas justificativas biológicas utilizadas para defender a opressão determinista.
...(2) O exemplo de controles extremos com incentivos à natalidade tem a Alemanha nazista com os três K (casa, cozinha e criança), o Japão Imperial (precisam de ‘genteÂ’ para a ação imperial) e, a China com o rÃgido controle atenuado nos últimos anos. No Brasil confirma-se certas liberações ao longo de 70 anos porem, a tradição cultural, continua forte.
... a submissão da mulher é avalizada pratica e severamente por todas as religiões e não é diferente ao conjunto das diferentes concepções cristão e, mais ainda, a polÃtica populacional de governos, no mundo todo, em maior ou menor escala, no controle direto da reprodução humana onde o corpo feminino é propriedade do Estado, a legislação diz por si... (1)
Sempre me sinto representada quando Hà informações que conscientizem e emancipem as mulheres... Que seja um mero panfleto, desde que nos dê consciência sobre nós mesmos dentro de uma sociedade que oprime a mulher.
O problema do ser humano é a eterna busca por satisfação pessoal. Quando não é a questão de gênero, encontra outro questionamento que pode ser na cor da pele, da condição social, das ideologias polÃticas e tantos outros questionamentos que tem o mesmo objetivo, encontrar-se a si mesmo. Não me julguem mal, mas, perceberam que há um intenso processo em se desconfigurar a concepção natural? Estes mesmos defendem o meio ambiente que cuja natureza deve ser preservada...incoerência!?
Venâncio, prezado, de "natural" não se tem grande coisa senão na condição de Mogli, personagem do Kipling. Depois que a gente é introduzido na complexidade cultural, trabalho incessante e demorado, de paÃs, escola, idades, tv, tablete e sabe Zeus quem mais, já era: é sempre busca do melhor equilÃbrio possÃvel. Preservar a natureza não equivale a preservar seu estado primevo, mas garantir habitabilidade: sem o básico do "Jângal", a gente some.
Oi Venâncio. Apesar de ser empática ao sofrimento humano e adepta a liberdade de cada um ser quem é, confesso q essa questão q abordas é tb difÃcil para mim. Precisamos falar mais sobre...
Não me senti representada - não porque o tema não seja importante, mas porque achei que o artigo parece escrito em cima de um panfleto.
otimo texto! Sim o feminismo é uma grande questão que abraça várias outras, não menores, mas iguais na urgencia e necessidade de discussão, legitimidade, justiça e visibilidade. Sigamos
Balaio de gato. Temos ai uma pauta de luta de classes, outra de direitos civis, cidadania, liberdade, igualdade, e o bendito identitarismo que somente a classe media defende. A escritora só bagunça estes conceitos.
Se um indivÃduo nascido homem pode se declarar mulher, o que impede um branco se declarar negro? Descartem o que essa colunista escreve
pelo jeito nada impede. Temos agora o Arthur Lira se identificando como negro. Mas o movimento negro detestou isso e ninguém tá jogando pedra. Mas mulher reclamar... ah. aà não pode. aà é preconceito. Não, não somos preconceituosas. Nós apenas damos a importância devida ao nosso sexo de nascimento. E quem desconsidera o impacto de nascer do sexo feminino em nossas vidas, está praticando a velha misoginia.
Confesso que me dá uma certa preguiça de discutir nesses termos, prezada...
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