Crie um animal enjaulado. Quando soltá-lo, muitas vezes ele não sai da jaula e se for forçado, retorna quando puder. Só para a Folha, que está a serviço de uma elite que empurra o país para trás, a rejeição a um texto progressista foi uma atitude prudente do povo chileno.

Viva o povo chileno. Quem dera que os brasileiros tivessem essa sabedoria. Também pudera, Brasil último em educação.

O Chile enriqueceu enquanto os seus vizinhos empobreciam relativamente. Isto foi feito com uma carta constitucional que aparentemente funcionou muito bem. Não fazia sentido fazer outra carta. Poderiam ter mudado os artigos que não funcionavam bem. Votaram um monstrengo de mais de 400 artigos e o povo mostrou sabedoria ao dizer não ao monstrengo.

Já temos problemas demais pra ficarmos aqui fingindo ser especialistas no Chile, que de bom pra mim só tem mesmo o don melchor, el vino, por supuesto.

O momento exigia uma Constituição enxuta, focada apenas nos princípios democráticos, nos direitos humanos sociais e fundamentais e nos pilares da ordem econômica. Em vez disso, a assembleia constituinte produziu um monstrengo com mais de 400 artigos, repleto de minúcias e casuísmos. O Chile, pelo visto, não aprendeu nada com os erros de seus vizinhos.

Insiste-se na falácia da Renda percapta. Também busca dissociar o modelo previdenciário imposto por Pinochet do regime empresarial-militar. Não estranho: o jornal tem seus interesses e a censura da Folha não me deixe escrever mais.

O jornal insiste nesta falácia da renda percapta. Isso é lindo em estatísticas, mas pouco reflete a realidade. O que levou ao movimento de 2019 foi, entre outras coisas, o maligno modelo previdenciário, que esta folha insiste em dissociar da ditadura. Mas como sempre escrevo aqui o Jornal tem interesses e empresas de previdência são bons anunciantes.