A melhor forma de esconder misoginia é esmerar-se em gentilezas sociais à sua dona de casa. Vesti-la bem, e com roupas caras, vistosas e cintilantes, bem para contrastar o que já se viu socialmente com as demais. O número de vezes em que verdadeiros ataques foram desfechados, e captados pela imprensa, superam, em muito, as raras cenas de gentileza ostensiva.

O espetáculo do misógino, querendo representar a cena montada para disfarçar sua misoginia, torna-se, no mínimo, hilário. No mais das vezes é vergonhoso, carece de movimentos espontâneos ausentes na cena. Não consegue se completar por atributos jogados na fala, tais como "princesinha", somente faltou o tradicional "rainha do lar". Que vergonha de espetáculo, somente não foi vaiado porque a "plateia" é comprometida política.

As mulheres que lêem a Mariliz sabem que não há nenhuma tentativa de comparação entre o Inominável e os demais candidatos. As ditas "princesas de verde amarelo" no Brasil do nosso século são pífias exceções de um mundo tão fantasioso quanto hipócrita, dominado pelo desrespeito à igualdade da mulher. Chamar de princesa só reforça a inferioridade que as tolas acreditam ser elogio. Lugar de mais protagonismo só alcançaremos com consciência e voz própria e num debate mais sólido, além das eleições.

Eu estava na avenida Paulista no último 7 de Setembro e posso dizer com segurança que vi ali muitas princesas vestidas de verde e amarelo. Elas expressavam primordialmente seu apreço pelos valores defendidos nos atos daquele dia, como a integridade da família e o patriotismo. Ademais, sempre vale notar o seguinte: a cintilância e a dignidade da primeira-dama, Michelle, são por si só belas respostas a quem papagueia o dislate de que o presidente Bolsonaro é misógino de carteirinha.

É...teve ate jornalista dizendo que "sim, deputada podia ser chamada de put4". Entre aspas né, nao sou jornalista e portanto, nao foi dito por mim. Passou desapercebido, ao menos na materis, a fala do mito, dizendo que "acorda e me pede R$ 5mil, todo dia". E a esposa comprada, nem se preocupou em desmentir o seu preço...

Prezada Mariliz, a questão que fica, após a leitura deste seu bom texto, é como estabelecer paralelos, pertinentes, sobre aspectos sem deixar entreaberto o risco da (falsa) equivalência no todo. O colega Rafael Ferreira faz algumas considerações com as quais concordo e sei que você as lerá com atenção.

Marilúcida, que bagúio lôko, amiga: se só agora descobrimos a mulher, com quem é que a gente anda fornicando nesses 5OO anos? Replicantes? Céus, bem que eu achei alguma coisa conhecida quando assisti o Blade Runner. Falta descobrir os pretos. Os gueis, marofeiros, onanistas crônicos, motoristas de Uber Black e plantadores de cogumelos psicodélicos. Ativismo identitário não pode ficar numa só denominação, não: vamos ao voto grupal! Hahahahah! Antes nunca do que tarde, caríssima.

Não existe mais cavalheiros como antigamente. Só cavaleiros, motoqueiros, jetskieiro, farofeiros...!

Disse tudo Mariliz...as campanhas" descobriram" a mulher.

Só pra dar uma aliviada : "Papai, o que significa imbrochável?" ."Significa que ele é um homem muito conservador e sabe ter compostura, filhinha".

"Misógino de carteirinha" é ótimo,e remete a um clube. Além dele, que merece ser presidente honorário, quais outras figuras públicas teriam suas merecidas carteirinhas? Dá um artigo?

Mariliz, primeiro parabéns pelo prêmio "Mulher Imprensa".

Pôxa Mariliz, eu fiquei com a consciência pesada quando fiz um comentário, e você me respondeu meio pé da vida, dizendo que eu não tinha lhe entendido. Refleti, pensei... ela tem razão: excomungar quem não se alinha com o nosso pensamento, é um tiro no pé. Precisamos de todos. Mas agora, me perdoe, você é q deu uma escorregada. Lenio Streck escreveu em coluna aqui na FSP, que este ano não se trata de eleição e sim de Referendo. E você escorrega querendo comparar pessoas tão díspares. Continuo:

Lula, vai muito além do discurso e das escorregadas. Ele criou a Lei Maria da Penha. Ele foi fundamental para eleger uma primeira mulher Presidenta (Dilma). Por mais que já tenham se desentendido, Marina Silva foi ministra do Meio Ambiente, com ele. Lula é um cara gentil e sempre reverenciou Marisa de forma respeitosa, tratando-a como pessoa em sua individualidade e em sua essência feminina. E muito mais. Não vou comentar sobre o outro, porque não tem como comparar. Um é antítese do outro.

Então Mariliz, essa patrulha do discurso, q parece + uma torcida pelo escorregão, isso sim é q empurrou muita gente q podia estar do nosso lado, para o colo daquele q inflama o discurso dos ressentidos, q alimenta preconceitos e cria esterótipos inatingíveis para mulheres q pegam 2 ônibus para trabalhar e não têm nem força para entender o quanto esse troglodita lhes ofende. Você deveria reler aquela sua coluna, lembra? Mas será q estou enganado? Fico em dúvida, de q lado você realmente está?

Por fim Mariliz, relembro: não se trata de eleição e sim de Referendo. Não dá para facilitar, você viu o 7 de setembro. Ele atropelou todos os poderes e deu de ombros para a lei. Eles literalmente usam todas as armas. E nós só temos o discurso. Que tal, pelos menos até passar a eleição, controlar o ímpeto hiperidentitário egóico na escrita. Lula é um democrata, ele vai te ouvir. No +, não dê munição para os machistas de verdade, eles já estão muito bem armados e alinhados.