Esta decisão da Nature vai acabar levando àquela trama conhecida de Hollywood. Se o estudo levar ao que a revista está querendo evitar mas tiver alguma aplicação prática, empresas privadas vão usar do mesmo jeito, e a vai aumentar mais ainda o conhecimento científico que fica restrito por patentes.

Se alguém não publica perde para a concorrência. Darwin por exemplo sabia que sua teoria balançava as crenças estabelecidas, que supostamente serviam de alicerce para os costumes. Por isso demorou a publicar seu livro, tendo o cuidado de acumular mais evidências. Mas suas dúvidas se dissiparam quando viu que Wallace iria publicar uma tese semelhante.

A ciência humanas estão suscetíveis a versões mais do que as ciências exatas por exemplo. fatos sob óticas diferentes…com o advento da mídia social as repercussões são imediatas, as mudanças de valores esta muita acelerada para o bem e para o mal. Diferentemente de exatas, existe pesquisa básica em humanas? Ela é sempre reflexo de direcionamento, não? Desculpem a ignorância…

É o velho dito popular: de boas intenções o inferno anda cheio. E um não tão velho assim de um ilustre vice-presidente: as consequências vêm depois.

A ciência demonstrou estar corrompida durante a pandemia. Houve grande censura na divulgação de informações porque análises de evidências empíricas ficaram nas mãos de profissionais com conflito de interesse remunerados por empresas farmacêuticas. Médicos e pesquisadores de linha de frente tiveram seus trabalhos censurados e a mortalidade foi muito maior do que a necessária e continuamos convivendo com este problema após uso da mRNA com resultados censurados.

Existe uma grande confusão entre moral e ética. A moral é subjetiva, porque é a consequência dos juízos de valores que desenvolvemos socialmente e historicamente. A Ética é universal, ou ao menos pretende-se ser. A Ética também é uma ciência. Prever limitações morais na aplicação das descobertas científicas não faz sentido, mas definir restrições éticas, é perfeitamente factível e algo que a comunidade científica não faz, mas deveria fazer.

Bem, Hélio, em relação ao "imprevisível", parece-me que sim, seu raciocínio é defensável: se não é possível prever uma utilização deletéria do conhecimento a culpabilização retrospectiva fica complicada. Há, por outro lado, uma "ciência marginal", tangenciando o antiético - pesquisas com esteroides indetectáveis ou em clonagem humana, p ex - que sustenta que a busca pelo conhecimento tem valor intrínseco, não importando quais efeitos práticos tenha. [Continuo]

Lúcido, pertinente e muito interessante como sempre. Obrigada.

A discussão é pertinente, mas o exemplo foi péssimo e induz a pensar q princípios morais podem ser demonstrados cientificamente. A ciência não tem como determinar se sexo entre iguais tem algo de errado ou não. A ciência poderia, por ex., demonstrar se a orientação sexual é determinada pela genética ou pelo ambiente, mas qquer q seja a conclusão, certo ou errado é uma escolha que depende de valores e crenças. Como ensinou Darwin, a Natureza não tem um propósito, certo e errados são escolhas.

A essência de um trabalho científico é justamente essa. O resultado apurado, nas condições que se estabeleceu o trabalho, é o que é. Muito pertinente a abordagem do tema.

Prezado Hélio, apenas discordo que Ética seja local e temporal, prefiro o conceito de Ética como valores atemporais e universais, diferente da Moral, está sim circunstanciada, por exemplo, para um adepto da Ética humanista matar nunca será certo, porém em tempo de guerra, não só é moralmente aceitável matar o inimigo, como é condecorado quem o faz...