De Belindia à Hungria. Não precisamos disso, mesmo que passe.

Marcelo, caríssimo, agradeço e aquiesço, dado o evidente e racional da coisa. Contudo, será no nosso fiofó, presente e já dolorido pelos quatro âno(u)s de despautério, que uma eventual bozofrenizada do futuro se dará. É um terror pensar no prolongamento da insânia coletiva e nos efeitos disso pro futuro. Tá difícil de ser consoladora a reflexão, ainda que verdadeira e pungente.

Não deixa de ser um conforto imaginar que Bolsonaro, essa enfermidade que estamos vivendo, passará, como tudo na vida. Só que da última vez que nos acometeu ela durou 21 anos. Po rtanto fico com Mario Quintana "Eles passarão, eu passarinho". Bora votar na democracia meu povo que a vida é muito curta..

Francamente, se é isso o que os enteógenos têm a nos ensinar.. quanta mediocridade. Eu sugeriria reler o Bhagavad Gita, e entender que Karma Yoga não é sinônimo de passividade. Pelo contrário. É agir de acordo com o que nos cabe, centrados na experiência do transcendente. No caso de Arjuna, lutar e matar seus tios e primos Asuras mesmo sabendo que a morte inexiste. "Tudo passará.." Really? Saudações.

"Mesmo dando ruim para alguns, ou muitos...tudo vai passar" Não é isso? 400.000 mortes evitáveis na pandemia, porque "deu ruim"! Quem lê isto deve achar-se "imbrochável", "escolhido", "lado certo", afinal, NÃO MORREU! A memória dos que morreram... "já passou"! A extrema-direita foi eleita para tocar um projeto todo ele feito sobre MENTIRAS e ameaças! Para permanecer no poder eles terão de se justificar aos "seus": os "comunistas", então, serão mortos. "Vai passar!"

Obrigado pelo texto.

O mal sempre vai passar, concordo, mas acho que não podemos esperar sentados. Temos que ser agentes dessa mudança. E o mal, nesse momento, está personificado naquele que destrói florestas, sonega vacinas, exalta o canibalismo, a xenofobia, a misoginia e outros preconceitos raciais.

Isso também vai passar. Verdade. Mas somos seres humanos, e o blasé só nos serve até a página dois. Quando estamos no meio de um vendaval, de pouco adianta saber que outros já passaram por vendavais piores. O que nos importa realmente é o que se sucede no nosso medíocre período de existência. Estudamos os povos antigos com o distanciamento de quem lê um romance. Quando revemos um jogo de Copa do Mundo, o que causou tanto nervosismo fica parecendo tão monótono. Agora é a Era da Discórdia.

Não compartilho do seu otimismo. Desde o início deste desgoverno, temos recordes mensais de desmatamento sendo batidos. Não haverá mais floresta, educação, a poliomielite, a varíola, o sarampo, a Aids vão voltar, fora a Covid, vacina contra a qual eles pararam de cmprar. A continuar Bolsonaro, acabamos todos.

Concordo, mas faço uma intervenção para lembrar que passa; porém, poderia ser um sofrimento a ser evitado.

Apesar de toda a destruição da Segunda Guerra, o Mal foi derrotado e a civilização pôde ser reconstruída. É reconfortante, mas só porque estamos no futuro e sabemos que tudo deu certo no final. A angústia atual é por sabermos que o futuro não está traçado e independe de nós e dos nossos desejos.

Realmente passará, mas como democracia demoraremos pelo menos uma década para reconstruirmos essa destruição de valores. Retrocedemos a Espanha de Franco.