Samuel Pessoa > A verdade da esquerda Voltar
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Perfeito! Quando eu era menina ( tenho 74 anos) não havia escolas particulares do ensino básico, só as católicas e as públicas que eram as melhores. Meus pais eram pobres, famÃlia de pequenos agricultores, no entanto eu me sentava ao lado da filha do prefeito na escola. A ditadura militar acabou com isso introduzindo as escolas privadas onde hoje estudam os filhos dos ricos e da classe média. Ensino público universal e gratuito traz igualdade de oportunidades para todos.
se negros e brancos, ricos e pobres, convivem no mesmo meio, só pode ser porque a educação e a saúde pública locais são de qualidade, que permitem a ambos ter as mesmas chances e não ter preconceitos uns com os outros.
Se aparecer um candidato para trabalhar nas minhas empresas aqui no Brasil ou nos EUA, e que se auto admite canibal -, pessoa que se alimenta de carne humana, tipo o personagem da excelente série "Dahmer: Um Canibal Americano" eu não contrataria . Cada um tem o seu próprio limite moral , ético, e humanitário. Fato . Negar fatos? Faz parte dos que são de extrema direta. E irão aqui negar com impropérios e insultos violentos próprios dos de extrema direita.
Então é só fazer uma campanha na televisão para os 100 milhões de pobres brasileiros, eles que tratem de arranjar um amigo rico, e está tudo encaminhado. Não imaginava que fosse assim tão fácil.
Em ambiente controlado e em condições ideais a plantinha cresce e dá bom fruto. Dentro da média esperada. Pode até crescer uma erva daninha, mas o bom jardineiro cuida disso e também de certas plantinhas que cismam em crescer mais sufocando as outras. Economias pseudo-liberais como a brasileira estão longe disso e crianças não são plantinhas, pois possuem desejos e necessidades coletivas abstratas. Humanidade.
Perfeito! Embora a ciência seja fundamental para a evolução humana, seu caráter reducionista pode levar a conclusões corretas dentro das variáveis estudadas, mas totalmente equivocadas ao tentar reinseri-las não prática regional e individual. Os economistas neoclássicos são unânimes em elogiar a polÃtica fiscalista e liberal desse governo cujo resultado são 125 milhões de pessoas em insegurança alimentar e 33 milhões com fome.
Não dê uma de Juracy Magalhães! As relações sociais nos Estados Unidos não são as que existem no Brasil! O custo dos modelos econômicos no paÃs têm sido a desigualdade social e a dÃvida pública colossais. A verdade não é da esquerda, é dos que extraem juros exorbitantes da poupança pública, bloqueando os investimentos em infraestrutura, logÃstica e indústria. Está aà a terra devastada que se vê no paÃs. A proximidade entre probres e ricos aqui dá no oposto: garante oportunidades para os ricos.
Que novidade é está? Que pobre que mora em bairro rico tem mais chance que pobre que mora em bairro pobre? É disto que se trata: é óbvio que mais igualdade de chances gera mais mobilidade social. A pesquisa confirma todas as bandeiras da esquerda!
Mais uma opinião "baseada em evidências" do representante do Novo neste jornal.Helio Beltrão e Samuel Pessoa......até quando ?
Outra coisa, Samuel, há muito é sobejamente conhecido nos meios pedagogicos que o desempenho do aluno na escola é diretamente proporcional à escolaridade dos pais, o que faz com que os alunos da mesma escola tenham desempenhos diferentes em função desse particular. Nada de novo no front a não ser a confirmação do que já se sabia pelo método cientÃfico.
Não entendi a expressão "essa é a verdade da esquerda". Para a direita não é uma verdade? Adib Jatene é de esquerda. A ideologia liberal derrete a cabeça dos caras.
Samuel, vamos fazer assim: todas as escolas serão obrigadas a ter alunos em quantidade proporcional a distribuição das crianças por classe social ou faixa de renda, não importa onde estiverem localizadas. Da mesma forma no sistema de saúde, ou seja, não poderá haver segregação de renda ou classe social, todos serão atendidos no mesmo sistema. Tá bom assim? Todos serão obrigados a conviver para o bem de todos.
Qdo 90% da população é miserável ou pobre (classe média) como no Brasil e os ricos do paÃs moram em Miami ou se escondem em condomÃnios fechados a ÚNICA SOLUÇÃO é acabar com as MÃQUINAS DE FAZER POBRES: SISTEMA FINANCEIRO cobre juros caros sobre o consumo dos pobres e paga juros baratos para os pobres para cobrar juros baratos do ricos cheios de garantias SISTEMA TRIBUTÃRIO isenta os ricos e rouba 50% da renda dos pobres SISTEMA POLÃTICO só elege ricos ou pobres pelegos como a Tábata Amaral
* Higienópolis
Faltou dizer como os pobres se mobilizam para as proximidades de uma vizinhança rica e estuda em escola junto com ricos. Quero dicas para morar em Higianopolis.
Samuel seria muito mais simples reconhecer que a sociedade se (des)organiza em torno de um macro-sistema de pilhagem dos pobres por meio do sistema FINANCEIRO (que cobra juros altos dos pobres ou pega juros baixos para os pobres e entrega dinheiro barato para os ricos), bem como por meio do sistema TRIBUTÃRIO (que isenta os ricos e cobra 50% sobre o consumo dos pobres e este dinheiro vira remuneração de rico através da dÃvida pública). BASTA ACABAR COM O CARTEL FINANCEIRO E TRIBUTAR OS RICOS!
Esses liberais são uma comédia! Descobriram a roda em pleno século XXI!
A pobreza é gerada pelos ricos, pois são eles que têm o poder de definir as regras que direcionam recursos para os mais pobres. A falta de oportunidade. Pobre pela simples ignorância não sabe como sair da pobreza. O rico pelo conhecimento pode mostrar o caminha através de oportunidades de emprego e educação. Pobreza deve ser medida pelo uso do cérebro, ao invés de recursos materiais. Para entender isto na prática basta comparar Shenzhen na China com San Francisco nos EUA. Veja vÃdeos do Youtube.
Outro vÃdeo muito iluminado é do Kishore Mahbubani: "Has the West Lost it?" apresentado na LKY School of Public Policies. Outstanding.
Exato. Gostou?
Toda vez que se achar que é o rico que causa os problemas próprios do capital, estaremos diante de alguém desprovido de inteligência. Preconceito contra o rico não ajuda a retirar o povo da alienação. Pode ser só inveja.
Vc se refere ao vÃdeo "The People's Republic of The Future"?
E decida qual o melhor modelo. O sucesso da Singapura de Lee Kuan Yew fez Deng mudar a trajetória da China de Comunismo Marxista para Comunismo Capitalista ou Capitalismo Inclusivo. O capitalismo não inclusivo conhecemos muito bem: EUA e Europa. Não deixem de ver o vÃdeo do youtube, feito pela Bloomberg, sobre Shenzhen.
Embora a tese seja interessante não exime o governo de plantão de criar oportunidades concretas, reais, em temos de educação e empregabilidade para que a ascenção dos mais pobres se faça. Um governo capaz de construir uma sociedade mais justa e igualitária. De outro lado, uma elite sensÃvel e responsável sobre a sua participação e papel na construção desta sociedade.
Nada é simples, né, minha cara? Mas ter pontos concretos como meta, ajuda, bem como se dispor a contemplá-los em ações de governo.
Concordo plenamente com a tese! Além do que conviver com quem está acima na escala social além de criar uma rede importante para criar novas perspectivas constitui um estÃmulo para se ir além!
No final, Samuel coloca que seria fundamental, para a ascensão social de uma pessoa pobre, que tenha a seu lado um colega rico que, como cristão de bem, norteie seu caminho, rumo à felicidade absoluta. Como se não houvesse luta de classes e que aquilo que se chama de competitividade, no capitalismo, nada mais é do que um instrumento de legitimação para as diferenças sociais. Só falta explicar que, no final das contas, milhares vão pro céu, milhões pro purgatório e bilhões pro inferno...
Hahahahah, ótima blague, mas não sei se carece de cinismo tão explÃcito, meu caro. É só uma constatação de como as coisas são, e de como, nesse contexto, produzir mudanças. Como já observaram duas colegas abaixo, não é fácil operacionalizar esta mistura, mas pode-se almejá-la, ao invés de deixar o barco correr. Porque revolução socialista, tá mais difÃcil do que isso, ultimamente.
Há alguns anos, pesquisadores de Princeton estudaram a fundo o sucesso finlandês na educação. Dois achados vão ao encontro da atual pesquisa: i) os finlandeses se surpreendiam com o interesse norte-americano em sua educação, pois, segundo eles, ela era toda baseada em estudos estadunidenses, que seriam grandes na pesquisa, mas muito tÃmidos ao adotar seus achados; e ii) que um dos pressupostos da educação finlandesa era a mistura de perfis sociais nas turmas, cujos benefÃcios eram evidentes.
Caro Carlos, acrescente-se à s suas observações o fato de que o professor, na Finlândia, ganha bem, tem status social elevado e formação de alto nÃvel (é frequente ver doutores dando aula pra criança - salvo engano, obrigatório hoje pra ingresso na carreira). A escola pública é decente e bem equipada. Ajuda bem.
Muito bom. Quando a escola pública era boa, havia essa convivência.
Continuando meu comentário anterior, no mundo de Samuel Pessoa não existem classes sociais, mas, sim, apenas indivÃduos e suas "dotações". DaÃ, essa cantilena de supra individualidade. Depois de falar das condições reais, concretas, postas pelo desenvolvimento desigual do capitalismo (que ele não assume, mas, que ele acredita seja posta pelo acaso), destaca que paÃs "espertos" se mudam para lugares onde seus filhos conviverão com filhos de paÃs ricos. Valha-me Deus ...!
Meu deus...
Vejam até onde vai a "genialidade" dos economistas mencionados e, também agora, a do articulista: a solução para a redução da desigualdade da humanidade deverá ser a adoção de uma polÃtica social, de forma universal, que viabilize o emparelhamento de crianças pobres com crianças ricas, mundo afora. Como se não bastasse o ridÃculo dessa tese, ela parte do pressuposto que as famÃlias ricas permitirão de boa vontade que sejam filhos se misturem com aqueles de famÃlias pobres. Faça-me o favor ...
O problema não é a tese, que a diversidade favorece o desenvolvimento é inequÃvoco e há muito já sabido. O grande problema é como propiciar essa convivência. Ricos vivem segregados de pobres e até da classe média. O processo urbanÃstico capitalista leva a cada vez mais segregação de forma que seria muito difÃcil aproximar as crianças de diferentes classes a não ser que seja na marra.
Vamos, Quico! Não se misture com essa gentalha! Gentalha, gentalha! Prrr!
Temos que compreender a metalinguagem. Convido-os a relerem o texto, mas com capacidade de abstração suficiente para identificar o discurso de pastor. O deus é o dinheiro, a igreja deve ser o mercado financeiro e nós, como sempre os párias. Adib Jatene, a inspiração máxima e intuitiva do autor, comete plágio ao se utilizar do ditado popular, supostamente bÃblico, adaptado, diga-me com quem andas que te direi quem serás. Assim o texto fica inteligÃvel.
O artigo de hoje lembrou-me a série de TV "Todo mundo odeia o Chris".
Parabéns pelo belo artigo. Humanidade acima de tudo!
É claro que se um nordestino vier para São Paulo a possibilidade subir na vida é maior. Mas a que custo? Morar na favela, trabalhar oito horas por dia e ficar mais quatro no trajeto, perder a saúde com o stress e violência. Melhor ficar no nordeste e comer caranguejo e tomar leite como disse Sargento Getúlio. A riqueza que precisa da ir pra lá. Isso se chama igualdade regional, que só Lula fez. E fará.
Nao é disso que se trata. Ricos e pobres vivem apartados espacial e socialmente, não há interação mas essa interação seria benéfica para todos. Isso é sobejamente conhecido, não é novidade. O problema seria como promover essas interações quando o rico vive no centro chique e o pobre nas periferias. O máximo de interação que ocorre aà é quando o empregado deixa a periferia para trabalhar para o rico, seus filhos jamais interagem.
Viva a esquerda! Morte à extrema-direita neofascista!
CPMF para a Saúde, estragaram a boa idéia do homem.
Leia-se "humanistas" em vez de "esquerda". Há muita riqueza no mundo. É um absurdo que ainda existam famÃlia na miséria e passando fome. Um pouco de distribuição de renda e menos darwinismo-social dos liberais resolveria isso.
Toda renda precisa ser gerada com trabalho, investimento e risco. Não existe riqueza pronta para ser distribuÃda. É muito fácil distribuir a renda dos outros. DifÃcil mesmo é dar duro, estudar, trabalhar e auferir retorno, coisa mais difÃcil que carnaval, samba e futebol.
É, Renato, acho que cê tem razão: "esquerda" é a cor polÃtica que melhor representa a intenção, mas não é detentora do monopólio do bom-senso e da humanidade. Boa.
Em geral os mais ricos moram em bairros mais caros, onde seus filhos convivem com crianças de classe similar. O mesmo para as escolas que frequentam. BrasÃlia no inÃcio dos anos 60 era diferente. Brincávamos com os filhos de um técnico de eletrônica e de um guarda de segurança. No terceiro andar morava um senador. Tudo em apartamentos iguais de sala e 3 quartos. Mas isso deve ter desaparecido, pois o dinheiro da venda de um imóvel valorizado acaba sendo uma tentação para quem ganha pouco.
Na verdade quem tem dinheiro hj p morar em bairros mais estruturados? Pobre consegue pagar de 10 a 20 mil reais por ano de IPTU? há uns 20 anos vem acontecendo um êxodo desses bairros pq os serviços neles são mt caros, começando pelo absurdo do IPTU. A isenção abrange apenas aquele pobre q já passa fome, o pobre q tem alguma renda é obrigado a pagar caro p morar. O jeito é se mudar. O guarda não mora mais na msm rua q o senador.
Culpa do comunista Niemeyer.
Putz, que artigo sensacional, seu Samuel, muito grato. Primeiro, apresentar esse trabalho interessantÃssimo; depois, pela lembrança da frase do Jatene, essa foi preciosa. Lembrou-me do porquê, certa feita, fui estudar teoria social-cognitiva: era o suporte cientÃfico (parcial, evidentemente) à velha sapiência do "quem acredita sempre alcança". Não, não "alcança" somente por isso, mas a probabilidade é muito aumentada - e, sem a crença de capacidade de realização, não alcança *mesmo*. GratÃssimo!
Essa era uma música da Legião Urbana. E tá boa a discussão por aqui.
É, até que enfim Samuel escreveu algo interessante.
No espÃrito de "correlação não é causalidade", podemos buscar inclusive causalidade reversa: a tal convivência já terá pressuposto a quebra das barreiras de ascensão. Pois tal convivência deverá ser muito provavelmente em ambiente escolar compartilhado, e portanto de oportunidades já equalizadas, ao menos parcialmente ou relativamente. Do contrário, que filhos de escravos convivam socialmente com o sinhôzinho ou sinházinha não se traduz em ascensão.
Ah, muito arguto! Há, provavelmente, diferenças extra-escolares no ambiente. Ocorre também, cara Marta, que a relação de convivência com os sinhozinhos não supunha igualdade; também não era múltipla, como numa escola. Identicamente, não implicava em equalização no desenvolvimento ou criação de competências. Ô, que alÃvio uma discussão nao-partidária! Obrigado, hahahah!
A ideia de verdade da esquerda é interessante, mas não se sustenta após uma análise mais séria. Isso porque a tese é que os amigos seriam mais ricos e, por isso, trariam mais oportunidades. Em suma, o artigo da Nature parte de uma sociedade desigual para apontar essa diferença nos que sobem vs. os que permanecem pobres. A esquerda quer reduzir a necessidade desses ganchos com os ricos para subir. Samuel, que não tem simpatia pela esquerda, acaba vÃtima de um ato falho. Melhore para a próxima.
Parabéns, Dannielle!
Ah, quanto à observação do coleguinha direitófilo, padece de um ranço intelectualmente rastejante. A pesquisa aponta algo que já é amplamente estudado e reconhecido, a influência das relações sociais no sucesso econômico. A questão diferencial é estabelecer com clareza que isso supera o conjunto de outras variáveis relevantes em influência, nesse fenômeno. E o faz de modo consistente, trabalhando com variáveis demográficas amplas, em nÃvel regional. Coisa de qualidade, a ser observada.
Danielle, sugiro que você olhe pra pesquisa como um diagnóstico: ela explorou os relacionamentos entre variáveis do ambiente, de modo esperto e criativo, e chegou a uma conclusão - que se deve, obviamente, discutir. Compreendo perfeitamente seu bom contraponto, e observo que esse pode ser um caminho pra construir uma condição em que sejam apenas "laços sociais", e não convivência "com os ricos" que faça a diferença...
"A esquerda quer reduzir a necessidade desses ganchos com os ricos para subir." Na verdade, a esquerda não pensa em reduzir os ganchos, mas em substituÃ-los por outros. E estes outros ganchos consistem de suas polÃticas assistencialistas, distributivistas, que só acabam por gerar dependência crônica - a pessoa aprende a esperar tudo do estado. Isso se dá no plano interno, e se reproduz no plano externo, onde ela adota a tola diplomacia sul-sul, que também só gera paternalismo.
Não é ato falho não! É ciência é pesquisa é a procura por respostas e caminhos que estudiosos estão trilhando para entender como tirar a sociedade do atoleiro em que estamos. A pesquisa está publica em prestigiosa revista e o negar as evidências é querer conservar o que está dando errado e não querer ceder lugar o que pode dar certo. Juntos e misturados é melhor.
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