Alvaro Machado Dias > Declínio da religião no Ocidente levou a moralismo estridente na política Voltar
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Esse foi o artigo mais rico que li aqui na Folha nos últimos tempos. Fato é que a influência dentro da polÃtica é algo que vai se modificando com o passar do tempo e os avanços da sociedade moderna tornam essa metamorfose cada vez mais acelerada. Em um momento tão importante para a história do paÃs como o que vivemos nesse perÃodo de eleição, vale uma análise dos próprios princÃpios.
O fato de que nos paÃses não-ocidentais exista correlação positiva entre intolerância a mudanças culturais e intolerância à desigualdade socioeconômica, enquanto no Ocidente esta correlação é inversa, não indica que esses eixos sejam independentes, como o autor sugere, mas pode ser entendida considerando-se os diferentes tipos de mudanças culturais em jogo. Mais explicitamente, no não-Ocidente as mudanças culturais em questão apontam para uma sociedade mais individualizante e concorrencial.
Antes de ler este texto minha visão era a de que existia forte e inerente correlação entre preferências econômicas e preferências de costumes. Fico surpreso e agradecido pelo questionamento, realmente a força desta correlação depende de vários outros fatores e não existe por si só. Quanto ao aparente paradoxo de termos visto uma onde conservadora religiosa apensar do crescimento do secularismo na sociedade, imagino que a resposta esteja no importantÃssimo meio de campo.
São as pessoas sem uma ideologia bem definida e que, por consequência, são mais flexÃveis e influenciáveis que decidem o rumo da nossa democracia.
O fundamentalismo islâmico foi adaptado pelos evangélicos e se alastrou para as periferias, dividindo o mundo entre eles e o diabo. O segredo está na motivação para ganhar dinheiro a todo custo, para pagar o dÃzimo para os vigaristas dos pastores que não pagam impostos. O Estado precisa impedir que esses milicianos da fé continuem roubando os mais humildes.
Faço das suas palavras as minhas.
Um leitor comentarista reclamou do texto, chamando-o, resumidamente, de chato e pedante. Entendam, caros leitores, não ser possÃvel descrever um tema complexo, cheio de camadas, variáveis e interpretações de dados, com texto extremamente simplista, de pobre vocabulário e raciocÃnio linear. Não significa concordar com o texto, mas procurar interpretá-lo, antes de julgá-lo.
O texto do Ãlvaro explica muito do que são os tempos que vivemos e, por isso, torna-se fundamental! A normatização da extrapolação religiosa é uma realidade que agora se amplia por outros públicos e lugares. O debate esta aberto e o tempo de reflexão e mudança chegou!
Puta texto chato de ler. Um monte de enrolacões que não chegam a lugar nenhum numa linguagem burlesca que serve muito mais para o autor exibir seu pretenso conhecinento do que verdadeiramente informar o público leigo. Acho perda de tempo abrir um espaço como esse para um arrogante desses ficar se exibindo
Os comentários são tão bons quanto o texto. Em meio à pobreza dos debates que estão sendo travados no paÃs, é reconfortante ler esse texto e os comentários dos leitores.
Genial, fundamental, perfeito. Estou cansada de odeio Bolsonaro. Precisamos de artigos assim, que estimulem debates profundos e fundamentais, sem preguiça e preconceitos, mas sim com dados e criatividade. Gráficos lindos, Folha. Ótimo editorial. O jornal hoje está muito bom. Continue assim.
Somente precisei ler:......"declinio da Religião" para me lembrar de uma frase:....."A montanha está em dores de parto, e acabas de parir um rato".
O ponto alto foi a desconstrução das ideologias e a demonstração de que têm a ver com comportamentos básicos para a sobrevivência. Desmistificar é importante.
Muito interessante! De fato esse movimento de secularização não necessariamente significa um enfraquecimento da religião no ocidente, mas sim uma mudança da religião para outros âmbito da vida social; e não só “espiritual.” Muito bom!
A famÃlia é uma instituição sÃmbolo da desigualdade, seja entre gêneros, seja entre jovens e adultos. Mas ao mesmo tempo é um lugar de apoio para seus membros. As religiões, além da crença sobrenatural, também são uma manifestação da força da instituição familiar. Até que ponto o crescimento dos paÃses orientais, onde os valores familiares são mais enraizados, não está influenciando o Ocidente nesse conservadorismo de costumes?
Muito bem notado. Não acho que já esteja influenciando, mas acho que irá influenciar.
Desde o inÃcio da civilização até a atualidade o que se constata é o progresso do ser humano. A velocidade das transformações variou entre lento e acelerado, mas isso não impediu que chegássemos onde estamos hoje. O progresso é assÃncrono: por muito tempo o oriente conduziu a locomotiva. Depois, a partir das grandes navegações e da renascença, do iluminismo e das revoluções industriais, foi a vez do ocidente assumir a dianteira. As religiões não são capazes de impedir o progresso, mas podem...
É interessante seu comentário sobre a China, Lillian. Acho que o assincronismo que mencionei também vale para as religiões. Taoismo e confucionismo são enraizados na civilização chinesa, e não deixaram de existir com a chegada do comunismo. Creio que é um bom exemplo de adaptação dentro do progresso chinês. Quando a religião tenta lutar contra o progresso, acabam em reacionarismo violento, e inútil, pois o progresso não para.
Eu tenho minhas dúvidas se o ocidente vai mesmo manter essa dianteira. A China está reorganizando os eixos de poder na marra. A China é cada vez mais religiosa. Acredito numa meta-leitura dessa leitura do Dr. Ãlvaro, que eu achei genial, em que tudo isso que foi dito vira só uma parte de algo maior, em que a religião dá a volta por cima. A discussão tem mais um nÃvel, não para aÃ.
...controlar o acelerador da locomotiva, imprimindo um ritmo mais lento, ou mais rápido (por exemplo, a reforma protestante antecipou a separação entre igreja e estado, acelerando). Hoje, o que parece é que as religiões querem parar a locomotiva, mas não conseguem, esta locomotiva não para, nem dá ré. Lutar contra o progresso é inútil, o melhor é se adaptar.
O texto é muito interessante, de fato precisamos reaprender o valor da metafÃsica, sem cair nos dogmas. Talvez no meio do caminho entre o pensamento decolonial e a multiplicação dos modos de existência no ocidente. Por outro lado, o determinismo biológico está cada vez mais próximo do pós humanismo e do sonho (ou pesadelo) de um mundo governado por máquinas.
Essa é uma das melhores discussões sobre religião, ideologias e polÃtica que já li. A explicação sobre Estados Unidos e Brasil é perfeita e estava ausente do debate público, o que a torna imprescindÃvel neste momento. Mas eu acho que é preciso pontuar que o cristianismo está crescendo no oriente (eu acho, pelo que li) e o mulçumanismo está na Ãfrica. Gostaria muito de ler um artigo aplicando esse princÃpio ao mundo inteiro. Teremos uma reconfiguração global, com religiões e não sem.
Que matéria fascinante, principalmente o entendimento das maquinarias genéticas e neurocientificas nos levam a um novo estágio de compreensão dos pensamentos e ideologias.
Artigo esplêndido, que vai muito além da discussão sobre os males do bolsonarismo. Sinto que descobri todo um mundo de ideias sobre a ideologia conservadora lendo esse artigo. Melhor leitura polÃtica de todo o perÃodo eleitoral. Como leitora, fico agradecida.
Fantástico! Uma excelente leitura dos acontecimentos. Literalmente, a polÃtica tornou-se uma nova religião, com adoração ao polÃtico, superstição (fake news) e muito fanatismo. E cada vez o ser humano busca menos transcendência. A grande inquietação da humanidade (o que será de mim quando morrer?) é substituÃda pela trivial preocupação com o próximo governo.
O que eu sinto é que a transcendência está desaparecendo do ocidente, mas não do mundo como um todo.
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