Sim, envolve despesas, mas os ônibus no dia a dia estão sempre superlotados em horário de pico e somem durante o dia. Os empresários ganham muito com a lei atual, forçando a população a viajar como sardinhas. E transportar de forma gratuita um dia em defesa da democracia não vai deixar os tubarões dos transportes mais pobres, certamente.

Leonilda, a ausência conveniente do poder público ao longo de anos não justifica a indefinição dos recursos. É assim que começa, uma desculpa levando ao abuso e a que outros paguem pela benesse ou à troca conveniente de favores. Cedo ou tarde a conta volta e você também pagará por isso. Não existe almoço grátis.

As empresas seguram ônibus nas garagens todos os dias e os que saem viajam lotadaços com gente caindo pelas portas. Um único dia de gratuidade por uma necessidade para a democracia não pode ser considerada como prejuízo para elas. E os passageiros, que a semana inteira viajam humilhados pela superlotação. Não pensa nisso? O chapéu é o mesmo que tira a tranquilidade de viagens decentes todos os dias para lucrar mais.

Minion, exagerou bem na porcentagem, hein? Conheço dezenas de pessoas que têm de pegar condução para votar. E as que não conheço, elas estão na periferia. E você falando de quem mora perto do Ibirapuera? Ah, faz o favor. Na periferia os ônibus seguem lotados todos os dias para os empresários ganharem mais com menos ônibus nas ruas. Pense nos mais pobres antes de escrever algo tão preconceituoso.

Leonilda, se você ler meu comentário, não escrevi que não deve ter transporte gratuito para o pleito. E se prestar atenção, me referi ao transporte entre municípios e não entre bairros.

As empresas de ônibus não respeitam os passageiros, nunca. Defendê-las é ofender quem anda todo dia em ônibus lotados além da conta. Só defender os empresários é um horror. O amigão de Nero, da Havan, insistiu para um secretário de estado demitir professores em Santa Catarina. Em Floripa, no último domingo do mês ônibus circulam de graça, sem pedir justificativa ao morador. Quem mora em um bairro e vota em outro tem de ir a pé? Não cobrar uma vez a cada dois anos não mata empresário nenhum.

Leonilda, sinto muitíssimo, mas você não entendeu o teor da minha mensagem. Nem um pouco. Eu, na verdade, concordo inteiramente com você. A minha crítica é aos donos das empresas que queriam proibir a gratuidade nos transportes, e eu estava apontando a hipocrisia da alegação deles de que estavam preocupados com a abstenção que poderia ser ocasionada por causa, justamente, dessa gratuidade.

Ridículo por quê? Muita gente mais pobre não tem dinheiro para o ônibus no dia a dia, imagine no fim de semana. Não sabe disso? Em que país vive, não sabe que 33 milhões passam fome? Quem não tem o que comer não pode pagar condução, entende? Se não tiver de pagar pode ir e votar em quem pode ajudá-lo. É dever do estado agir para toda a população poder votar, não apenas quem tem carro ou pode pagar ônibus. Vale para todos.