Mônica Bergamo > Nossos talentos da USP estão indo para a medicina privada, diz Eloisa Bonfá Voltar
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Excelente texto, inclusive resgatando, através de fotos, as discussões iniciais para a formação do SUS. Observo que a discussão sobre a universidade pública e “gratuita” é antiga. Formei-me na USP e prestei concurso para uma vaga temporária, de 2anos, isso 40 anos atrás. Uma funcionária da sessão de alunos ficou espantada quando fui pedir a documentação para o concurso: “Mas por que vc quer trabalhar aqui (com esse salário)?” A desvalorização vem de muito, e já arrasou o ensino básico. E agora?
CarÃssima Prof.a. Bonfá, há vagas para permanecer na instituição? Depois que terminei minha residência em uma especialidade clÃnica no HC, fiquei por mais 10 anos fazendo doutorado e trabalho voluntário, aguardando um concurso para o departamento. Quando o único concurso que houve foi feito, perdi a oportunidade para candidatos que já tinham doutorado e estavam na fila há muito mais tempo.
Devo meu currÃculo e formação ao hospital, e abriram inúmeras portas no mercado (inclusive em faculdades particulares). Assim que esse papo de manter os talentos inclui absorver os mesmos na instituição, não somente oferecer bons salários
A minha proposta: calcula-se o custo da formação de um aluno. Depois de formado, o aluno teria 2 opções: a) pagar um pedágio de alguns anos trabalhando para SUS; b) reembolsar para a faculdade o valor do curso, parcelado em 10 anos. O que não pode é continuar como está: os contribuintes financiam uma formação de alto custo para alguém que depois vai trabalhar no setor privado e cobram caro dos mesmos contribuintes que financiaram seus estudos.
Acredito que ao pagar impostos já estamos pagando por esses serviços. Sua proposta diz que devemos pagar 2 vezes. Ou então, reduz o imposto e a faculdade passa a ser paga com serviço público
Bastaria melhorar as condições para permanecer no setor público, não?
Os contribuintes arcam com os custos dos riquinhos para estudarem e depois dão um maningue menoscabo? Por isso sou contra faculdades gratuitas.
Não ter faculdade gratuita vai por a pa de cal no acesso de gente pobre a universidade. Os ricos continuarão frequentando e os poucos pobres que vão, não mais
Nunca tinha pensado por esta óptica. Faz sentido
Isto é uma vergonha, os filhos da elite tirando a vaga dos pobres. Pagam 5 mil reais em colégios caros e cursinhos pré Enem pra depois tirarem a vaga dos pobres e estudar de graça. Depois não querem sofrer bulling nas federais, já temos casos de carros do ano sendo vandalizados nos estacionamentos das Federais, carros dos riquinhos que roubam as vagas e o futuro dos estudantes carentes do Brasil, rico tem que pagar pra estudar, vergonhoso.
Pergunte para a ilustrÃssima professora titular (a quem respeito muito) se há vagas para os egressos da faculdade no corpo clÃnico do HC e quantos concursos para novos professores da FM abriram por ano na última década.
Endosso.
Comentario difÃcil de ler.
Gostei. Que ela consiga implementar os projetos quem tem em mente, para o bem da medicina e dos pacientes no Brasil.
Dinheiro publico pra formar profissionais de excelência q vão prestar serviços nos melhores hospitais privados, ou seja pobre financiando bons médicos pra hospitais de ricos. O pobre é atendido nos posto de saúde pública e nos hospitais do SUS, médicos formados as expensas da famÃlia de pobres em faculdades privadas e com formações precárias.
A liquidação das aposentadorias dos servidores públicos civis, que poupou militares, é a principal causa da debanda de servidores qualificados, antes, a qualidade tinha lastro na dedicação exclusiva e aposentadorias decentes, sem esse atrativo é cada um por si e ... sabe-se lá!
Nos departamentos de Computação, perdemos montanhas de docentes para o exterior... brain drain...
Libera o comentário folha, é proibido falar a verdade? Mesmo que isso seja dito com seriedade? Estão brincando de democracia ?
Excelente entrevista com a dra Eloisa Bonfá. Realmente é preciso pensar uma nova forma de patrocinar o ensino público de qualidade que a USP oferece. E o caminho realmente é uma maior participação de ex-alunos que acabam fazendo fortuna na medicina privada e esquecem quem os formou e o investimento altÃssimo do dinheiro público para que isso acontecesse. O projeto de retorno através de doações. É chocante ver os formandos em engenharia na POLI ir parar no mercado financeiro sem nenhum retorno.
A dedicação exclusiva acompanhada de aposentadoria decentes, eram um atrativo que fazia a diferença, o desmonte da previdência somado ao fim da DE, foi a senha para a debanda de quadros qualificados das Universidades Públicas migrarem para o setor privado, importa mais para a burguesia privilegiar os militares que garantem a repressão do que professores na pesquisa e educação, sem um projeto nacional a ciência autocne perde importância, o resto ... É consequência!
Que migraram ***
É justamente porque a faculdade é cara, bem cara, justamente porque é um investimento público, que cobrar mensalidade daqueles que podem pagar deveria ser uma proposta a ser discutida.
Penso que teriam mais obrigação de trabalhar para o SUS os estudantes de medicina que pagam mensalidade de 10k , não precisaram estudar para vestibular e vivem da perpetuação do privilégio de algumas castas, deveriam trabalhar para a população pobre buscando serem médicos/pessoas melhores, não conhecendo apenas a Bélgica dessa BelÃndia que vivemos... mero devaneio meu, vão ser nascidos, criados, fazer a faculdade e ter consultório dentro do Alphaville...
Estamos novamente falando de projetos de educação e saúde. Conversando sobre a economia, se liberal ou desenvolvimentista. Lentamente, mas inexoravelmente, somem a mamadeira de p*, o "vai para a Cuba!", a "ideologia de gênero" (seja lá o que for) e o "a nossa bandeira jamais será vermelha". Não será fácil ou rápido, mas os delÃrios estão passando.
Muito bom seu comentário, aos poucos o PaÃs está voltando a um debate normal e democrático. Frases como : minha bandeira nunca será vermelha , é de uma ignorância atroz .
Vai demorar mais um pouquinho, Eduardo. As cenas de doidivanas fantasiados de patriotas dentro e nas redondezas dos quartéis (e no alto comando das EMFA) permite avaliar um pico no crescimento de profissionais da psiquiatria. Haja tarja preta!
Acho que deveria ter diretores de diversas raças, cores e sexos, pois, melhorará a qualidades administrações mais bokradas aos técnicos do que a polÃticas do puxa saquismos.
Em minha opinião deveria ter faculdade aberta de medicina na internet, nos estudos como teoria deveria estar na internet e prato a nas escolas de medicina.
Excelente matéria. Uma abordagem realista do serviço publico de qualidade. A esperança é que comecemos um novo perÃodo, com uma visão mais voltada para os menos favorecidos, em todos os sentidos.
Um ponto importante que temos que ter em mente, alunos que se formam em universidades públicas, precisam saber que eles tem um dever de retribuir para a sociedade o que foi investido na sua educação, esta iniciativa da nova reitora, vem em boa hora, temos que mudar esta mentalidade de que depois de formado, os novos médicos saiam para a iniciativa privada, eles tem o dever de retribui o investimento público que receberam….
A Elite brasileira tem que ter é vergonha na cara e parar de tirar as vagas dos estudantes carentes. Tem muita faculdade privada boa para eles estudarem, mas o cara quer que seus filhos entrem nas Federais pra tirar o sonho do pobre. Rico tem que pagar pra estudar, não precisa ter lei nem cota pra isto, só precisa ter consciência que universidade pública é pros pobres e a classe média.
É bom estimular que eles retribuam . Mas não é um dever não. Os impostos pagos são o dever. Fora que obrigar o médico a trabalhar para o SUS só fará mais alunos irem para o mercado privado que só cresce
Muito boa esta iniciativa da nova reitoria, só de pensar que os últimos 4 anos , as universidades publicas foram sucateada, o governo federal ao invés de disponibilizar verba para a educação, liberou verba para compra de tratores e deixou as verbas publicas na mão de pastores que nunca frequentaram uma universidade pública, temos que apoiar esta iniciativa, e agora com o governo LULA, vamos respaldo para mais investimentos na educação.
Sou médico formado na primeira turma da UFMG em que o número de mulheres superou o número de homens. E como docente, tive a honra de reger uma subturma 100% feminina. E nos cursos de bioengenharia nos quais milito, a predominância feminina é geral. Lembrar que A Medicina e A Engenharia são, já na denominação, femininas. Parabéns EloÃsa. Engajamento e sensibilidade, atributos essencialmente femininos. É Humanidade.
O ensino público, sustentado com o dinheiro público para atender as necessidades dos ricos. O Brasil precisa urgentemente criar condições para que os profissionais do SUS sejam bem remunerados e possam atender a todos independentemente de classes sociais.
Chama se tanta gente de. Excelência por aÃ, mas de verdade mesmo essa eh uma verdadeira Excelência. Fora isso, os papagaios da elite financeira matraqueam dia e noite o liberalismo econômico. Estado diminuto etc. Se entendessem o que ela falou na entrevista e tantos outros não fossem perdidos, moderariam as opiniões.
Os alunos que se formam pelas universidades públicas do Brasil deveriam contribuir de alguma forma com a sociedade,como forma de retribuir o dinheiro investido na formação do profissional!
Assim como aconteceu com a engenharia e o direito acabou a aura de ser médico, a garantia de altas remunerações, hoje com as faculdades formando milhares de médicos por semestre qualquer um que possa pagar será médico, e as mensalidades naturalmente estão caindo. E isso é bom, só os ótimos continuarão ganhando .muto. Essa nova gestora sabe que não tem justificativa cada aluno da USP custar o que custam...
A Dra EloÃsa Bonfá é um exemplo de competência. E ilustra o machismo que reina no paÃs. VisÃvel hoje em dia até no apoio que um cavernÃcola com caneta bic recebe nas ruas e no voto. Temos menos parlamentares que nos paÃses muçulmanos. E a classe médica, infelizmente, é das piores. Em humanismo e em cultura. Basta ver quantos são bozonoides. Corporativistas ao extremo. O Pasquim os chamava de máfia de branco.
Na Espanha os médicos que se formam nas faculdades públicas precisam ir por dois anos a lugares designados no paÃs. E os médios que faturam alto e se formaram na usp? Cadê as doações? Nos EU os endowments mantém universidades.
Aqui as elites votaram no náufrago, daà vc mede o tamanho da alienação.
Iniciativa privada sempre vai pagar mais. Fico na torcida para que o governo atual e outros criem politica de melhoria no salário de professores e pesquisadores.
Da verba pública da saúde 55% vai para o setor privado, que atende 25% da população. A medicina pública recebe 45% dessa verba e assiste os 75% restante. O maior indicador de expectativa de vida, e também de morbidades é a renda. Assim, com muito menos recursos o SUS atende os pacientes muito mais graves e em número três vezes maior. Só por esses dados já fica demonstrado que o SUS é um campeão de gestão. O que ele perde para o privado são os quesitos periféricos de estética, espetáculo e show.
Prezada Profa Eloisa, como médico e formado em faculdade pública, adianto, seus desafios são enormes. Justifico: 1. A diferença salarial é de 10 vezes. DEZ. Qual profissional, não importa a profissão, trabalharia para ganhar 10x menos? 2. No serviço público, por melhor que sejamos, não conseguimos colocar em prática a nossa melhor medicina. Falta tudo, leito, exame, remédio. Quem trabalharia em um lugar pior e para ganhar muito menos? Por mais que sejamos gratos, não há como.
Sra. Grace, quem trabalha no setor privado ganhando 2, 3, 10, ou 100x mais não deve ser visto como mercenário. Afinal essa pessoa paga mais impostos que ajudam a sustentar o setor público, não é? Ou será que o dinheiro que financia o setor público vem do além?
Caro Silvio, destaco outro ponto em relação ao HC: sou egresso da faculdade e, além da questão que você bem mencionou, a politicagem na instituição afasta qualquer um com pretenção de seguir a carreira. Experimente opor-se frontalmente a um professor titular, especialmente das cadeiras cirúrgicas (mas não exclusivamente), para ver o que acontece com seus sonhos.
Sra..Grace, me entristece ouvir que pessoas que optam por melhor remuneração e melhores condições de trabalho sejam taxados de mercenários. A doação e a ajuda ao próximo pode vir de diversas maneiras. Mas o fato de um médico, ou enfermeiro, ter escolhido seguir sua carreira fora da medicina pública não o faz desonesto. Há quem doe seu trabalho em todas as áreas. De médicos a advogados. Mas não podemos simplesmente rotular como mercenários quem não escolheu uma vida no sistema público.
Há como, Dr. Silvio: fazer como em outros paÃses. O egresso de universidade pública - pago pelo Estado, portanto pela sociedade - retribui ficando um ou dois anos trabalhando em comunidades mais necessitadas.
Quem trabalharia no serviço público? Milhares de pessoas. Não dá para ser só mercenario, tem q pensar no coletivo, ser idealista e solidário. Muitos médicos só pensam em dinheiro e se julgam melhores do que outras pessoas. Fico muito triste qdo vejo um/uma assim. Parabéns, parabéns, que entrevista linda vc deu, dra EloÃsa! Que o mundo seja de mais de pessoas como vc!
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