Lygia Maria > A ética em primeiro lugar Voltar
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Uma visão mais moderna e atual mostra que não podemos distinguir fatos de valores, pois para determinar um fato precisamos de uma teoria que já pressupõe certos valores. Para conceituar o bom alguns usam o utilitarismo. Outros rejeitam o utilitarismo e têm duas opções: o consequencialismo e a deontologia. Vejam que a ética é a invenção do certo e do errado pelas nossas teorias preferidas.
Alguns filósofos não distinguem ética de moral. Para eles uma afirmação moral ou ética pode afirmar que uma ação particular é certa ou errada. Alguns filósofos realistas defendem o ceticismo moral: não há valores objetivos;essas afirmações de valor não podem ser verdadeiras ou falsas. Assim a moralidade não pode ser descoberta mas deve ser feita. O ceticismo moral é distinto do subjetivismo moral: uma visão sobre os sentidos das afirmações morais.
A etimologia da palavra ética vem do grego e significa costumes, hábitos de um povo. Já moral vem do latim mores, com o mesmo significado. Portanto não vejo toda essa distinção entre os termos. Há costumes de outros povos que conflitam com os nossos e não nos agradam. Se tivermos poder para mudá-los mudamos. Exemplos: sacrifÃcios humanos, tráfico de escravos, pedofilia, infanticÃdio e canibalismo. Todos eles já foram praticados no passado por várias culturas.
Afeganistão é outro caso. As tropas americanas tinham histórico de assassinatos em massa, estupros e desrespeito aos civis. Ninguém comemora o retorno do Talibã, aliás, uma invenção dos EUA, mas o final de uma invasão. E o uso de mercenários desumanos
A verdade é que por motivos polÃticos e religiosos as leis variam de paÃs para outro . E talvez ao citar alguns paÃses, do oriente próximo onde a democracia é subestimada e talvez nem exista , leis baseadas em fundamentos religiosos, consideradas errôneas para o mundo democrático ocidental, mas normal para o dirigentes destes paÃses, onde a visão deles de liberdade de expressão e vida são completamente diferente dos ocidentais .Em muitos a lei da sharia está em pleno vigor e aà de quem violar
Perfeito. Por favor, volte ao tema mais vezes!
Lygia, prezada, tendo a concordar: relativismo, quando é demais, inocenta quem não deve. Nessa história toda, contudo, a fifa sai pior do que o Qatar: não tem história cultural que justifique coisa alguma senão sua covardia e amor pelo ouro, dourado, negro ou verde como os dólares. Enrola paÃses e torcedores em prol do próprio negócio, pelo qual zela com agressividade de leoa parida. Talvez se esqueça de que é um negócio baseado em jogadores e torcedores, e cabem respeito e direitos humanos.
Perfeito, Lygia! É o mesmo relativismo cultural que condena o absurdo da mutilação genital de meninas na Ãfrica mas acha normal e sacrossanta a mutilação genital de meninos no judaÃsmo.
Vc se refere à circuncisão no caso do judaismo?
Os relativistas culturais não tem mecanismos para explicar as mudanças grandes de crença, de um paradigma para outro. Tampouco mudanças pequenas.
O relativismo cultural se liga ao holismo. Os padrões de uma cultura (ou paradigma) e as crenças formam um pacote inseparável de auto-reforço. Vemos esse viés em Rorty, Kuhn e Wittgenstein. Não imaginam que alguém de fora possa jogar fora esses ingredientes e introduzir novos. Mudanças intelectuais e culturais podem ser o resultado de raciocÃnio e deliberação. Os relativistas não têm como explicar essas mudanças. Novas evidências levam a novas crenças.
Ótimo artigo, oportuno e coerente. É muito irritante ver pessoas passando pano em absurdos porque lhes convém polÃtica ou ideologicamente; ainda há o certo e o errado, o bem e mal, o ético e o antiético, independentemente da coloração das lentes pelas quais se enxerga.
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