Ironia da reportagem: só 5% dos alunos vão entender a reportagem, pq só 5% dos alunos vão entender o que significa 5%

A primeira fase da Educação Básica é de fundamental importância, se faz necessário envolver os pais na educação formal dos filhos em parceria com a escola, por outro lado a escola deve se preocupar em tentar preencher os déficits de aprendizagem, mas para isso as secretarias municipais e estaduais de educação precisam oportunizar esses momentos de recuperação de aprendizagem, é claro, isso requer investimentos e políticas educacionais.

Falta, principalmente, utilizar também a aplicação de aprendizagem baseada em evidências científicas respeitando processos e modelos mais eficazes e calcados na numeracia dos primeiros anos escolares. Nossa educação insiste em construtivismo puro e sem avaliar concretamente as crianças nos primeiros anos escolares. Sem um diagnóstico preciso não há estratégia que fique em pé nem que reverta nosso atraso histórico.

Uma dificuldade do ensino de matemática é aquela pergunta do aluno preguiçoso:'qual é a aplicação prática disso daí?' Tive um professor que respondeu com um cinismo bem humorado: 'pode um dia cair numa prova'. O fato de que um ídolo dos jovens como o Felipe Neto ter confessado recentemente não ver aplicação para o teorema de Pitágoras mostra a dificuldade de motivar os alunos quanto ao uso do que aprendem.

Baixos salários para os professores, alunos desmotivados, pobreza material e falta de perspectiva de futuro, já que o nosso paradigma pedagógico fordista já não acha ressonância no mundo da informática e da indústria 4.0 Mas quando se fala em investimento social essa Folha berra, o mercado financeiro da chilique, a bolsa cai e o dólar sobe.

Nos Colégios de gente rica, os alunos são sempre monitorados quanto ao seu desempenho. Tem um aqui no Rio que liga pros pais avisando que os filhos terão reforço das matérias em que estão ruins, eles não perguntam se eles querem e nem o preço que será cobrado por estas aulas. Os pais veem o ensino como investimento no futuro dos filhos e economia pra eles, vão passar no ENEM e roubar a vaga dos pobres nas Federais gratuitas. Professores destas Escolas ganham bem e isto faz toda a diferença.

Como os asiáticos mostram, matemática é resultado de dedicação, valorização e cobrança. Tem de fazer muito exercício, tem de cobrar o aluno individualmente e o professor coletivamente. As famílias têm de se importar. A sociedade idem. Tem de ter coragem de avaliar os professores, demitir os ruins e buscar bons professores, o resto é desculpa. Se o professor não acha o salário bom, que mude de carreira, quando faltar professor, o salário sobe.

Durante 44 anos trabalhei como professor em universidades. Parece que pioramos nos resultados de aprendizagem dos alunos. Nosso desafio maior é cultural: povo e governantes não varolizam a educação e, neste governo, aprenderam a odiar professores. Tviemos Brizola e Darcy olharam a escola construindo escolas. O governo petista empreendeu projetos positivos, destaque para as escolas técnicas. Que tal contratar técnicos realmente competentes em educação da Korea do Sul, Japão, Finlândia?

Este é o brasil favorito da Copa.

Culpar o professor é fácil, mas pagar um salário adequado ninguem quer. O baixo aprendizado apresenta vários fatores e, por isso, não podemos culpar o professor, o aluno ou a sua familia. Na veedade, se for para apontar um responsável, este são os governos e o poder legislativo. O principal fator, no meu entendimento, é a desindustrialização do país e o fato do setor de serviço, que exige poucos conhecimentos, ser predominante.

Outro dia li aqui na Folha leitores comentando q em vez soja, devíamos exportar chips. Primeiro: as duas coisas não são excludentes. Segundo: temos muuuito chão pela frente antes de produzir e exportar tecnologia, e um bom ensino é a base da base da base.

No processo de ensino e aprendizagem há tantas variáveis que seria leviandade colocar a culpa em quer que seja, de forma coletiva. Cada caso precisa ser avaliado separadamente, para poder responsabilizar alguém. Cada aluno(a) é diferente e, geralmente a metodologia é uma só para todos.

A metodologia do ensino é que está desatualizada. Há tantos bons exemplos em outros países. É só querer.

Caramba!. Colocar a culpa nas professorinhas do primário, pelas mazelas do baixo desempenho em matemática foi de uma mediocricidade inaceitável. Pelo menos, prove, citando a alguma monografia, dissertação, tese de mestrado ou mesmos livros de autores de ilibado saber.