Mauro Calliari > Dark kitchens são risco para a cidade e para as relações pessoais Voltar
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Mais uma importação dos EUA, com mais um antipático termo em inglês. Nada que vem de lá presta ultimamente. É homeschooling, bullying, polÃtica identitária (tentativa de disfarçar preconceitos e racismos deles lá, que nos chamam de latinos), venda de fuzis, massacre em escolas. Até o nosso tipo fÃsico esbelto estão afetando, estamos ficando obesos. PaÃs decadente, perdeu a grandeza, e não sabe mais se encontrar.
Quem ama comida e cozinha sabe muito bem o que se perde com esse novo modelo de negócio. Sim, nada a ver com apreciação de boa comida ou com outras considerações infinitamente mais relevantes sobre sociologia da alimentação. Esse modelo serve apenas ao oportunismo do comerciante, à preguiça dos comensais (nem sei se merecem esse termo) e á consolidação da alimentação de baixa qualidade, em termos de paladar e nutricionais. Enfim, se não têm pão, que comam broche...
A “aplicativização” da sociedade é reflexo do individualismo do ser humano, e não há maior exemplo disso que a própria cidade de São Paulo. Cada um na sua, separado de todos. Um ambiente inóspito e inviável.
O que é excessão não pode virar regra. Realmente, as perdas para os restaurantes e clientes é enorme. Só ganho o aplicativo.
Concordo com o leitor. Porém me pergunto de onde vem a demanda. A busca pela conveniência acima de tudo é uma das principais caracterÃsticas da sociedade contemporânea. As pessoas querem satisfação imediata de seus desejos a qualquer preço, sem se preocupar com o impacto ambiental e precarização do trabalho associados à satisfação desses desejos.
Isso, exceção, desculpem-me.
Exceção.
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