Sempre a contradição. Partidos longe da miséria e nadando em dinheiro público, mas o enraizamento social pífio aumentando a proporção da miséria. (Claudia F.)

Excelente coluna! Sempre aprendemos quando lemos Marcus André Melo.

Não vai mudar enquanto a maioria não sabe nem mesmo em quem votou. O voto distrital ou misto poderia mudar isso. Mas isso bem é discutido.

Uai, Marcus, até estranho a assertiva de que não há nenhum com enraizamento popular. O pt, que pode ter se distanciado daquele "velho pt" fortemente ligado aos movimentos sindicais e sociais, ainda parece ter profundas raízes sociais, haja vista o tipo de contribuição que recebeu nessa transição, vastamente advindo de organizações populares. E o psol, que mantém um pé na "base" e outro numa intelectualidade de esquerda. Tá bem, o resto são artificialismos de conveniência, são "ar e Zelite".

Se o enraizamento social em nosso país é baixo isso traz várias consequências. A primeira é que o conceito de lutas de classes não se explica como motor da sociedade, pois num mesmo partido temos pessoas ricas privilegiadas e pobres. O dinheiro é o motor da sociedade e dos partidos. Enraizamento social é coisa para inglês ver.

A lógica atual dos partidos é a mesma dos sindicatos antes da reforma trabalhista. Com o dinheiro garantido do imposto sindical para que buscar apoio dos filiados? Os fundos partidários e eleitorais devem ser extintos. O TSE apenas divulgará na internet a lista de partidos com o respectivo programa, e quem são os candidatos de cada um, com seus currículos. É só o que se precisa saber para votar.

"O trabalho de base dá uma preguiça..." Parece que assim se pensa o fazer política no país. Quase não temos eleitos representando eleitores, temos eleitos representando papéis, como no teatro. A platéia, suprema contradição, é paga (com o dinheiro que lhe é subtraído via impostos) para assistir à farsa... É uma relação comercial super estranha.