A premiação surpreendeu pelo tom político. Não somente pelos contundentes discursos de Osmar Prado e vários outros, mas também pelo humor engajado do Paulo Vieira que satiriza a própria Globo, e especialmente pelas homenagens a Txai Surui, Nalvinha e Edson Leite. A Globo, quem diria, toma um rumo progresista, enquanto a Folha se afunda na extrema direita.

Mais uma edição de um evento de autocongratulação da Globo não me atraia, mas confesso que gostei bastante da mistura de humor e emoção. Luciano Huck apresenta melhor que Faustão, dando mais espaço aos indicados e premiados. Também porque houve boa dose de autogozação. Como esperado, piadas e discursos não foram para agradar bolsominions. O ator Juliano Cazarré nem deveria ter ido, se era para ficar de cara amarrada, mesmo que haja um motivo compreensível: a saúde da filhinha.