No Brasil não pode nem cogitar. País em que 125 milhões de pessoas estão em insegurança alimentar e 33 milhões com fome, o risco de suicídio é muito alto. No capitalismo, a falência é considerada inaptidão para a vida, pois ele copia o lado destrutivo da natureza e não o cooperativo. Assim, a dor da fome, a angústia da falta de solidariedade e a certeza que é visto como um fracassado são a agravantes para um povo que já e naturalmente muito doente pela pobreza.

Parece algo imaginável aqui no Brasil, infelizmente.

Espero que esse assunto seja tratado com a máxima urgência no Brasil. Afinal, a pessoa é a única dona de seu corpo, não cabendo a quem quer que seja, criar empecilhos sobre a vontade soberana em abreviar o próprio sofrimento frente a finitude da vida. O Brasil precisa acabar com a hipocrisia do falso tabu sobre a morte e encarar essa realidade como parte de um ciclo existencial que tem início, meio e fim para todos os seres vivos.

"Sem colocar os mais vulneráveis em risco" admitiria o risco (ou a certeza) de uma vida ruim? Essa, pra nós aqui no Brasil, será uma questão crucial. Porque, convenhamos, uma vida miserável é uma via crucis.