João Pereira Coutinho > Bento 16 e Habermas discutiram relação entre política e religião Voltar
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A religião no sentido de crença num sobrenatural sempre esteve ligada à polÃtica (e continua, basta ver o Brasil atual). Mas o diálogo entre os pensadores me parece fundá-la em outro patamar: na consciência subjetiva, diante da qual mesmo as regras das religiões estabelecidas não são absolutas. Assim, os questionamentos de Sócrates aos cidadãos atenienses e de Jesus aos palestinos tentam despertar um pensar por si mesmo, que como água mole em pedra dura, transforma os costumes sociais.
Parece que o Coutinho fez uma confusão aqui. Embora os direitos humanos possam ter inspiração na ideia cristã de que a vida humana é sagrada, o documento inaugural dos direitos humanos da era moderna (Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789) surgiu justamente em oposição ao domÃnio da Igreja sobre o Estado. Nesse aspecto, o Estado Laico é uma garantia contra o uso da religião para oprimir cidadãos.
Uau! Artigo e comentários que valem a pena a leitura! Esse debate, se feito de forma acessÃvel para todos ( os do mundo do trabalho e da produção) nos levaria à reflexão sobre o que está acontecendo na sociedade brasileira em que muitos obliteraram sua visão de mundo por meio de uma religiosidade obtusa!
Há uma interdependência justificativa entre as regras e as teorias. Os modelos que apenas falam de regras de conduta sem mencionar as teorias. As regras são por sua vez justificadas apontando para certos fatos presumidos pelas teorias. Temos regras ou teorias? Creio que só teorias.
Tenho pensado sobre isso. Religião já foi um sistema legal e polÃtico. O Exodus mostra a convulsão social em q se encontravam os fugitivos do Egito, cometendo toda sorte de crimes, precipitando os 10 mandamentos. O dilema de Nietsche e de todo mundo q é racional é: como vamos manter o valor dos valores humanos q prezamos até hj sem precisar de mitos da idade do bronze em q ninguém em sã consciência acreditaria? Eu gosto de pensar q a sobrevivência coletiva das espécies é um bom critério.
Nessa linha, a religião não teria sido exatamente um princÃpio, mas uma necessidade polÃtica, legal, sociológica e psicologica pra organizar a humanidade. Tudo muito empÃrico e utilitário, com o fim de garantir alguma paz e identidade entre as pessoas q aceitassem o mesmo sistema religioso-politico-legal. Essa hipótese elimina a necessidade de Deus, e deve ter muita rejeição entre quem tem medo do inferno. Existe um “bem-em-si” Generoso q o cristianismo traduziu muito bem como amar ao próximo.
O naturalismo espitêmico é uma teoria sobre o conhecimento filosófico. Ele diz que a filosofia pode ser adjudicada (processo adjudicação, julgamento, justificação) nos mesmos moldes como a ciência e o direito. Ele é uma tese meta-epistemológica. Ele diz que a filosofia não é anterior logicamente a essas outras formas de conhecimento nem superior a elas.
Epistemologistas como Descartes e Kant estavam ansiosos em dizer como nós devemos formar nossas crenças e como nós devÃamos ir testando nossas afirmações sobre o mundo. A ciência não opera nessas injunções normativas. Ela descreve e explica o mundo mas ela não prega sobre ele.
No curso de História da Filosofia, Gérard Lebrun, dizia que a filosofia esteve sempre engajada nas inter-relações entre Deus, a Natureza e o Homem. Ele não entendia como a ciência moderna tinha tirado Deus da equação. Os gregos se ocupavam das relações entre Deus e a Natureza e tratavam o Homem separadamente. A Igreja Católica estava absorvida na relação entre Deus e o homem e negligenciava a Natureza. Os filósofos modernos estão preocupados com as relações entre o Homem e a Natureza.
Admiro muito o Coutinho, mas esse artigo me decepcionou deveras. Ratzinger foi destruidor da teologia da libertação, humilhou arcebispos como dom Paulo Arns e o teólogo Leonardo Boff; destruiu a igreja católica abrindo caminho para os crentes neopentecostais e seus pastores milionários… e o Coutinho vem com essa????
Desconhecia essa "disputatio" entre ambos. As religiões nasceram num mundo pré-industrial, assim como a escravidão e a produção baseada na terra. O trabalho livre e a produção em larga escala de manufaturados fazem parte do mundo pós-industrial e, em grande medida, desencantado. Observo que tradições religiosas ainda possuem ampla receptividade, ainda que de forma por vezes desvirtuada. Mais que isso: a cultura judaico-cristã é cheia de histórias e significados que reconhecemos.
Texto magnÃfico de um pensador magnÃfico. Como ateu, vou procurar entender melhor as relações entre polÃtica e religião. Obrigado, Coutinho.
Texto inquietante, gratÃssimo. Fico me perguntando se não tendemos a ver o liberalismo como fiador da razão iluminista e quais seriam as consequências disso no mundo polÃtico.
Muito bom!!!
Que texto imenso, valeu! Já começou o ano pondo o sarrafo lá no alto. Boi preto conhece boi preto. Feliz Ano Novo!
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