Essa onda de trazer técnico estrangeiro não passa do nosso conhecido complexo de Vira Lata, metáfora do genial Nelson Rodrigues. Primeiro, fomos penta com os nossos treinadores e nenhum outro país ostenta tantos títulos. A poderosa Alemanha ostenta quatro. Segundo, os treinadores citados pelo VPC jamais virão para o Brasil por uma questão de IDH. Nas cidades europeias não temos a violência e a miséria que temos nas nossas grandes cidades, como Rio e São Paulo. Chega de pagar vexame.

E tem o nosso complexo de vira latas, como dizia Nelson Rodrigues. Rogério Ceni ganhou tudo no Mengo mas a torcida queria um técnico de fora, só estrangeiro que é bom...

PVC, prezado e polivinílico, mai nóis fumo sequestrado pelo pelos Onagros da Ogroexportação, e o país achou que o bagúio é vender soja e comprar lecitina importada, custando os tubos. E a fábrica de chips lá do Sul, cujos miolos operacionais levaram décadas pra serem formados e custaram os tubos, a gente fecha ("ah, não dá lucro", diz o xucro) e depois não consegue produzir nem uma merreca de relógio digital automotivo. Então tá, aqui é assim, uai.

Pois é. O que dizer da Folha com seus "comentaristas do passado"?

Veja por quanto foi vendido o Hendrick, e verá como se faz bem feito. Quando fazia seu estádio, o Verdão era ridicularizado pela maioria dos cronistas esportivos por não contratar, não 'investir' em jogadores, que culminou com a segunda divisão, mas foi consequência do que era necessário naquele momento. E qual clube tem a coragem de fazer isso diante dessa necessidade irracional de ser sempre campeão? Alguém critica o Flamengo por não ter estádio? Não. Mas, se não for campeão, o mundo desaba.

O dólar vale 5 reais o euro valeu 6 reais a libra vale uns 8 reais. Precisa falar mais alguma coisa?

...etc. etc. etc... grana é o que conta. Chora menos quem pode mais, e os brasileiros podemos menos. Fora isso, o que resta é blá-blá-blá – infelizmente.

Pois é PVC, como já disse certa vez Emerson Leão quando treinava o SPFC, por ocasião da venda do volante Denílson recém saído da base e com pouquíssimos jogos no time principal: "estamos vendendo as sementes", foi a mais clara e profética observação quanto ao que se passava e ainda se passa com as transferências de jogadores originados em terras tupiniquins.......

A velha ideia de que estamos fazendo alguma coisa errada e precisamos aprender com quem faz certo. Jornalistas não têm formação para compreender a parte estrutural do problema. Um clube brasileiro poderia até ter contratado Suarez ou Fernandez no início da carreira, como chegamos a contratar Tevez e Mascherano, mas cedo ou tarde ia ter que vender, pq as cotas para TV na Europa e o prêmios da UCL são infinitamente superiores.

Acredito que dentre outros motivos até mais influentes um há para essas transferências constantes: o empresário dos jogadores, pois poucos querem ver seu investimento "parado" anos no time de formação ao invés de vendê-lo logo, permindo-o receber logo a sua comissão