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  1. Alberto Melis Bianconi

    A preocupação é legítima mas mal encaminhada. As pautas identitárias e sociais são de natureza diferente. Em meados do século passado era fácil unificá-las na ideia de segmentos sociais igualmente oprimidos. Aliás, isso contribuiu para convencer muitos da existência de um sistema único e deliberado de opressão, praticamente uma teoria da conspiração. De lá para cá a situação das minorias avançou muito no mundo inteiro, mas a desigualdade, especialmente na AL, continua assustadora.

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    1. Alberto Melis Bianconi

      Para concluir, incapaz de defender diretamente o descaso com a desigualdade, a direita se apropriou da reação inevitável ao avanço das pautas identitárias, explorando medos presentes em toda a população. Não gostei quando a colunista fala em medo dos trabalhadores de perderem o lugar na fila do pão, é para lá de elitista. Se há um setor preocupado em perder lugar na fila do pão é o serviço público, que recebe da mesma fonte das transferências. Veja os resultados eleitorais de Brasília.

  2. ALVARO MARTIM GUEDES

    Como constatação está correta a opinião da autora, mas e a dinâmica dos fatos? O que os move? As redes sociais potencializaram essa ideologia exótica, não criaram. A conspiração da extrema direita em busca de um projeto global de poder, muito bem retratado no livro “guerra pela eternidade”, antecede as redes sociais. Os propósitos dessa posição ideológica não estão reduzidos a contraposição ao denominado “politicamente correto”, ultrapassam isso.

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  3. Vagner Oliveira

    Tema ricamente explorado no livro A Tirania do Mérito de Michael J. Sandel. Ótima assunto que ainda precisa ser mais explorado pela imprensa. Parabéns.

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  4. JOAO FERREIRA

    É constrangedora a imagem dessas pessoas protestando com cartazes escritos em inglês. Qual é a intenção? Teriam vergonha da mensagem em português? Pretendem parecer cultos? Pensam ainda estar em Miami? Ou foram acometidos de súbita crise de idiotice?

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    1. Alberto Melis Bianconi

      Isso é muito comum em qualquer lugar. As imagens correm o mundo rapidamente, em inglês a pessoa e compreendida em qualquer lugar. Para esclarecer me oponho integralmente à posição desses manifestantes.

  5. José Roberto Franco Reis

    Falta de paciência com o "cirismo recalcado" que continua reverberando a toada dos dois demônios, equivalendo extrema direita de teor fascista e esquerda progressista e democrática. Está última tem lá seus vieses e equívocos mas a falácia da polarização equivalente cansa e é completamente irresponsável politicamente falando. Não é o caso da Camila Rocha, muito bem vinda à Folha ( depois dos expurgos horrorosos) mas de certos assinantes.

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  6. Marcos Benassi

    Camila, prezada, creio que essa hipótese explicativa abrange uma parte do fenômeno, mas longe dele todo. Uma "reação dos esquecidos" não explica a incorporação de fragmentos discursivos absolutamente antitéticos, o suporte ao conjunto de ações eminentemente anti-trabalhistas dos últimos anos, entre outras discrepâncias. O uso de táticas com suporte em boa (?) ciência cognitiva, a compreensão de como manipular massas, já experimentada na Europa e nos EUA, são parte do busílis.

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    1. Alberto Melis Bianconi

      Caro Marcos, não gosto dessa ideia de que houve manipulação das massas. Pode ter havido, e acho que houve, melhor exploração de novos meios de comunicação pela direita, mas isso é pontual. Acho que atrapalha compreender as mudanças na política.

  7. Fabricio Souza

    Renasce o movimento de 68, agora na mão da direita! A esquerda como se sabe, só gosta do caviar, boquinha e cargos! Lembram do esquerdista que ao fazer um contrato no governo de 2003, pediu em troca uma Land Rover? O é proibido proibir, é flâmula da bandeira direitista. Antevejo estes movimentos como porta de entrada para uma guerra civil… Quem viver, verás…

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  8. Daniel Rego

    No mar de trevas que se tornou recentemente esta Folha após as últimas demissões, a coluna de Camila Rocha vem como um farol necessário, sendo ela uma dais mais importantes pesquisadores sobre extrema direita e radicalização, cientista política competente e com amplo conhecimento. Bem-vinda!

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  9. Alberto A Neto

    "Há qualquer coisa no ar, além dos aviões de carreira", dizia Barão de Itararé. "Seja loucura, mas há método", diz Polônio no original: "Though this be madness, yet there is method in't". Não há novidade nos filhotes da ditadura em ebulição. Os ovos do serpentário foram chocados desde Junho de 2013 e subiram a rampa eleitos; a reboque dos erros crassos de Lula, Dilma e PT. Como se vê não foram e não irão embora. Acintosamente sacodem as instituições. Lula 2023 olha no retrovisor. Vê Jango 1963!

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  10. Felipe Vasconcelos

    Todos os anos, em passeatas capitaneadas por coletivos feministas e lgbtqia+ (responsáveis pela revolução sexual recente), havia performances de intensa virulência simbólica em relação à família e à religião. Acreditavam estar atacando o pastor corrupto, mas feriam mesmo a senhora negra de idade e moradora da favela, que encontra numa comunidade pentecostal uma rede solidariedade, proteção e acolhimento, algo que ela não acha mais em lugar nenhum.

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    1. Alberto Melis Bianconi

      Caro Felipe, concordo no geral, mas acho que a reação conservadora não se restringe a pentecostais e religiosos.

    2. Marcos Benassi

      Felipe, creio que esta é a importância da presença do juliano spyer aqui na folha: a discussão informada e divergente sobre o neo-pentecostalismo brasileiro. Ele e a Ana Virgínia fazem um contraponto essencial às nossas perspectivas de senso-comum.

    3. Adelmo Cavalcanti Lapa Neto

      Nossa, você é pastor?

    4. Zulma Rejane Alves Rodrigues

      Para variar a culpa é da esquerda, embora desde que o mundo é mundo é a direita quem manda. Maiorias são os que hegemonizam o poder na prática, embora no caso do Brasil a maioria do povo seja constituído de mulheres e negros. Somos minoria sendo a maioria. Somos os invisíveis.

  11. Said Ahmed

    Acho que uma das questões é eleger um governo para as maiorias sem que se perca de vista os direitos das minorias, ou um governo para as minorias sem que se perca de vista os direitos das maiorias. A primeira opção me parece mais adequada, mas um governo para as maiorias que mande às favas as minorias não deve ser cogitado.

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  12. Alberto A Neto

    Há uma crise permanente parada no ar. A crise tem nome, CPF e endereço. Luís Inácio Lula da Silva e Jair Messias Bolsonaro. Vê-se que o país jamais voltará à normalidade institucional com o país literalmente bipolarizado pelos antípodas. O Brasil trocou de problema. Quem imaginava que se havia livrado da direita raivosa e nervosa, agora dá-se conta de que não se livrou dela e ainda agregou a instabilidade intermitente que a bipolarização continuada segue reverberando, sem data marcada de acabar!

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    1. Alberto Melis Bianconi

      Relaxa, a polarização diminuiu. Os lados que o sr. identifica nunca foram equivalentes, apenas Bolsonaro busca um poder autoritário.