João Pereira Coutinho > Um dia um robô jogará melhor que Pelé, mas não será Pelé Voltar
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A ideia de uma evolução fÃsica e psicológica a partir do progresso tecnológico é mais velha do que andar para frente. Aldous Huxley (Admirável Mundo Novo), George Orwell (1984) e Ray Bradburry (Farenheit 451) imaginaram um futuro distópico, em que a eliminação do sofrimento não leva à felicidade, mas sim ao vazio. É quase certo que o Homo Sapiens não é o último estágio da evolução, mas nossos sucessores herdarão nossas angústias.
O problema da indução e confirmação remete a Boyle que dizia da importância de refutar hipóteses e não em confirmá-las como Carnap queria. A ciência para Boyle era uma dialética entre a razão e as sensações, sujeita ao escrutÃnio dos sentidos. A superestrutura da filosofia era apenas temporária. Um Q.I. de Einstein multiplicado por dez é uma possibilidade filosófica mas usar a indução de Hume não se chega a uma justificativa dessa afirmação. Essa indução é limitada.
No caso do Q.I. de Einstein, temos dois problemas da indução. A indução plebeia de Hume, dada uma generalização empÃrica e um número de instâncias positivas chegamos a 1.400. E a indução aristocrática, dada uma teoria e um certo número de instâncias confirmativas talvez nunca chegaremos a 1400. A indução de Hume era dado este pão que me alimentou no passado ele me alimentará no futuro; mas ela não resolve a indução aristocrática. Há entidades não observáveis.
Esse caminho já está sendo trilhado. O que nossos avós, ao colocar a dentadura no copo antes de dormir, não dariam por implantes de titânio nos maxilares?
Se no futuro a humanidade conseguir com a tecnologia abolir a dor fÃsica, a doença e a morte, será apenas para que a maioria de nós se torne extremamente produtiva, em uma existência distópica em que nos converteremos em trabalhadores robôs. E felizes, graças aos medicamentos que todos tomarão.
"Não é o resultado que nos interessa; é o processo que conduz ao resultado". Como escrevi (se os censores da folha deixaram sair) em outro post, economicamente, o que interessa vai ser quanto dinheiro alguém ganha com transhumanismo, não o processo que o ser humano tem ao criar algo. A história não tem sido muito favorável ao processo, desde a Revolução Industrial.
Atenção, não estou confundindo o conto do Borges com "O imortal", de Machado de Assis.
"Sem a sombra do fim, será que existiria alguma urgência para viajar, criar, amar, procriar, experimentar?" (J.P. Coutinho) Tem um conto do Borges que ilustra essa ideia. Não me lembro do tÃtulo. Alguém me ajuda a lembrar?
Pelé é imortal ,nunca um robô superará Pelé
Não dizem que é preciso tomar cuidado com seus desejos, porque eles podem se realizar?
Com todo respeito ao Pereira Coutinho: que texto mais bo bo!
Sensacional!! Seu texto nos leva também ao conto" o imortal" de Machado de Assis!
"Tu queres ouvir a risada do diabo? Tu contas a ele teus planos". (Anedota sefardita).
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