Hélio Schwartsman > Medo da tecnologia levou Platão a desconfiar da escrita Voltar

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  1. João da Silva Ribeiro Neto

    O medo que eu tenho não é da tecnologia em si, que quase sempre nos beneficia. Meu medo é o da manipulação da tecnologia para fins contrários aos interesses humanos, como os que estão resultando na expansão eleitoral da extrema-direita no mundo. A entrada em cena da internet já modificou muitos dos nossos hábitos no século XXI, e o das redes sociais estão abalando nossos hábitos e os direitos civis, políticos e sociais conquistados nos últimos três séculos.

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  2. zilda bastos mello

    Acredito não haja o que temer. Com bem mais educação, novos empregos serão criados dentro desta temida IA. Nada supera inteligência do ser humano

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  3. Mário Gilberto Eichler Júnior

    Apenas uma questão anedótica. Na década de 80 a CASIO lançou um relógio com calculadora e que guardava telefones. Em poucos meses perdi a capacidade de fazer contas de cabeça e os diversos números de telefone que havia decorado, eu esqueci. Devemos ter diversas formas de guardar a informação e mais de uma forma de acessar, em especial devido as big techs terem nossas vidas hospedadas em seus bancos de dados

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  4. JOSÃ EDUARDO FEROLLA

    Provavelmente, a IA vai acrescentar mais inteligência à inteligência da humanidade.(Claudia F.)

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  5. José Cardoso

    Talvez o Platão temesse a nossa tendência à alienação, depositar um crédito exagerado em algo fora de nós, como num texto só por estar escrito. No fundo é o que acontece ainda hoje com os fundamentalismos bíblicos e na crença cega em panfletos, digitais ou impressos.

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  6. Amaral Neto

    As sociedades se reorganizam em torno das novas tecnologias, de forma que estas não impliquem na dissolução daquelas. Ocorre que cada impulso dado empurra a geração anterior rumo à obsolescência em velocidade cada vez mais alta. As gerações emergentes, moldadas e criadas absorvendo as novas tecnologias calculam suas formações levando esse fator em conta. As anteriores não. Formaram-se com base numa realidade que mudou. "Tem que saber se adaptar" dizem. A gente sabe que não é bem assim.

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  7. ROBERTO CEZAR BIANCHINI

    "Ficaremos sem emprego e sem propósito." Um aspecto que a maioria dos comentadores sobre IA não aborda: com uma economia de consumo de massa, quem irá consumir a massa de produtos criados pelos robôs se a massa não tiver emprego?

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  8. Marcos Benassi

    Bem, meu caro, o bagúio agora é mai lôko que n'antanho: enquanto as tecnologias que você apontou foram correlatos pontuais de determinadas funções cognitivas - memória, cálculo numérico etc. - a inteligência artificial promete nos dar um Fal no que diz respeito *ao pensamento*, coisa que não é pôka Herda, não. Eu, já vou me garantindo, escrevendo nessa minha algaravia arrevesada, a mode ser imbistituivelmente eu mesmo: posso perder a função, mas quero ver a IA fazer idêntico tropé verbal! Hahah!

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  9. Francisco Blazquez

    As IAs só serão comparáveis a humanos quando conseguirem entender a semântica como os humanos. Se alguém disser a uma IA que tem uma barata na cozinha, é o que ela vai entender. Um humano poderia entender como uma ordem de ir lá e matar a barata, como um sinal que a cozinha está uma imundície, ou como um sinal que todo o prédio precisa ser dedetizado etc etc.

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    1. Marcos Benassi

      No que depender da atual IA embarcada nos dispositivos moveis, aplicada à interpretação de fala e correção de textos, ela corrigiria "barata" por "batata", e diria que é exatamente esse o lugar pra um tubérculo na casa: "Queria que a batata estivesse no banheiro, senhor Francisco?" Hahahahaha!

  10. MARIA CHRISTINA DE ALMEIDA

    Sugiro que leia George Steiner-nenhuma paixão desperdiçada- para não ser tão ligeiro em seu próximo artigo. A Folha está sempre ao lado dos NEGÓCIOS e o filósofo Hélio não foge à regra. Precisa ler mais filósofo!

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  11. Osmar Contreiras

    Temo mais a Não Inteligência. Seja ela Natural ou Artificial.

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    1. Marcos Benassi

      Taí o Bozo e sua caterva a nos mostrar claramente o perigo da sua ausência, Osmar...

  12. JOSE EDUARDO MARINHO CARDOSO

    Vejo de outra maneira, pois enxergo o papel onde algo está escrito como uma memória auxiliar. Sim, sempre que confio alguma informação à memória cerebral (telefones, senhas, endereços etc.), tenho o hábito de manter uma cópia em pape, sempre que possível. Blocos de nota, cadernos, livros, jornais, revistas e demais publicações são memórias auxiliares...

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  13. Raimundo Carvalho

    Hélio, ve não tá confundindo tecnologia com artefato tecnológico?

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  14. MAURO vasconcelos reis

    Penso diferentede Hélio. Parece-me que Platão acertou na mosca quando apontou o advento da escrita de base fonética modificando para sempre as relações com a autoridade. De fato as memórias foram parar no papel (ou na nuvem), e não mais dependemos de "alguém" como depositário da memória do grupo.

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  15. Joao Pinheiro

    Teria sido Einstein um catrastofisfa sobre o mau uso da energia nuclear?

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  16. André Jalles Monteiro

    A Inteligência Artificial, assim como a escrita, tem vantagens evolutivas e vários grandes defeitos. Na escrita vários absurdos são tomados como verdades por muito tempo, como exemplo cito a bíblia. Os bancos de dados, utilizados na IA, possuem grandes inconsistências, que serão tomados como verdades. As falhas sempre existirão, qualquer que seja a tecnologia inventada pelos humanos. Afinal, somos humanos, "demasiadamente humanos".

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  17. Jorge Ary Lima Martins Lima Martins

    Con relação ao emprego a previsão já está se confirmando. Lojas podem funcionar praticamente sem funcionários, veículos autônomos acabarão com os motoristas de aplicativo e por aí vai.

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    1. ARAGUACI FAUSTINO DA SILVA

      Outro medo infundado. Por mais que a tecnologia nos tire empregos enfadonhos, pesados e repetitivos ela cria outros muito mais fascinantes. Criar e manter software que fazem as lojas funcionarem sozinhas é fascinante. Quem quer ser caixa de lojas?

  18. RICARDO BATISTA

    E incrível a revolução que a Internet causou : reencontrar antigos amigos, conhecer pessoas novas, compras, pagar contas, entretenimento etc. Mas também facilitou a proliferação de bolsonaristas. Kkk, eles parecem os Gremlins : você polvilha mentiras e estultices na cabeça e os bichinhos se multiplicam. E falando em escrita, por onde anda o nosso leitor para assuntos aleatórios, o Marcos Benassi? Será que a Folha finalmente decidiu contratá-lo?

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    1. Marcos Benassi

      Pô, caríssimo compadre Batista, se me tivera contratado, é que eu estaria por aqui *mesmo*! Hahaha! Cê acha que mané é louco de contratar um bocudo que o esculhamba sem dó nem piedade? Eu fiquei foi se saco cheiésimo com as notícias repetitivas, a barbaridade infinita, a bozofrenia inclemente e eticéteras. Mas falando em aleatorices, veja só, uma minha irmã arrumou um ótemo marido na Internet, um peruano que se apaixonara por ela no Rio 3O anos atrás. E ele abomina TrAmp e Bozo, é bom de caráter

    2. ARAGUACI FAUSTINO DA SILVA

      Pois é, concordo com você. Proliferou também um monte de petistas que por mais que seja indecente eles voltaram e vão gastar nosso dinheiro com gasoduto na Argentina que, claro, depois vão nos dar mais um calote, Apesar de bolsonaristas e petistas, viva a internet.

  19. Luci Dann

    O que é IA ?

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    1. Luci Dann

      Muito grata José Passos

    2. Jose Passos

      Inteligência artificial

  20. Luci Dann

    O que é IA ?Não dá para descartar a hipótese de que a IA seja tão superior à mente humana

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  21. DANNIELLE MIRANDA MACIEL

    Gênio. Melhor definição do que se passa até agora. Excepcionais são todos os tempos de acordo com quem os vive.

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    1. Marcos Benassi

      Essa é uma posição profundamente humanista, cara Danielle. "De acordo com *quem* os vive" é um ponto de vista que mira as pessoas no tempo - desde que, evidente, a IA não atinja um ponto de senciência, no qual se considere "uma pessoa".

  22. Vito Algirdas Sukys

    Como as 35 previsões de Herman Kahn para o ano 2.000 feitas em 1967. As previsões não passaram de equívocos longe da realidade, baseadas em sua maioria pela indução 1. Previa que Brasil, Ãndia e China seriam grandes potências, coisas que talvez a China pode se aproximar.

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    1. José Cardoso

      No que se refere ao Brasil não me lembro dessa previsão otimista dele. Como era o início do milagre econômico, havia uma ideia de que ele estava nos subestimando. O Mário Henrique Simonsen lançou 'Brasil 2001' muito em resposta à essas previsões. Quem diria que a estagnação a partir dos anos 80 mostrasse que o futurólogo riria por último se estivesse vivo em 2000?

    2. Marcos Benassi

      Ah, caro Vito, mas aí também é safanagem: querer que uma previsão sobre o Brasil da década de sessenta se aguente até a virada do século, é muita confiança na presciência do Kahn, hein? Nem que fosse o Gêngis, pra prever que os milicos cairiam do poder mesmo com ditadura braba e tortura, deixariam uma crise e dívidas imensas e, ainda assim, voltariam depois com pinta de expoente de moralidade, mesmo tendo um completo hidiota à frente. O Brasil não é pra menos que Nostradamus, não... Hahahahaha!

  23. Alberto A Neto

    "O otimista é, antes de tudo, um mal informado", dizia Francis. A releitura de Schumpeter, até porque Hélio já leu o austríaco considerado o profeta econômico do século XXI, certamente ajudaria a desconfiar das superações promovidas pela tecnologia à base da "destruição criativa" que produz a acumulação da riqueza. Há limite às inovações. Dado pela equação do trilema: sociopolítico, ecológico, laboral. O intervalo das crises mundiais econômico-financeiras, entre 1929 e 2008, encurtaram bastante!

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  24. Nelson Goulart

    O digital não é uma revolução nem um novo paradigma, é uma mudança de era. Nada guarda do que o antecedeu. Uma calculadora, um computador, a escrita, etc são produtos da mente humana que respondem a ela, estão contidos nela limitados a ela. Uma IA é produto mas não está contida, não tem limitação.

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  25. Vito Algirdas Sukys

    Creio que as previsões catastróficas acerca da tecnologia não terem se confirmado é que temos dois problemas da indução. A indução 1 que diz dada uma generalização empírica e certo número de instâncias positivas até que ponto as últimas são evidência para a asserção da primeira? E indução 2, dada uma teoria e um certo número de instâncias confirmativas até que ponto as últimas são garantia da primeira? Duas coisas distintas. As pessoas usam a indução 1 que leva a equívocos.

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    1. Francisco Blazquez

      1 - depende do número de casos observados e do conhecimento dos fenômenos envolvidos, desde que não seja usado o critério de verdade. 2 - = 1 + garantía probabilística. Entretanto, decidir o comportamento ignorando 1 e 2 pode levar a tragédias. Se o último que pulou da ponte morreu se estatelando no chão não for tomado como garantia de que o mesmo acontecerá comigo se eu pular, porque considero a teoria da gravidade não confirmada pelo último caso, provavelmente não sobreviverei.

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