Texto sóbrio e esclarecedor, tomamos conhecimento dos treze golpes em nossa história independente e sua similaridade (incontestável presença ou apoio de militares das FFAA). E o melhor: não aplicou um conceito histórico do período entreguerras para o bolsonarismo ou extremismo de direita atual, o autor não forçou a barra na nomenclatura para ganhar adeptos ou simpatia (e acirrar os ânimos dos leitores) e ao mesmo tempo deixa clara a gravidade dos eventos.

Leio a Ilustríssima com sede de conhecimento. Mas, Jesus Cristo, nunca vi tanto leitor pedante e repetitivo.

Minha cidade, Rio Claro-SP teve personagens que fizeram história: -Ten. Siqueira Campos, ligado a revolução de 30. Depois foi um dos polos do Integralismo, com centenas de "camisas verdes", a ponto da viúva de Plínio Salgado doar todo o acervo do marido ao nosso arquivo municipal. Teve também Ulisses Guimarães, com o qual eu concordo: “Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo”. Hoje, infelizmente tem 178 mil votos no Bozo e um número absurdo de mortes por Covid! Não é fácil morar aqui!

A semelhança está na ideologia de extrema direita nos 2 casos. Mas há muitas diferenças. Em 38 era uma disputa de poder entre direitistas, afinal o próprio ditador Vargas era admirador dos regimes da Alemanha e Itália. Só mudou de lado após o início da guerra, e principalmente após Pearl Harbour. Não ia bater de frente contra os EUA. O bolsonarismo por sua vez é populacho na veia, o que se viu na depredação dos palácios. Não era o caso do integralismo, que tinha Vinícius de Moraes como adepto.

Boa análise histórica das revoltas de uma típica República de Bananas. Falta agora uma coluna sobre as causas que levaram à elas. No caso de 8 de janeiro, que foi mais um desleixo da segurança estatal do que um putsch, eu diria que o leitmotiv fora o retorno do lulismo, moribundo após o impeachment e a lava jato, e ressuscitado com a pandemia. Mais capítulos virão.