Ilustrada > Morte horrível da Livraria Cultura não é surpresa, mas não deixa de ser doída Voltar
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A livraria era excelente. Não havia nada de mal para falar. E nem era possÃvel imaginar que ela teria esse final. Provavelmente o problema foi uma expansão muito agressiva em um contexto onde a informação digital está matando a informação em papel.
Os botecos, bares e restaurantes estão invadindo as calçadas e até o asfalto, enquanto as livrarias vão fechando ou encurtando seus espaços. Um Café Filosófico poderia ser feito ao vivo para explicar a morte da Cultura. É muito prazeroso ter um livro nas mãos.
O que esperar de uma cidade que só tem botecos? I Love B..As!
O mercado que se dane, precisamos dar comida a 120 mi de famintos
Muito triste essa notÃcia.
Fui até lá neste sábado (11/2) e fiquei surpreso com o que vi, pois imaginava que a loja estaria de portas cerradas ou quase sem nada para vender. As estantes não estavam tão vazias quanto deram a entender as informações e visões sobre a livraria publicadas recentemente nesta Folha. Havia muitas opções e os clientes escolhiam e compravam normalmente. Andei com calma pelo estabelecimento e adquiri alguns livros. A vendedora que me atendeu disse não saber nada sobre eventual fechamento do local.
Tive a sorte de trabalhar na Livraria Cultura por 3 anos, bem no inÃcio da minha carreira, entre 2002 e 2005, na loja do shopping Villa Lobos. Tive a satisfação de atender e aprender com pessoas que eram inacessiveis para o mundo em que vivia: de grandes jornalistas, atores, autores, polÃticos à presidentes de bancos e cientistas da USP com quem eramos estimulados a bater papo e apresentar os livros recém chegados. Sem dúvidas essa experiência marcou a minha vida pessoal e profissional.
E os marcadores de página fofinhos da Cultura, que eram inclusos gratuitamente como mimo? Tenho uma coleção deles, com obras de arte no lado laminado e bonitas cores no verso! Pequenos detalhes, como a lúdica tipografia do logo, faziam toda a diferença. Livrarias, lojas de discos e de filmes estão desaparecendo. São, sim, insubstituÃveis.
Está, realmente, muito difÃcil ler sobre o declÃnio das grandes livrarias. Por muito tempo, o maior, o melhor passeio que fazia com minha famÃlia era almoçar no Shopping, e após visitar a FNAC, ou a Livraria Saraiva ou a Livraria Cultura. Todos nós adorávamos ficar circulando pelos stands de livros, vendo as novas publicações, ou meramente folheando algum livro com uma capa bonita, ou uma biografia. Sempre com um cafezinho. Hoje, os Shoppings não tem mais graça!
Não é só a livraria, a cultura no Brasil esteve próxima da morte durante o governo fascista.
O último paragráfo lembra mais ainda, de um Ãcone, de um marco da estória dessa cidade, da evolução desses tempos, obrigado pela escrita, pela vivência desses tempos.
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